terça-feira, 21 de agosto de 2007

BONS MENINOS

Leila Jalul

Vi, com tristeza, a morte de dois meninos bons. Não os conheci de pertinho, mas pelo papel que desempenhavam, sei tratar-se de dois meninos bons. E úteis à sociedade.

O primeiro a ser brutalmente assassinado foi o Dantas. Numa cidade pequena, num Estado pequeno, quão difícil deve ter sido para esse menino assumir uma entidade malfadada pelo medo e pelo preconceito da doença que se pensou, desde o início, oriunda do pecado,

O segundo, o Andrade, assassinado dois ou três dias depois, era um professorzinho grande, de uma boa escola de periferia, cheio de bons propósitos para com seu alunado.

Tidos como bons filhos, bons amigos, bons meninos deveriam ser.

Hoje, ao ver a manifestação organizada pelo Germano, fiquei a questionar: estarão as autoridades levando este assunto na medida justa em que deve ser levado?

Qualquer pessoa que levante a voz, que perturbe a paz nefasta dos que não preferem ouvir, nem agir em defesa de nada além que seus postos, estará sujeito ao corte de cabeça, ou, no mínimo, poderá sofrer uma engravatada mortal.

Há, no entanto, uma parcela da população aguardando respostas. Quer sejam as mães, irmãs ou amigas e amigos do Dantas e do Andrade, esperamos a apuração dos fatos.

A luta é de todos.

Que os bons meninos tenham suas vidas fora das páginas policiais e que possam figurar, muito em breve, no rol dos que ousaram fazer o bem, ou na área da saúde ou na educação dos nossos filhos.

Germano, sua luta está começando agora. Deus lhe ajude a continuar. Conte comigo.

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