Aníbal Diniz
Será na quinta-feira a eleição da ex-deputada petista Naluh Gouveia como a nova conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Fiquei feliz com a notícia, e decidi fazer uma defesa pública de seu nome. Muito bom saber que uma companheira de longas datas, com uma história de vida e de lutas reconhecida por todos, inicia uma nova etapa de sua trajetória como conselheira da corte de contas do Estado.
Mesmo que algumas vozes destoantes fiquem buzinando nos corredores, dizendo que a professora não está preparada para tal missão, Naluh Gouveia está pronta para qualquer desafio. Todo trabalho é feito em equipe, e despreparado é aquele que pensa que um diploma em ciências exatas é a única prova de aptidão profissional hoje em dia.
Os tempos que vivemos são outros. Estamos em plena era da transdisciplinariedade, e nada melhor que uma mistura bem feita num ambiente que abriga os economistas Ronald Polanco Polanco e Antonio Malheiros; a advogada Dulcinéia Benício, o médico Cristóvão Messias e vários outros qualificados profissionais que contribuem com seus talentos para que o Tribunal de Contas tenha o equilíbrio necessário na hora de fazer a análise das contas dos gestores públicos do Acre.
Além do mais, o Tribunal de Contas do Estado foi criado por lei aprovada na Assembléia Legislativa. Naluh Gouveia, em todos esses anos em que atuou como parlamentar, teve que estudar a fundo as peças orçamentárias anuais do Executivo, que tem a previsão das receitas, das despesas e dos investimentos de todos os poderes, o TCE incluído entre eles. Será que uma deputada que tem a responsabilidade de analisar, emendar e aprovar leis orçamentárias não reúne as condições necessárias para ser conselheira do TCE?
Naluh Gouveia vai ajudar a qualificar e dignificar o Tribunal de Contas da mesma forma que contribuiu para dignificar a política acreana com sua honrada e reconhecida militância no movimento estudantil, no sindicalismo, na Câmara de Vereadores e na Assembléia Legislativa, como destacada integrante do Partido dos Trabalhadores.
Vai ser diferente? Sim, vai. Até porque a vida exige que a gente reveja e aprimore todos os dias o nosso jeito de ser e de fazer as coisas acontecerem. Naluh não vai mais ser a aguerrida e combativa militante de esquerda, porque vai exercer uma função pautada pela técnica e, certamente, contará com a colaboração e a solidariedade das pessoas que atuam há mais tempo no TCE, porque é assim em todo lugar. É natural que as pessoas mais antigas nas funções repassem parte do que sabem para os que estão chegando.
Naluh é diferente, é verdade, mas não assusta. A diversidade faz bem, e tenho certeza que o TCE ficará um pouco melhor com a presença dela entre seus conselheiros. Torço para que os deputados, aliados e da oposição, rendam mais esta homenagem à companheira, elegendo-a por unanimidade nesta quinta-feira.
Vida longa ao TCE! Sorte à conselheira Naluh Gouveia!
◙ Aníbal Diniz é jornalista e assessor do governador do Acre Binho Marques (PT).
20 comentários:
A Naluh é mesmo de topar situações dificeis. Depois de tudo que falou do TCE, é muita coragem, ou cara de pau.Penso que fazer de conta é coisa que a Naluh vai ter que aprender.De formas e maneiras ela foi premiada com esse cargo tão cobiçado!Ah, Naluh, ah se eu fosse que nem tu!A luta acabou companheira,daqui prá frente tudo vai ser diferente, só benção!
Acharam uma forma de calar Naluh!
Que vergonha para o Acre
A Nalú tem capacidade, vivência pública e credibilidade para o cargo.
Impressiona o malabarismo que o professor Anibal Diniz faz para tentar construir um argumento pró-Naluh. Haja contorcionismo para defender a 'companheira' de longas datas. Chega a desqualificar o ensino formal, atitude incompatível com sua própria formação profissional, afinal, é professor. No final o que defende, mesmo, é um Tribunal de contas maleável, capaz de contorcionismo nas suas ações precípuas, porque apoiado em membros que votarão sem qualquer conhecimento de causa.
Foi a defesa mais medíocre já feita até então. Só poderia ter vindo de onde veio. O Edvaldo fez bem melhor. É impressionante a condição humana quando se perde os pudores, né, sr. Anibal?
O Anibal tem o direito de defender Nalu assim como o Muniz tem de questionar, porém seria bom que isto fosse feito com argumentos e não com tentativas de ofensas ("...perde os pudores..." oh meu camarada!!!). A contribuição para informar e para o debate seria enorme, porém certos comentários tentam levar a questão para um palco/olofotes no qual o que prevalece é o "braço".
Haja barrigada... Uuuuufa... Haja Barrigada... Uuuufa... será que daqui pra 2014 a intelectualidade política acreana vai ser aceita pela Fifa?
Holofotes, Anônimo acima.
Fátima Silva
Com certeza a Nalu vai contribuir para a qualificação e transparencia do TCE. Vou sentir muito a falta de sua inreverencia dando vida ao parlamento, acredito que da luta ela não foge, portanto tenho certeza de encontrar Nalu sempre NaLuta.
Sou totalmente contrário a ida da Naluh para o TCE. Por uma questão simples: Não terei mais em quem votar.
Faz muito tempo que nas eleições somente voto na Naluh. Faço questão, considero Naluh a "última das moicanas".
Nem para Presidente costumo votar, mas a Naluh é diferente.
Será que agora terei que anular meu voto, sempre. Acho que vou transferir meu título para Xapuri. Dai, nas eleições, justifico o não comparecimento.
Boa sorte para ela no TCE
Escolha de conselheiro revela o tamanho da fragilidade da oposi�o
A frase utilizada com maior freq�ncia pelos integrantes da Frente Popular � que "as oposi�es s�o burras, despreparadas e que dificilmente ir�o amea�ar o poderio do PT, e dos demais partidos que o sustentam, em curto espa�o de tempo". A frase, em si, parece ser apenas mais uma tirada de arrog�ncia no desqualificado debate pol�tico atual, mas, em verdade, n�o deixa de ter l� sua raz�o de ser.
A verdade � que a bancada de oposi�o na Aleac apresenta um comportamento med�ocre, revelado em cores vivas nas atitudes atabalhoadas e apol�ticas dos seus membros, a maioria, desprovida dos atributos m�nimos para, at� mesmo, fazer um an�lise real e cristalina da atual conjuntura, olhando para frente e para tr�s, de forma objetiva e concreta, pautando-se em resultados.
Vejam como exemplo, o processo de escolha do novo conselheiro do Tribunal de Contas. Por raz�es que a l�gica pol�tica desconhece, l� est�o eles, n�o todos, mas a maioria, emprestando o voto para encher de legitimidade as ilegalidades montadas pela Frente Popular no caso da indica�o da incoerente Naluh Gouveia para o cargo. O pior � que ainda aparece deputado dizendo que far� o voto corporativo em nome do poder. Absurdo. Sem coment�rios.
Melhor seria que calassem de vez, assumindo a pr�pria incompet�ncia e abrindo espa�o para quem entende do jogo. Do PMDB ao in�til PPS, a verdade � uma s� falta preparo e maturidade pol�tica � oposi�o. Burra? Pior que isso, inerte, sem brilho, e o que � pior, sem projetos. S� o que vale � o interesse pequeno e tacanho de cada um.
N�o passam de um bando de "cachorros mortos", sem condi�o alguma de influenciar no debate e que levam a vida soltando pequenos "traques", sem resson�ncia alguma na opini�o p�blica. N�o h� estudo, n�o h� pauta, s� o velho fisiologismo de sempre. H� exce�es? H�. Calixto, talvez seja a �nica.
� triste, mas, na maioria das vezes, tais deputados, n�o passam de marionetes nas m�os do PT. E o que � pior, nem sabem disso. A maioria lutar� a vida inteira para ser "pol�tico", mas, na pr�tica, nunca superar�o o est�gio menor e a condi�o de fantoches do poder institu�do, seja ele qual for.
Os embates recentes revelam em cores vivas que o que falta para a oposi�o na Aleac � um articulador de bancada que consiga liderar o processo de constru�o do contradit�rio, t�o salutar para o processo democr�tico. Com tanto tempero ruim, o banquete de hip�critas n�o poderia ter comida mais indigesta. Naluh Gouveia ser� Conselheira do Tribunal de Contas do Acre sem preencher a maioria dos requisitos para tal.
Para finalizar, deixamos uma perguntinha para pensar na cama: se fosse o contr�rio, e a atual oposi�o estivesse no poder, qual seria o comportamento dos deputados que hoje comp�em a base governista? Ser� que apoiariam o N.Lima, por exemplo, para o cargo de conselheiro? � �bvio que n�o.
Edinei Muniz
Anibal, independente de ser a Nalu realmente acho que conselheiro do TCE não é exclusividade de algumas graduações de instituição de terceiro grau. Este debate porém leva a um comentário. Bem dos 3 poderes que constituem o estado apenas no judicário o topo da pirâmide é EXCLUSIVO de uma formação, no caso bacharel em Direito, os outros 2 (legislativo e executivo) nem exigem formação de terceiro grau e muito menos segundo. Já que os legislativo e executivo podem se valer de assessores nas diversas áreas para suprir possíveis deficiências não seria o caso de se expandir este procedimento para o judiciário? Já está mais do que provado que o judicário assim como os outros poderes não está livre de ter ladrões e canalhas, o mais importante então seria ter pessoas corretas e não exclusividade de uma determinada área do conhecimento.
Cadê o editor e responsável por esse blog? Seus posts estão fazendo falta. O que significa essa ivasão de textos de autoridades, com a participação ativa do censor mor florestal?
A continuar assim, dá no mesmo que ler a gazeta, tribuna e o rio branco.
Volta, Altino!
Corajoso anônimo, não lhe devo satisfação, mas aqui está uma recomendação: volte a ler o que bem entender. E, se preferir, páre de ler o blog.
Atenção, Anônimo das 2:45 PM. A sua interpretação está meio cpenga quanto a organização dos poderes. Veja como se arranja a estrutura do poder executivo. A escolha popular leva candidatos a exercerem funções apoiados por uma organização estruturadas em setores especializados. O corpo do secretariado é de base técnica. Por vezes vemos isso chegar a uma certa "bagunça" quando a partilha pós eleições não considera a necessidade de formação técnica para o preenchimento de cargos. Aqui, no Acre, ainda ouvimos muita gente tentar desqualificar quadros técnicas com a velha e batida frase: "é um cara inteligente, mas, muito teórico". Ainda perdura esse esforço de desqualificação dos quadros com formação superior. Mas isso, também, começa a mudar com a incorproação pela prática política de lideranças com formação superior.
No caso da estruturação do Tribunal de contas a desconsideração da necessidade de formação técnica aparece camuflada com a idéia de "notório saber". É tentativa de driblar a formação de um quadro técnico para as funções de avaliação das práticas administrativas do governo. Cria-se o tribunal e na própria lei de criação se inclui mecanismos para tornar o tribunal a imagem e semelhança dos governos. Deixa-se uma imensa porta aberta para formar o quadro de conselheiros com apaniguados.
O que é mais grave nessa história é que se desvirtua de forma absoluta o estatuto do notório saber. Quem pode aceitar que uma pessoa que tenha sido vereadora e/ou deputada tenha aprendido alguma coisa sobre administração pública? Basta acvompanharmos as discussões sobre plano de governo para termos uma idéia da visão que esse pessoal tem das estruturas administrativas do poder público em geral. Particularmente, muitos se quer conhecem como se estrutura o poder executivo, quanto mais sobre regras operacionais, rotinas e finalidades.
O título do professor Anibal Diniz é de uma prepotência absoluta. Num momento em que se desdobram discussões sobre a indicação da deputada Naluh para compor o quadro de conselheiros do tribunal de contas do estado, o professor, simplesmente, diz: ela é a conselheira e ponto final. Tomamos uma decisão e não cabe qualquer discussão sobre o assunto. Assunto fechado.
O que eu disso e afirmo é que para chegar a presidente, governador e prefeito (formam o "topo" do poder executivo) não é necessária a formação em um curso de nível superior (e nem segundo grau...). Para deputado e vereador (formam o "topo" do poder legislativo) não é necessária a formação em um curso de nível superior (e nem primeiro grau completo...). Para chegar porém ao topo da carreira do poder judiciário tem que ser advogado. A exigência de exclusividade de uma formação não tornou o judiciário melhor do que os outros poderes, muito pelo contrário, além de ter os mesmo defeitos (roubo, corrupção, nepotismo, tráfico de influência, etc) criou uma "casta" que se julga muito melhor do que todo o resto.
Grande Naluh.
Com certeza foi uma boa escolha para o estado.
Vida longa ao TCE. Esta frase, do Aníbal, denuncia que o mesmo ficou psicologicamente viciado em louvar o Rei. Exclamava-se "Vida longa ao Rei!" na idade antiga quando se comemorava seu aniversario ou suas vitórias. De tanto ajoelhar-se para dizer "Vida longa ao Jorge!" o coitado ficou chapado. Internem esse cara! Vida curta aos sabujos!
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