domingo, 1 de junho de 2008

O POETA QUE O ACRE ESQUECEU

Isaac Melo


O literato inglês Samuel Johnson dizia que a glória máxima de um povo provém de seus escritores. Não precisamos ir longe para constatar isso, basta lembrar-se de Machado de Assis, Castro Alves, Drummond, Guimarães Rosa, Euclides da Cunha, Clarice Lispector, e inúmeros outros não menos importantes.

Na literatura amazônico-acreana despontam também grandes nomes, tais como Craveiro Costa, Miguel Ferrante, José Potyguara, Djalma Batista, Jorge Kalume, Leandro Tocantins, etc., e finalmente J. G. de Araújo Jorge, que se não figura como o mais importante, é sem dúvida a maior expressão poética da literatura acreana desde os seus primórdios.


Mas toda a glória que este poeta de multidões de leitores conquistou durante muito tempo no Brasil, é quase que oculta ao povo de sua terra. Até sair do Acre, nunca havia ouvido pronunciar sequer na escola ou nos meios de comunicação o nome de J. G. de Araújo Jorge. Foi apenas quando cheguei ao Paraná que tive o meu primeiro contato com a sua poesia. Ali, li e comprei pela primeira vez um livro do Príncipe dos Poetas acreanos.

José Guilherme de Araújo Jorge é um ilustre filho de Tarauacá, nascido no dia 20 de maio de 1914. Filho de Salvador Augusto de Araújo Jorge e Zilda Tinoco de Araújo Jorge, descendentes de tradicionais famílias do estado de Alagoas, composta por homens de grandes destaques, formado por médicos, escritores, políticos e grandes oradores.

JG viveu em Tarauacá até os 7 anos de idade. Seu pai, Salvador Augusto de Araújo Jorge, foi Juiz Municipal na Comarca de Tarauacá, em 1912. Transferindo-se para Rio Branco, em 1923 foi chefe de polícia. Em Rio Branco JG fez o curso primário no Grupo Escolar 7 de setembro. O curso secundário e superior JG cursou no Rio de Janeiro nos Colégios Anglo-Americano, Pedro II, e finalmente, na então Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil.

Isaac Melo cursa filosofia na PUC do Paraná. Leia mais aqui.

2 comentários:

morenocris disse...

Já o coloquei no blog. Gosto dele.

Pinçando:

"O literato inglês Samuel Johnson dizia que a glória máxima de um povo provém de seus escritores."

Dizem que a única coisa que tem fim é com a morte. Não acredite nisso. A vida continua na cultura de um povo! Somos imortais? Somos. Hegel fala da "velha toupeira", a força subterrânea invisível que faz mudança no real. De uma forma ou de outra, estamos sempre revolucionando. Sabias que o seu post é uma força bruta? Incrível, tão onipresente quanto a rede.

Beijos.

Alma Acreana disse...
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