domingo, 13 de agosto de 2006

ACREANO DE TERESÓPOLIS

Altino.

Grande prazer falar com você. Em primeiro lugar, parabéns pelo teu blog. Gostei muito mesmo. É engraçado que ele me remeteu à época em que alguns grupos independentes do Acre tentavam levar a cultura, a arte e a notícia pras bancas de jornais em tablóides como o "Varadouro".

Hoje, apesar de ter mudado o meio, resistem pessoas que insistem nessa benfazeja prática de levar coisas tão importantes para o ser humano, e, em especial, coisas tão importantes pro povo e pra cultura da nossa terra. O teu blog e você são exemplos claros desse tipo de resistência.

Rapaz, fiquei muito feliz por poder ler coisas sobre o grupo
"Semente", que eu lembro bem, sobre o Branco, Ariosto, Binho, pessoas que conviveram comigo na adolescência, e, melhor ainda, saber como eles andam e o que estão fazendo.

Por aqui, muito trabalho. Sou músico, cantor e compositor e toco em hotéis, bares, restaurantes, teatros, festas particulares e clubes e onde mais aparecer. Acabei de chegar do Rio, onde toquei num clube, lá na Barra, de 12h às 6h, com um intervalo apenas. Tô morto.

Tenho tentado divulgar meu disco. Aliás, tem um com o Ulisses, meu irmão, aí em Rio Branco. Não sei se você tem o contato dele. Queria que você ouvisse e desse uma opinião. É meu segundo CD, e tem uma roupagem bem pop. É um formato que me agrada bastante, apesar de me considerar um verdadeiro camaleão na música. Imagine que estou querendo montar um novo projeto de samba e forró. Nada a ver com esse disco.

O elo integrador entre todos esses trabalhos é que são todos autorais. São todas músicas minhas, que eu tento divulgar por aí. Daí que você deve imaginar a minha dificuldade em responder a perguntas do tipo: "qual é o teu estilo?" ou em outras palavras, "em que rótulo você se encaixa?". Eu gosto de (quase) tudo. E gosto de fazer (quase) tudo. Aí é meio difícil de definir. Mas se der, dê uma sacada no disco.

Além disso, temos uma ONG aqui, que trabalha com música, pintura, desenho e teatro. É muito bacana. Trabalhamos com projetos sociais e pelo menos dois espetáculos com artes integradas por ano, espetáculos que na maioria das vezes escrevo o texto e faço as músicas, ou escolho a trilha, se não forem músicas inéditas. Esse instituto, o Integrartes, é quem tem garantido o leite das crianças. É muito bacana e tem funcionado muito bem.

Bom, não sei se você é pai, mas se é, parabéns. Eu estou um pouco apressado, pois além de ter trabalhado hoje o dia inteiro, dirigido bastante (daqui pra Barra são duas horas de ida, duas de volta), ainda vou sair pra comer uma pizza com as crianças. Depois nos falamos com mais calma.

Tenho estado vez em quando com o
César Garcia Lima. Temos nos falado sempre por e-mail ou Orkut. Agora ele está na Flip, em Parati. Ele voltou maravilhado com o Acre.

Conte as novidades daí.

Grande abraço pra você e pra todos os amigos já citados.

Fernando Mello

Estudei com Fernando Mello e Ulisses no colégio São José, dos padres, em Cruzeiro do Sul, no extremo-oeste brasileiro, onde nascemos. Ulisses é professor de educação física e técnico de futebol em Rio Branco. Vivemos na mesma cidade, mas não nos vemos há pelo menos 10 anos. João R. T. de Mello Neto, o irmão mais velho deles, é doutor em física e professor da UFRJ, mas há mais de 20 anos perdemos o contato. Fernando mora em Teresópolis (RJ). É um grande coração.

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