segunda-feira, 30 de abril de 2007

TIÃO VIANA REAGE

O senador Tião Viana (PT) não escondeu a irritação ao telefonar para o antropólogo Terri Vale de Aquino, que se recupera em Manaus de uma cirurgia, para reclamar do conteúdo da coluna dele, Papo de Índio, publicada pelo jornal Página 20, que neste final de semana trouxe o artigo "Petróleo, gás, estradas e populações tradicionais no Alto Juruá", de autoria dos antropólogos Edilene Coffaci de Lima, Mauro Barbosa de Almeida e Marcelo Piedrafita Iglesias.

Tião Viana argumentou que em várias ocasiões já afirmou que a exploração de petróleo no Acre não será feita em terras indígenas e unidades de conservação, mas que o artigo insiste nesse ponto. O senador recusou o telefone de Marcelo Piedrafita Iglesias, com quem Aquino divide a edição da coluna, para que pudesse expor seu ponto de vista.

Terri Aquino ofereceu, ainda, espaço no Papo de Índio para a publicação de uma resposta, mas o senador respondeu que seus amigos estarão prontamento respondendo ao artigo na imprensa.

Espera-se argumentos sólidos para contrapor aos dos antropólogos e não a velha estratégia de personalizar acusações com coisas do tipo, oportunismo, morador de grande cidades, ambientalistas de ar-condicionado e outras baboseiras do gênero.

Se bem conheço o Acre e os seus políticos, o Papo de Índio está com os dias contados.

Crimes contra a humanidade
Vários veículos de comunicação destacaram neste fim de semana que o presidente do Equador, Rafael Correa, acusou a companhia americana Texaco de "crime contra a humanidade" pela poluição na Amazônia.

"O que a Texaco deixou na Amazônia equatoriana representa 30 vezes mais que a catástrofe do Exxon Valdez", afirmou Correa no sábado, em seu programa semanal de rádio.

"Trata-se de um crime contra a humanidade. Deve-se examinar a possibilidade de um processo, porque aldeias indígenas inteiras desapareceram por causa da poluição na Amazônia", prosseguiu Correa, um economista socialista muito popular no Equador, no poder desde o dia 15 de janeiro.

Texaco, que extraiu petróleo entre 1964 e 1990 na selva equatoriana e afirmou ter investido US$ 40 milhões em 1998 para despoluir a zona, é objeto de processos na justiça de comunidades indígenas que lhe pedem seis bilhões de dólares.

O presidente equatoriano já anunciou a intenção de retomar o controle do setor petrolífero reexaminando todos os contratos de exploração de petróleo. Todos seus novos projetos são orientados para a China e os países latino-americanos, entre os quais Venezuela e Brasil.

O petróleo é uma das principais fontes de financiamento do Equador, com quase sete bilhões de receitas na exportação no ano passado. As companhias estrangeiras garantem pouco mais da metade (53,8% da produção diária do país (536.000 barris por dia em 2006), que é o quinto maior produtor de petróleo da América do Sul.

4 comentários:

Unknown disse...

Se não fecharem o Papo daqui até o próximo domingo, o próximo Papo será meu falando do atual mudanças na política indígena no Estado com os povos indígenas e sobre prospecção de Petróleo.
Rezem para que não fechem o Papo daqui até lá.

Abraços e hasta pronto
Joaquim Tashka

lindomarpadilha.blogspot disse...

Caro Joaquim Tashka,

Então se prepare pois, já tem um ilustre engenheiro (matéria publicada no Pagina 20) criticando os escritores do Papo de índio e tentando falar em nome dos índios, ou tentando se dizer conhecedor, mais que outros, da realidade acreana. Sempre com aquele papo de que quem escreve escreve em salas com ar condicionado etc.

Bom trabalho e bom papo para você.

Lindomar Padilha

Eliane Fernandes disse...

O papo de índio não pode ser fechado. E se for, isto terminará com toda a credibilidade da imprensa acreana, que já tem má fama e também acabará com a credibilidade dos políticos. Vida longa ao Papo de Índio!!!
Eliane Fernandes

Unknown disse...

Certeiro, Altino!
O Papo de índio foi silenciado há muito, inclusive, artigos super importantes sobre o tema do petróleo e gás no Acre, não existem mais. Lamentável !