sexta-feira, 4 de maio de 2007

LIBERDADE

Os professores da rede pública deflagraram na segunda-feira movimento de greve no Acre. Desde então a greve tem sido ignorada pela imprensa, que prefere publicar notas e reportagens sobre os avanços da educação no Governo da Floresta.

O governador Binho Marques (PT) e sua assessoria de imprensa bem que poderiam "autorizar" a imprensa a divulgar a versão dos sindicalistas pela greve. Apenas a versão do governo causa a sensação de que vivemos em Cuba ou na China.

- Faremos um governo participativo, que não vai ter medo do debate - costuma afirmar o governador.

Está na hora de provar que é verdade e que o uso do cachimbo não vai deixar torta a gestão dele.

Com certeza a versão da imprensa para os fatos seria outra caso o governo estadual não tivesse aditivado no mês passado o contrato de publicidade no valor de R$ 7,5 milhões com a agência Companhia de Selva.

4 comentários:

Editor disse...

Altino,o atual movimento grevista da educação tem um conteúdo simbólico dos mais importantes.No DNA da greve está um forte sentimento de libertação. O que exigimos é mais respeito e dignidade. Quem Carioca e Sergio Roberto pensam que são? Mais respeito seus hipócritas!

A categoria pode até não ganhar nada, mas o recado já foi dado e isso já uma grande vitória.

Editor disse...

O que exigimos de Binho, como ponto de partida, é a retirada imediata da Sergio Roberto e Carioca da mesa de negociações. Esses dois sujeitos, não apresentam propostas, apenas golpe. Eles enfraquecem os sindicatos e depois fazem conchavos para atingir o conjunto inocente dos trabalhadores.

A discussão não é salário, é o próprio conteúdo do modelo de gestão autoritário e excessivamente politiqueiro que domina a secretaria de educação e que é o principal responsável pelo seu fracasso.

Editor disse...

Movimento pela informação transparente
Altino, ajude a fazer o debate.




Carta Aberta ao governador Binho Marques
Educadores em luta exigem liberdade para pensar e produzir

Edinei Muniz

O atual movimento grevista da educação, imposto a contragosto das direções sindicais, está servindo para mostrar, sem máscaras, e o que é pior, sem preocupações com pudores, o nível de atraso e de entrega vivido pelos movimentos sociais do Acre e as manobras golpistas da secretaria de educação para atingir os trabalhadores e a própria educação.

Os sindicatos hoje, só tem servido para uma coisa, encher dos piores vícios da política as pseudo-lideranças que lá estão. Está longe de ser a melhor escola de formação política. Os sindicatos não formam, ao contrário, deformam, aviltam, empobrecem o debate, e o que é pior, não unem. Sindicato que não une os seus, pode ser tudo, menos sindicato. É preciso uma reflexão profunda que encaminhe a superação da atual etapa.

A situação é de absoluta barbárie ética e de intransponível miséria moral. É triste, dói ter que relatar tudo isso, mas infelizmente é a verdade. Não há por parte dos dirigentes os menores resquícios de preocupações com o que efetivamente é a proposta do conjunto da categoria, o que tem contribuído perigosamente para a perda de legitimidade dos movimentos. Devemos lutar e resistir às manobras governistas de desmoralização das lideranças sindicais. Um novo sindicato, moderno, eficiente e independente precisa surgir.

A atual relação imposta pelo governo, transformou os sindicatos em estruturas corruptoras do sentido concreto dos próprios valores, só isso e nada mais. O batismo do movimento sindical, nos moldes da atual conjuntura, é um banho deletério na própria consciência. Tudo se dá por uma razão simples: Não há valor ético e moral que sobreviva às imposições do poder autoritário.

É aí que reside a parcela de culpa do governo, e que talvez justifique a reação através da greve. É por isso que reafirmamos: Respeito é a nossa maior exigência. Inclusive, infinitamente maior do que todas as demais demandas reivindicadas.

Entendam, senhores do governo, a greve é por dignidade, não é por salário. É fácil atendê-las, basta que reformulem o modelo de gestão impositivo e sem conteúdo que está em vigor. Tratar a educação como se fosse propriedade de “grupelhos” politiqueiros, esfacela a rede e empobrece a qualidade da educação. É uma pena que os senhores não percebam o que é tão óbvio.

O que os professores querem é dignidade para pensar e produzir e não ter se submeter o tempo todo ao comando de figuras carimbadas que não pensam nada e só servem para atrapalhar. A secretaria não ouve o chamado das boas idéias, o que faz é enclausurar e isolar a boa vontade dos educadores. Não há uma rede de ensino com trânsito de boas idéias. É sempre a politicagem que dá o tom. Chega! Respeitem a educação!

Na Secretaria de Educação exigimos a presença de quem pensa e vive a educação. Está faltando, todos sabemos, magnetismo por parte da secretaria para atrair os melhores quadros. Isso se dá porque certos partidos acabaram se encastelando na estrutura de poder, ao mesmo tempo que foram se afastando do compromisso por uma educação melhor para todos. É gente que trata a educação com feudo. É uma pena, governador, que a secretaria tenha que ser burocrática e cartorial. Não é por outra razão que está chovendo no molhado, oscilando numa margem de avanço insustentável que não empolga. Faça da melhoria da educação uma meta de governo. Avançar, até avançamos, porém, não tem sido um avanço consistente. É débil e facilmente recuará.

O que queremos, senhor governador, é um choque de boa vontade e de inovação na condução dos rumos da educação do Acre. Será que não dá para que pelo menos a secretaria de educação seja menos politiqueira?

Parem com esse desrespeito absurdo de ficar tratando todos como se os senhores fossem detentores do monopólio da razão. Se ninguém tem coragem para dizer, eu digo: Os senhores estão longe de serem senhores da razão. Onde fica o pluralismo tem necessário no debate?

O que queremos governador, é criar um clima amistoso. Queremos tão somente o direito de contribuir. Não se faz educação de qualidade sem que haja uma canal de diálogo permanente com quem pensa e vive a educação diariamente. A mão que dar o salário, melhor do Brasil, como vocês dizem, deve ser a mesma que agora é cobrada par dar a auto-estima.



Edinei Muniz é professor

Editor disse...

Cobramos a presença do professor Henrique Afonso na mesa de negociações, junto com Naluh e os dois secretários. Exigimos explicações sobre os problemas com as prestações de contas e um debate franco e honesto sobre o FUNDEB e a real situação das contas do estado e do município.