terça-feira, 7 de agosto de 2007

INVASÃO INDÍGENA

Atuação de madeireiras no Peru contribui para fuga de índios para o Acre. Grupo de oito índios assaltou casa de seringueiros no Acre.

Um grupo de índios do Peru não contatados (isolados) foi encontrado na semana passada em uma aldeia da Selva Amazônica localizada próxima à fronteira do estado do Acre com o Peru. Segundo Artur Meirelles, diretor suplente da Frente de Proteção Etno-Ambiental Envira, acredita-se que a fuga dos índios do Peru para o Brasil tenha sido motivada pela invasão de madeireiras, que estão destruindo os territórios indígenas.

Na quinta-feira (2), oito índios peruanos assaltaram casas de seringueiros da região. A invasão de índios do Peru já é registrada há cerca de dois anos, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Já foram registrados conflitos entre índios peruanos com tribos do Brasil.

“Não é a primeira vez que índios peruanos avançam a fronteira. As madeireiras estão atuando nas terras deles e, por isso, acabam vindo para o Brasil”, afirma Meirelles.

De acordo com Kleber Ramos Alves, assessor da diretoria ambiental do Ibama, essas invasões são recorrentes. “Há dois anos já notamos a entrada destes indígenas não contatados, mas este movimento tem se intensificado muito nos últimos seis meses.”

O Ibama informou que atua de duas formas para acabar com o problema. Por meio de reuniões com o Itamaraty, em busca de soluções para proteger a fronteira entre o Brasil e o Peru, e com o auxílio da Polícia Federal, para deter os invasores e repatriá-los. “Esses índios acabam entrando em conflito com as tribos do Brasil, que têm hábitos diferentes e disputam os mesmos recursos naturais para sobreviver."

As Frentes de Proteção Etno-Ambientais, que operam na Amazônia brasileira, respondem pela vigilância e fiscalização de uma área de cerca de 11,3 milhões de hectares de florestas praticamente intactas. Essas frentes monitoram os limites das áreas de uso dos índios isolados brasileiros, criando condições de segurança para que eles possam sobreviver.

Meirelles Júnior viajou para uma região próxima à das invasões. “Como é um local afastado, existe uma grande dificuldade de comunicação, mas a atuação da frente aparenta estar sob controle”, afirma Elias Bigio, responsável pela Coordenação Geral dos Índios Isolados, da Fundação Nacional do Índio (CGII/Funai).

Do portal G1

3 comentários:

Anônimo disse...

Altino, vou ler qdo chegar em casa, com bastante calma, o artigo aqui.
bjuxx!

Anônimo disse...

Briga de cacique grande

Diversas organizações indígenas condenam nomeação do antropólogo Mércio Pereira Gomes ao cargo de Relator da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Povos Indígenas, feita pelo Governo brasileiro , através do Itamaraty.

"A candidatura de Mércio Gomes constitui um afronta para os povos e organizações indígenas do Brasil, posto que, no tempo que este senhor foi presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), atuou sempre contra nossos interesses e aspirações".

Foi o que declararam os indígenas, em manifesto.

Bons motivos do Mércio

Os embates entre as organizações e o antropólogo tiveram início no primeiro mandato do presidente Lula, quando houve as paralisações na demarcação das terras indígenas.

Mércio Gomes foi um dos maiores responsáveis pela redução da Terra Indígena Baú, do povo Kaiapó, no sul do Pará.

Mércio também teve a coragem de declarar publicamente, em entrevista a uma agência internacional de notícias, que os povos indígenas têm muitas terras.

Por isso, o antropólogo propôs que o Supremo Tribunal Federal (STF) ponha limite às reivindicações territoriais dos índios – que acabam virando laranjas de grandes interesses transnacionais.

Anônimo disse...

Invasão indígena? Era o que faltava. Quem invadiu a região não foram os índígenas. Não sou especialista e tenho conhecimento nenhum sobre a forma de ocupação espacial do território pelos diversos grupos indígenas. Mas tenho certeza que essas terras servem, há muito mais tempo do que a borracha é considerada matéria prima industrial como região desses grupos. A pretensão de fazer cada grupo ocupar uma área restrita é invenção recente.