quinta-feira, 31 de julho de 2008

BATALHA DO XINGU (I)

Em Altamira, fomos repudiar
as barragens projetadas


OSWALDO SEVÁ


Altamira, maio de 2008. E lá estávamos, no “Encontro dos Povos Indígenas e Movimentos Sociais da Bacia do Rio Xingu”, para discutir e repudiar projetos de construção de barragens. A palavra de ordem, a imagem de marca, era “Xingu Vivo para sempre”. Logo abaixo, nos outdoors e banners, outra vinheta: “Povos unidos pelo Xingu”. Nas camisetas, feitas pelas entidades de Altamira, vendidas a R$ 10 na entrada do Ginásio Poliesportivo da Brasília, a segunda frase era “Discussão sobre os projetos hidrelétricos no Rio Xingu”.

Discutir era exatamente o que queriam as entidades, a Prelazia Católica do Xingu, seus missionários e leigos das pastorais, o que queriam os jovens se iniciando na política, os colegiais que foram às centenas assistir ao evento, e moradores, muitos, dos bairros de Altamira que seriam atingidos pela represa, caso fosse feita a usina Belo Monte.

Discutir o projeto Belo Monte era o que queriam os moradores da área rural dos travessões da Transamazônica, a BR-230, cujas paróquias e comunidades também seriam atingidas de algum modo por um ou mais desses fatores, pela água represada, pelo rasgo de grandes extensões de terrenos para os canteiros de obras, com escavações, terraplenagens, desmonte de rochas, pátios de materiais e de máquinas, alojamentos.

Esta ressaca de transtornos e de modificações fundiárias incluiria distintos trechos dos municípios de Altamira, Vitória do Xingu, Senador José Porfírio. Outras propriedades e também fragmentos, ainda, de mata amazônica, seriam atingidos pela abertura de estradas de serviço, pela construção de um novo porto no Xingu, mais atracadouros e pontes, pela montagem de galpões, de linhas de transmissão e de subestações para o próprio período de obras, e também por desmatamentos para a retirada de pedra, brita, areia e outros materiais de construção. Feitas as contas, se fosse hoje, 15 mil, talvez 18 mil pessoas seriam de fato atingidas, tendo que se mudar de local, ou, caso seja permitido permanecer, teriam suas vidas transtornadas pelo que vier ali se instalar.

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Um comentário:

Yanna Jéssica disse...

ê minha Altamira! *--*
ELETROMORTE! ;@