quarta-feira, 29 de novembro de 2006

A VERGONHA DA CORTE

O desembargador Samoel Evangelista, presidente do Tribunal de Justiça do Acre, abraçou mesmo a causa em defesa de cinco membros da corte cujos salários variam de R$ 25 mil a R$ 27 mil. O teto dos desembargadores é de 90,25% do subsídio de um ministro do STF - ou de R$ 22.111.

Evangelista saiu da reunião com a ministra Ellen Gracie, presidente do STF, com a boa-nova de que não haverá corte nos salários acima do teto legal determinado pela Constituição.

Soa como sofisma a alegação dos magistrados acreanos de que os salários não estão acima do teto porque o que excede é destinado à contribuição previdenciária de quem completou o tempo de serviço e já deveria estar aposentado.

Para exibir altivez ética e não parecer que advoga em causa própria, o desembargador Evangelista deveria se conduzir de modo transparente.

Bastaria revelar os nomes e os respectivos valores dos salários de cinco cidadãos supostamente honestos que não podem ser confundidos como marajás num Estado onde o escambo ainda pontua algumas relações sociais.

Os magistrados do Acre não deveriam se envergonhar de revelar à sociedade os salários pagos pelo contribuinte. O que eles tanto escondem?

A Assembléia Legislativa do Acre foi condenada hoje pelos desembargadores a pagar R$ 9 milhões que foram descontados desde 2002 dos salários dos marajás do Legislativo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Soaria minimamente coerente se a defesa fosse feita para o salário de todo trabalhador brasileiro em identica situação. Altino vc já ouviu falar que alguem, mesmo que ganhando menos que o teto, tem alguma "compensação" por estar na ativa além do tempo da aposentadoria? Bem depois da posição no CNJ gostaria de saber quem vai controlar/monitorar o CNJ...

Anônimo disse...

O Altino foi no ponto exato: por que os nomes não são revelados? O que mais falta é coerência, o q significa desrespeito à sociedade. Ministério Público, pode-se processá-los por isso?