Ministério Público Federal denuncia autoridades do "governo da floresta" por crimes ambientais
No ano em que o governo do Acre comete o paradoxo de festejar os 20 anos do assassinato do líder sindical e ecologista Chico Mendes, o ex-secretário de Meio Ambiente do governo do Acre, Carlos Edegard de Deus, volta a ser denunciado por crime ambiental pelo Ministério Público Federal.
De Deus e a atual presidente do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), Cleísa Brasil da Cunha Cartaxo, emitiram de maneira irregular, dispensando o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) e extrapolando a competência do Imac, seis licenças ambientais para a pavimentação da BR-317, também conhecida como Estrada do Pacíficio, que liga o Brasil ao Peru.
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Segundo o MPF, a principal irregularidade foi a dispensa do EIA-RIMA, previsto inclusive na Constituição Federal, negligenciado no intuito de facilitar a conclusão da obra. Edegard de Deus e Cleísa Cartaxo optaram por exigir um Plano de Controle Ambiental, o que contraria até as exigências constitucionais.
O seringueiro Chico Mendes, cujo assassinato completa 20 anos na segunda-feira, ficou famoso internacionalmente por exigir planos de mitigação de impactos ambientais para proteger a floresta, índios e seringueiros, quando começaram a asfaltar a BR-364, que liga Porto Velho (RO) a Rio Branco (AC).
Porém, seus companheiros do “governo da floresta” pouco se importam com esse aspecto da trajetória do seringueiro de Xapuri. Outra irregularidade cometida pelos dois gestores consistia na invasão da competência do Ibama, que seria o órgão competente para emitir licenciamento ambiental em obras públicas federais ou que impactem a natureza de forma significativa.
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3 comentários:
É esse tipo de procedimento que revela o significado do "cuidado com o meio ambiente" tão veementemente afirmado nos dois primeiros mandatos do PT no Acre. E olhe que houve muita gente, inclusive séria e de boa fé, que comprou essa idéia. Comprou no sentido mesmo de pagar o preço de ter que rever todo o conjunto de princípios de procedimentos nos quais se acreditou.
Os caras só queriam criar as condições para vender madeira e exportar sem embaraços por essa estrada do pacífico. A proteção ambiental era só o rótulo, num mundo consumista em que muitas pessoas dos países que compram a madeira amazônica querem continuar consumindo, mas sem o remorso de saber que está colaborando para a destruição das florestas. Para isso vem servindo essa embalagem de proteção ambiental e valorização étnico-cultural na qual se empacotam as toras de madeira nobre exploradas em áreas de conservação como as RESEX. É madeira produzida por "populações tradicionais da floresta", numa prática que valoriza seus fazeres e sua cultura, como queria o Chico, não é isso, Jorge, Siqueira, Ovídio??!!! (homens de visão, de negócios - mercadores)
Se os ambientalistas conseguiram fazer toda essa bandalheira, imagine o que vai acontecer agora que o Meio Ambiente nas mãos da Embrapa, kkkk.
Caro Altino,
Nós denunciamos as "autorizações", concedidas pelo IMAC, para retirada de madeira da terra Indígena Arara do Amônia, do povo Apolima-Arara. Sabe o que aconteceu? semanas de matérias "jornalísticas" elogiando a atuação do governo da floresta por meio de seu secretário de meio ambiente e presidente do IMAC. O mais grave é que parte dessa madeira era destinada à construção, por exemplo, de casas populares para a prefeitura de Thaumaturgo.
É preciso olhar com urgência a situação dos moradores da Reserva Extrativista do auto Juruá que estão abandonados e tendo o boi como principal mercadoria e moeda. Enquanto isso os neo-verdes fazem a festa se dizendo "companheiros" de Chico Mendes etc. & tal.
Bom trabalho.
Lindomar Padilha
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