quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

PEGA NA MENTIRA


Quanta desfaçatez da direção do Banco da Amazônia (Basa) e do jornal Página 20. O banco oferece um café da manhã, batiza como "Rio Acre" o auditório de uma agência em Rio Branco e ambos tentam convencer a opinião pública de que o feito é parte de uma campanha de preservação do manancial.

Ontem, a bobagem resultou na manchete "Banco da Amazônia lança campanha de preservação do Rio Acre". E o presidente do Basa, Abdias José de Sousa Junior, ainda teve coragem de declarar que a instituição, principal agente de fomento da região, luta há anos para a preservação do ecossistema, sobretudo dos mananciais fluviais.

À inverdade, Abdias Junior acrescentou:

- É comum para o banco realizar essas referências como estamos fazendo agora. Com o auditório Rio Acre, a história do Estado está sendo colocada presente, além de ser um chamamento para que cada cidadão desse Estado observe e entenda a necessidade de preservar e cuidar do rio Acre.

Banco do desmatamento
Na verdade o Basa está famoso internacionalmente como "banco do desmatamento". Oferece facilidades de crédito para a pecuária na Amazônia, tanto para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) quanto para produtores maiores, que contribuíram pesadamente para o desmatamento da região nos últimos cinco meses.

Estudo do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) indica que isso ocorre porque o Pronaf empresta recursos em todo o Brasil a taxas de juros que variam de 1% a 4% ao ano, além de descontos de 40% sobre o principal para valores até R$ 12 mil. De 2003 a 2007 o Basa destinou R$ 1,9 bilhão em 14 mil contratos de empréstimos para os estados da Amazônia. A maioria do dinheiro foi aplicado na compra de bois e na formação de pastos, que tem ameaçado a vida de rios como o Acre.

Clique na imagem acima para ver ampliada uma parte da devastação que o Basa fomenta nas margens do rio Acre.

Um comentário:

Saudades do Acre disse...

Ainda há quem se iluda com essas "boas" intenções do BASA, ao querer apadrinhar campanha de recuperação dos mananciais, etc.etc. Haverá também os que crêem num "mea culpa".Na verdade é só uma das faces do capitalismo destrutivo. Ganha dinheiro financiando a destruição do meio ambiente e agora quer ganhar financiando sua "recuperação". Só falta tirarem da gaveta algum projeto para financiar reflorestamento de matas ciliares com eucaliptos, em substituição às matas originais. Depois da notícia do namoro do JV com a Aracruz Celulose, fato que arrepiou os cabelos de muito ambientalista, tudo é possível.