quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

OPERAÇÃO DESMONTE

Mais de 10 mil m³ de madeira irregular já foram apreendidos pelo Ibama no distrito de Vista Alegre do Abunã, situado 80 quilômetros após a Vila Extrema, na divisa do Acre com Rondônia. Existe a expectativa de que a apreensão de madeira irregular atinja 15 mil m³ até o final da Operação Desmonte.

A região da Ponta do Abunã, na divisa com os dois estados, virou terra sem lei nos últimos anos, após o Acre perder para Rondônia, no Supremo Tribunal Federal, a pretensão de sua posse. Madeireiros, pecuaristas e foragidos da justiça se estabeleceram e iniciaram a exploração da região, onde crimes ambientais e assassinatos ocorrem sem controle das autoridades de Rondônia.

O Ibama informa que a madeira apreendida será usada na construção de casas populares. Anteontem, durante o primeiro dia da operação, as equipes conseguiram localizar 4,8 mil m³ de madeira irregular, que estava separada por espécie: maçaranduba, cedro, cumaru-cetim, cumaru-ferro etc. Apenas com a primeira apreensão é possível a construção de 900 casas populares.

A madeira estava estocada em um local próximo à sede de várias madeireiras supostamente irregulares. No mesmo dia a madeira começou a ser transportada para Rio Branco, onde está sendo estocada no depósito da Fundação de Tecnologia do Estado Acre (Funtac). Toda madeira que for apreendida durante a operação será doada - 50% ao Governo do Estado, para a construção de casas populares, e o restante para a presídio estadual e o Exército.

Participam da Operação Desmonte 180 homens e mulheres da Policia Federal, Exército, Pelotão Ambiental, Policia Militar e Ibama dos estados do Acre e Rondônia. O acampamento da operação foi montado três quilômetros após o distrito de Vista Alegre do Abunã, onde as equipes contam com apoio de um helicóptero.

No local existem 35 serrarias, que começaram a se instalar a partir de 2000. Mesmo sem nenhuma estrutura, mais de 5 mil famílias vivem na região.

- O dano ambiental é complicado de ser reparado. As árvores tiradas ilegalmente levaram centenas de anos para alcançar a idade adulta. O importante é que o crime ambiental será transformado em benefício social - afirmou o superintende do Ibama, Anselmo Forneck, que coordena a operação.

A mobilização do Ibama envolve os escritórios de Cruzeiro do Sul e Sena Madureira, no Acre. A segunda etapa da operação começa no final de semana, quando será feito o desmonte das serrarias que nãoconseguirem apresentar a documentação exigida para funcionamento.

3 comentários:

Anônimo disse...

Só espero que a madeira apreendida não seja para construir casas populares dentro de terras indígenas.

Lindomar Padilha

Anônimo disse...

A retirada ilegal de madeira tem que ter um fim!

Anônimo disse...

Hoje, pela manhã, os índios Apolima-Arara ocuparam a sede do Ibama em Cruzeiro do Sul para pedir que o órgão deixe de fornecer autorização para retirada de madeira de dentro da terra deles. Pode?