quinta-feira, 14 de junho de 2007

HOJE ESTOU CALMA

Leila Jalul

O Acre é e será sempre um bom lugar, considerando-se o Acre parte da Amazônia. Quem pede demais se engasga, naufraga ou morre no seco.

Nossas exigências devem ser compatíveis com as nossas possibilidades. Os saltos muito avançados podem ser perigosos. Essa floresta não se formou nem em oito, nem em nove, nem em dez anos.

Cada acreano, cada amazônida, despindo-se de vaidades personalistas, de ambições partidárias, há de entender o Acre se processando, Rondônia se equivocando, Pará se preservando para ser primeiro, ou se arrependendo por mais deixar morrer, Roraima se articulando, Maranhão se livrando das pragas e das sarnas e o Amazonas se industrializando,lutando e insistindo em valores regionais.

Devagar com o andor. O santo é de barro e mija de vez em quando. Abaixo todo o tipo de alopramento. Não é para ninguém relaxar e gozar. Tampouco para exigir o de imediato.

Eu amo o Acre e a Amazônia com todos os seus poréns. Calma! Calma! Marina é melhor do que Sarney Filho. Jorge é melhor que os pratrasmente, Binho é bom, até prova em contrário.

O cotidiano é intragável porque invalidamos e esquecemos os dias de ontem. Escapamos do envenenamento. Ainda só reclamamos? Deixe o homem trabalhar!

Calma, calma! Hoje estou calma.

A cronista Leila Jalul deixou o texto acima como comentário ao post "O emissário do Jorge".

4 comentários:

Saramar disse...

Altino, bom dia.
Essa menina é um furacão mesmo comentando.
Ela está certa: ir com muita sede ao pote pode dar em desastre. Ou o pote se quebra, ou se morre afogado.
Saudades, Leila.

beijos

Anônimo disse...

Que maravilha de texto; nas primeiras três linhas arrebata com sabedoria e firmeza. Depois, fala de política com poesia. Perfeito. O Acre agradece.

Anônimo disse...

Saramar e Maurício

Escrever sobre política (principalmente essa de partidos de homens partidos), nunca foi minha praia. Evito de todas as formas, embora, às vezes, não tão raramente, os dedos fiquem coçando para expressar meu sentimento em relação ao comportamento de alguns dirigentes, ou de figurinhas da imprensa, ou de um partido qualquer. Escrevo e não envio. Guardo os textos após extravasar minhas angústias.
Não tenho vinculação partidária com nenhuma agremiação, não recebo benesses de governos, não ganho DAS, nem procuro emprego,enfim, posso até dizer que vivo à margem disso. Meu filho, o único que tenho, é engenheiro, trabalha por conta, minha nora é médica, também autônoma e moram na Bahia. Assim, nem pessoas a "proteger" eu tenho.
O comentário que fiz não traduz meu amor pelo ex-governador Viana, tampouco pela Marina, muito menos pelo Binho. Vivo em considerável distância deles. Quero dizer: não frequento reuniões palacianas. Estou fora. Porém, não me custa dizer que Jorge, Tião, Marina, Binho e alguns outros que são mais visados, não são políticos de qualquer safra. São resultados de um investimento dos que quiseram um Estado com melhorias e isso vem acontecendo. Tenho meu naco de contribuição nesse investimento.
Pelo fato de ter alguns anos a mais que eles, conheço as diferenças e a origem de cada um. Até arrisco dizer que conheço o perfil psicológico de todos eles. Entre esta geração e a que passou (ou que ainda está passando), há uma diferença enorme e gritante. Eles também se conhecem e deverão saber conviver com as nuances das correntes ideológicas que optaram adotar.
O Acre, aos poucos, vai se estabilizando e se livrando das aberrações do passado. Eu sinto isso. Eu quero isso. Eles nos devem isso.
O resto é varejo.

Leila Jalul

Saudades do Acre disse...

Leila, até quando você responde com um comentário, ao comentário sobre um comentário seu, o texto fica gostoso de ler. É isso aí. Sem comentário. Abraço.