terça-feira, 29 de agosto de 2006

BLOGS DESAFIAM A CENSURA

Vários veículos de comunicação do país estão proibidos por uma decisão judicial de divulgar qualquer informação sobre uma conversa telefônica que envolveu o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz (PMDB) e o advogado dele, Eri Varela, candidato a deputado federal pelo PMDB.

Varela já atuou na defesa de duas personalidades do Acre, o ex-governador Orleir Cameli e o ex-deputado Hildebrando Pascoal. O advogado divulgou o conteúdo da conversa na presença de 500 convidados, em Brasília, durante o lançamento da candidatura.

O conteúdo está disponível no blog do jornalista Ricardo Noblat. Afaste as crianças e ouça a conversa telefônica de Roriz e Varela. Basta clicar aqui.

Enquanto isso, recebo do Amapá mensagem da jornalista Alcinéa Cavalcante:

"Caro Altino,


Se puderes me ajudar, repassando para os teus contatos, ficarei muito agradecida. Acabei de postar o texto que segue.

Beijos

Alcinéa

A TESOURA, O BANDO E A QUADRILHA

Nunca vi ninguém com mais apego à tesoura da censura do que o senador José Sarney (PMDB-AP), candidato à reeleição.

De quinta-feira até ontem, a coligação de Sarney deu entrada no TRE do Amapá com sete representações contra este blog, chegando ao absurdo de pedir até a retirada de comentários dos leitores.

Nas representações, a coligação reclama da relação de links publicadas aqui, condena a troca de informações entre os blogs e chama os blogueiros de criminosos ao afirmar que "é inaceitável que indivíduos que se dizem jornalistas armem uma longa teia de comunicação na Internet para a prática de crimes."

A coligação de Sarney diz que os jornalistas e internautas que dão opinião desfavorável ao senador fazem parte de "um bando", que vive a convocar "eleitores e mais jornalistas e internautas a comporem esse bando, inclusive de outros países".

Chamar de criminosos para os cidadãos que não apóiam sua reeleição é o retrato do desespero e da insensatez de um homem que aparece na televisão, todo orgulhoso, metido no fardão de imortal da Academia Brasileira de Letras.

Senador, cada vez que o senhor aponta sua tesoura na minha direção eu me sinto feliz por fazer parte desse bando que tem dignidade, que não abaixa a cabeça, que luta pela democracia e pela liberdade de expressão – coisas que lhe causam profunda irritação.

E tenha certeza que jamais trocarei meu bando por qualquer quadrilha a qual o senhor pertença ou venha a pertencer, mesmo que seja uma quadrilha de São João".

Um comentário:

Anônimo disse...

O Roriz conhece muito bem o Arruda. Ele sabe do que tá falando.