sexta-feira, 4 de março de 2011

MANIFESTO DOS ACADÊMICOS DE ECONOMIA

"Prezado Altino Machado,

Contando com o seu indiscutível apreço pela verdade, nós, Acadêmicos do Curso de Economia do Interior do Acre, estamos enviando para seu blog um manifesto da nossa insatisfação em relação ao atual governo do Acre.

O governo estadual se negou a continuar financiando a parceria com a Universidade Federal do Acre (Ufac) e prefeituras, o que inviabiliza a continuidade do Programa de Bacharelado em Economia do Interior.

Com isso, 15 turmas foram paralisadas por falta de pagamento aos professores. O governo do Acre alega que tem obrigações a cumprir apenas com a educação básica e não com a superior."

Outro lado

Consultado pelo blog, o secretário de Educação, Daniel Zen, nega que o governo tenha desistido do programa.

- Nós estamos negociando com a Ufac os valores do termo aditivo ao convênio celebrado para viabilizar o curso. O valor inicial era superior a R$ 5 milhões. O prazo do convênio já expirou após quatro anos. A grande questão é que os alunos não concluíram o curso no período regular. Existe professor agindo de má fé neste caso - disse o secretário.
  
Manifesto dos Acadêmicos de Economia do Interior do Acre

No ano de 2007 teve início em 15 cidades do interior do estado do Acre o Programa Especial de Bacharelado em Economia (PEBEC/UFAC) – um curso com expectativa de duração de quatro anos.

O programa era uma ação dividida entre a Universidade Federal do Acre, o Governo do Estado e as Prefeituras. Ao primeiro caberia a elaboração, sistematização e execução do programa quanto a parte administrativa e pedagógica; ao Governo caberia a responsabilidade com o financiamento dos equipamentos, material curricular, pagamento de professores e administrativos; e às Prefeituras a hospedagem, alimentação e locomoção dos professores.

O programa tinha como justificativa a necessidade de se investir na formação de profissionais qualificados para ajudar no desenvolvimento das cidades do interior e de alunos recém formados no ensino médio. Além disso, facilitaria a graduação de muitos que não poderiam se deslocar de seus municípios para a capital, Rio Branco. Como se percebe, esse programa era perfeito, feito na medida certa para realizar o sonho de uma graduação em economia de muitos alunos, o sonho de um bacharelado. Ao passar dos anos, mesmo com alguns atrasos, mesmo com várias semanas sem que tivesse aula, o curso foi sendo mantido com empenho e competência por parte dos alunos e da UFAC, e já no início de 2011 foram concluídas quase todas as matérias, faltando apenas a temida monografia.

Tamanha não foi a surpresa de muitos alunos ao perceberem que o sonho poderia se tornar pesadelo. No dia 3 de março de 2011 foram informados por um e-mail da coordenação do PEBEC/UFAC que as aulas do curso não teriam continuidade, ou seja, que nenhum aluno iria concluir o curso de Economia, já que o Governador do Estado do Acre (aquele mesmo que contratou o cantor da festa no apê/bundalelê para inaugurar uma ponte pela singela quantia de R$ 190 mil), não tem interesse em continuar a parceria, demonstrando total descaso com a Educação de nível superior e principalmente com o sonho dos acadêmicos dos 15 municípios contemplados com o programa.

Segundo informações repassadas pela coordenação do Programa Especial de Bacharelado em Economia – PBEC/UFAC, o governo não deu nenhuma previsão sobre o repasse orçamentário e que a sua prioridade é com a educação básica e não superior.

Aos acadêmicos de economia do interior resta apenas agradecer ao então Governador do Estado do Acre, já que em menos três meses de gestão conseguiu postergar o sonho de concluírem a graduação.

Apesar da surpresa, é possível entender essa ação do governo, afinal de contas a política de pão e circo deve mesmo ser melhor financiada ao invés da educação, pois com educação seria possível ver os mandos e desmandos e roubalheiras, o que não seria interessante para o governo."

9 comentários:

Anônimo disse...

É grave esta atitude do governo. Fui durante algum tempo Assistente Administrativo do referido Programa de Formação, chegando a realizar o Cerimonial anunciando as autoridades na época do início das atividades. Nestas, a preocupação do então Governador Binho Marques era de propiciar algum tipo de formação para a população dos municípios do interior do Acre, qualificando um enorme contigente que iria alavancar a o desenvolvimento destes mesmos municípios. É estranha a descontinuidade do Projeto já que se trata da mesma frente. O que nos leva ao questionamento o tipo de compromisso que tem o nosso atual governo com os municípios do Acre, são 15 no total. Talvez o compromisso do atual mandatário seja apenas com a educação básica no sentido de formar mais trabalhadores para o ramo da construção civil do Estado (nada contra os trabalhadores do ramo),é que chega a ser preocupante o projeto de governo priorizar mais desenvolvimento, mais indústrias, mais oportunidades, menos educaçao...apenas a básica! Que cursos chegarão aos municípios com a UFAC no atual momento? Sei não...Tá tudo um tanto sinistro de mais...

Pietra Dolamita disse...

Lamentavelmente que os alunos de Economia não concluam a sua graduação, e torne-se bacharéis em Economia. Sei e conheço de perto todas as dificuldades deste guerreiros que investiram todos os seus sonhos e expectativas nesta projetos( fui professora de algumas turmas).São alunos aplicados e com um imensa capacidade de aprendizagem.
Infelizmente sinto-me frustrada, por não saber que eles não irão se formar.
E o que fazer?
Att.
Maria de Fátima Nascimento
Bacharel em Direito
Pós graduada em Direito Público
Advogada.

Larissa Tabosaâ disse...

"Apesar da surpresa, é possível entender essa ação do governo, afinal de contas a política de pão e circo deve mesmo ser melhor financiada ao invés da educação, pois com educação seria possível ver os mandos e desmandos e roubalheiras, o que não seria interessante para o governo"

Nada mais a acrescentar...

IVONE VIVAN disse...

temos que observar o desfecho de toda essas propostas e promessas pois se não for cumprida o ministério Público exite pra averiguar tais coisas ! a política de pão e circo já era quem entende um pouquinho de política fica ao lado da democracia e dos direitos que temos e nao de certos partidos que so veem o lado deles e o que lhes favorece ! que tudo de certo e que consigamos terminar o curso pois estamos muito tempo nadando e não podemos "morrer na praia" IVONE VIVAN - Acadêmica de Economia em Brasiléia

Dita disse...

Se vocês que são telespectadores ficaram superpresos, imaginem nós como alunos. Travamos uma batalha atrás da outra por causa das condições precarias do curso. E agora na reta final, muitos ja fazendo planos para uma especialização, recebe um grande presente como este.

É no minimo para se pensar nas atuais prioridades do atual governo

Maria disse...

A resposta do secretário Zen a essa questão é muito lamentável e merece repúdio. Ele tem razão quando afirma que cabe ao Estado a oferta da educação básica. Agora, já que houve uma parceria formalizada anteriormente, entre a UFAC e o Governo do Estado, aos dirigentes atuais não cabe outra postura a não ser arcar com as despesas necessárias para a conclusão. Outra coisa: essa posição do Estado não apenas requer dos alunos, mas também da UFAC ações mais efetivas. Afinal, ainda que o ingresso desses alunos tenha se dado por força de uma parceria entre entes públicos, a UFAC tem hoje responsabilidade formal com a oferta das condições para que eles concluam o curso, uma vez que eles são alunos regularmente matriculados na instituição. Acho que a UFAC está com mais um abacaxi dos grandes nas mãos e, nesse caso, seria realmente pertinente a mediação dos deputados estaduais, uma vez que a solução envolve/requer decisão estadual.

Renaldo disse...

GOVERNO DO POVO DO ACRE? Servir de Todo Coração?

CZS disse...

isso tudo é uma vergonha. lamentável! será que eles estão achando pouco tudo que passamos durante esses 5 anos? problemas que surgiram desde a falta de salas de aulas, prof° descapacitados, e também a falta
desses profissionais. Como se sabe, esse curso de economia foi uma parceria do Governo do Estado do Acre com a Ufac, pois há uma grande carência de profissionais dessa area no nosso estado. Como já enfatizei, tivemos diversos problemas, e agora no final do curso, faltando apenas a elaboração da nossa monografia, eis que surge um grande problema, recebemos um email da coordenação do curso, com algumas informações, como se esse fosse um problema da turma de economia, dos alunos, e não da Universidade. O governo fez a parte dele, agora será que a ufac fez a parte dela planejando bem os recursos disponiveis? eu só sei de uma coisa: os alunos não aguentam mais tantos problemas, sendo que somos apenas vitimas, pois não sabiamos tudo que tinhamos pela frente. demorou mas a bomba explodiu! e dessa vez não adianta tentar intimidar ninguém. só queremos o que é por direito nosso, não estamos pedindo nenhum favor!

minhas ferias em fortaleza disse...

É inconpreensivel investir tanto na educação e quando chegar no final nao se concluir é como nadar, nadar e morrer no seco. governador falo em nome de todos alunos futuros economistas, peço encarecidamente que reveja este projeto especial do interior, pois como vai ficar a UFAC na visao do povo??? desde ja agradeço por escutar nosso pedido!!