terça-feira, 16 de janeiro de 2007

AO PAI DO ACRE

Evento no Panteão da Pátria vai lembrar Plácido de Castro

O Governo do Distrito Federal promove no próximo dia 24 uma homenagem a Plácido de Castro, militar responsável pela vitória das tropas brasileiras na disputa que culminou com a devolução do Acre ao território brasileiro, por parte da Bolívia. O secretário de Cultura, jornalista Silvestre Gorgulho, informou que às 11 horas haverá a abertura de uma exposição sobre o chamado "Pai do Acre", como é conhecido Plácido de Castro, quando serão convidadas várias personalidades acreanas e autoridades brasileiras.

O governador José Roberto Arruda já convidou pessoalmente a ministra Ellen Grace, presidenta do STF, que confirmou sua presença, e pretende convidar, ainda, várias personalidades acreanas como o governador Binho Marques, o ex-governador Jorge Viana e seu irmão senador Tião Viana (PT), além da ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, Glória Perez, autora da minissérie "Amazônia", e o ex-ministro Jarbas Passarinho.

Desde 2004 o nome de Plácido de Castro (1873/1908) compõe o Livro dos Heróis da Pátria – no Panteão – ao lado de outros oito brasileiros tidos como heróis nacionais. Para Silvestre Gorgulho, a data de 24 de janeiro foi intencionalmente escolhida, pois nesse dia, em 1903, aconteceu a rendição das tropas bolivianas.


Memória
Da cidade gaúcha de São Gabriel aos rincões da Amazônia. Este foi o caminho do militar Plácido de Castro (1873/ 1908) - responsável pela derrota das tropas bolivianas instaladas na região, e, por conseqüência, pela anexação do Acre ao território brasileiro. À época, o atual estado do Acre fazia parte da América espanhola, de acordo com os Tratados Hispano-Portugueses de 1750 (Tratado de Madrid), 1777 (Santo Ildefonso) e 1801 (Badajoz).

Após a independência das colônias espanholas, o Brasil reconheceu aquela área como boliviana, por meio do Tratado de Limites (1867). Em 1900, as queixas dos seringueiros se repetiam e a guerra explodia na selva. Lideranças acreanas procuraram, então, um jovem gaúcho radicado em Manaus, Plácido de Castro, para entregar-lhe o comando do movimento de libertação.

Plácido de Castro se indignou ao saber que uma companhia anglo-americana - a Bolivian Syndicate - iria arrendar o Acre boliviano. Isso o levou a liderar um exército formado por seringueiros, índios, ribeirinhos e outros habitantes da então região longínqua da Amazônia. Depois de seis meses de combates, Plácido conseguiu, em 24 de janeiro de 1903, libertar o Acre do domínio estrangeiro e torná-lo brasileiro.


Panteão
Criado para homenagear os heróis nacionais, o Panteão foi construído e doado ao governo do Distrito Federal pela Fundação Bradesco. Tem três pavimentos e área construída de 2.105 m². Sua edificação lembra o formato de uma pomba e foi inaugurado pelo presidente José Sarney, em 7 de setembro de 1986.

Atualmente, são nove os brasileiros homenageados como heróis nacionais:

Alberto Santos Dumont (Pai da Aviação e patrono da aeronáutica brasileira)

Almirante Barroso (comandou a força naval brasileira na Batalha do Riachuelo)

Almirante Tamandaré (patrono da marinha brasileira)


D. Pedro I (que proclamou a Independência)


Duque de Caxias (patrono do exército brasileiro)


Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (líder da Inconfidência Mineira)


José Plácido de Castro (lutou pela anexação do Acre ao território brasileiro)


Marechal Deodoro da Fonseca (responsável pela Proclamação da República)


Zumbi dos Palmares (líder do Quilombo dos Palmares, no século XVII)


Recebi do jornalista Silvestre Gorgulho, secretário de Cultura do Distrito Federal, a seguinte mensagem:

- Mestre Altino: meu abraço e minhas homenagens por sua fantástica sensibilidade e seu maravilhoso blog. Caso você tope vir, lhe mando passagem e reservo hotel em Brasília. Será um prazer muito grande recebê-lo. Estamos convidando toda a colônia acreana da Capital para a homenagem. A ministra Ellen Grace, presidente do STF, já confirmou sua presença e ainda fez um pedido: "quero levar meu pai, José Barros Northfleet, que sempre foi fã incondicional de Plácido". O governador José Roberto Arruda vai convidar também sua amiga Glória Perez, o governador Binho Marques, a ministra Marina Silva, o ex-governador Jorge Viana e o senador Tião Viana. Abraço grande.

Caro Silvestre, no momento estou mais uma vez desempregado e lamento por não poder atender ao seu honroso convite. Os leitores deste blog podem conferir o artigo "Uirapuru: ave símbolo do Acre", de Silvestre Gorgulho, no qual o jornalista mostra que a simbologia das aves tem ligação com a história.

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito jovem (quase uma menina ainda por assim dizer) trabalhei por quase três anos como secretária do deputado Ronaldo Passarinho (Deputado Estadual do Pará). Estávamos ligados com Brasília o tempo todo e Jarbas Passarinho (tio de Ronaldo) era nessa época Senador pelo Pará. O mesmo escritório acessorava o Senador em Belém, que aliás recebiamos (de praxe) todas as vezes que se encontrava na cidade. "Tio" Jarbas quando soube que eu era Acreana,- pois Ronaldo lhe disse-, veio falar comigo. Eu achava que ia dizer algo lisonjeiro evocando a "terrinha", imaginei quem sabe, vai pronunciar algo, em referência ao fato de sermos conterrâneos? ... esperei. Ai ele me disse "Vc me faz pensar a um pé de Jatobá!" (?) ) Ele é muito sério mas pode ser muito brincalhão, melhor dizer, tem um grande senso de humor. Mas isso me confundiu. Pensei: "Jatobá"? Porque "Jatobá"? O que ele queria dizer com isso? Um elogio? Estava tirando um "sarro" da minha cara? Mas não era o gênero dele. Só podia ser uma coisa boa, vindo de um homem tão ilustre e inteligente. Será que é porque ele me achava alta?, pensei. Ficou por isso. Mas o fato é que ele mesmo falar sobre o Acre... nenhum comentário. Falar do Acre... nada. Nada típico entre dois acreanos que se encontram. Nem sequer aquela famosa pergunta "De onde, de Rio Branco? Do primeiro ou do segundo distrito ou melhor - do outro lado? De que família?" etc... Como era muito jovem (e apenas uma secretária) e ele um homem idoso, muito sério, famoso pelo seu pudor (e importante), imaginei sua reserva e seu "Silêncio Acreano" uma ambiguidade necessária.
Durante essa convivência que era apenas profissional, sei (aliás todo Paraense que preze sabe) que ele sempe teve um grande orgulho ( de peito cheio) pela estrêla Paraense que ele carregou ao longo de sua vida (sobretudo) politica... Hoje lí no seu blog Altino, a homenagem em Brasília, entre outros a PLACIDO DE CASTRO e a lista de convidados Acreanos que fizeram/fazem a história Moderna do estado do ACRE. Convite ao "Tio" Jarbas. Claro. Jarbas Passarinho. Acreano. De Xapuri.... Eu e minhas memórias.... Me faz pensar naquela velha história. Quem é mãe/pai "verdadeiro"- o que cria ou que adota?

Anônimo disse...

esse texto muito emocionante parabenas a todos que fizeram !!!!!!

muito emocionada meus agradecimentos^^!!......