sábado, 5 de novembro de 2005

PERFIL: ANDRÉ MUGGIATI


Nome: André Muggiati
Profissão: Assessor de imprensa
Idade: 37 anos
Onde está agora: Assessoria de Comunicação da Campanha Amazonia, da ONG Greepeace
Carreira: Folha de S. Paulo, Amazonia.org.br, entre outros.

Saiba mais:

O jornalista André Muggiati procura fazer da criatividade uma arma a favor do seu objetivo: levar a questão ambiental para a grande mídia. Ele, ao lado de Tica Minami, trabalha na assessoria de Comunicação da Campanha Amazônia da ONG Greepeace. A questão ambiental sempre chamou a atenção de Muggiati. Deixar Manaus? Nunca. Ele já havia trabalhado na região como correspondente da Folha de S. Paulo, mas cobrindo não apenas meio ambiente, como também Política, Economia etc. E decidiu voltar para morar e trabalhar com o apoio da família.

“Não existe uma Amazônia, mas várias Amazônias”. Muggiati fala, encantado, da região. Ele lamenta que a maioria dos brasileiros tenha pouco interesse em conhecer a Amazônia. “O estrangeiro tem um olhar muito mais atento. A grande maioria dos turistas é de fora do País”.

Ele concorda que o turismo seja caro. “Mas na hora de pensar em férias, o brasileiro dá prioridade ao Nordeste, Europa, Estados Unidos. Não tem curiosidade de ver o que é realmente a Amazônia, que ocupa quase 60% do território brasileiro. Quem diz que conhece o Brasil e não veio para cá não sabe nada”.

A idéia errada da população brasileira a respeito da região deve-se, na opinião dele, à cobertura “fraquíssima”, nas palavras do perfilado da semana, da mídia. Ele não credita isso aos colegas que trabalham na região, mas aos veículos de Comunicação, que pouco investem e pouco se interessam pela Amazônia.

Para incentivar a cobertura, ele e a colega Tica precisam ser criativos. E é preciso mesmo muita criatividade para superar essa barreira com a mídia. Todo ano os veículos divulgam os índices do desmatamento, só que “fora do contexto”. Na análise de Muggiati, a imprensa não aborda as razões do desmatamento. “As pessoas gostam de falar, por exemplo, do agronegócio, só que ninguém menciona o efeito secundário dessa cultura, que é avanço da soja sobre a Amazônia”.

Já sabendo que os dados seriam divulgados, ele e Tica convidaram jornalistas para sobrevoar áreas desmatadas. O trabalho surtiu efeito: a mídia cobriu mais e melhor, principalmente quando houve uma distribuição internacional dos dados do desmatamento. “A mídia nacional ficou ainda mais atenta”, diz o jornalista, feliz por conseguir as primeiras páginas de jornais como Le Monde, El País e The Independent.

Outro exemplo do trabalho de Muggiati foi a enquete no site do Greepeace para que o público escolhesse o maior responsável pelo desmatamento na Amazônia. O empresário e governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, foi o vencedor, com 10 mil votos. “A gente convidou o pessoal do Pânico na TV para entregar o Prêmio Motosserra de Ouro a ele. Foi engraçadíssimo”. O resultado? Maggi, pela primeira vez, convidou o Greenpeace para uma reunião. “Queremos que pessoas como ele passem a ver a questão ambiental de outra forma”.

A carreira
Muggiati trabalha na assessoria de comunicação da Campanha Amazônia da ONG Greenpeace desde junho de 2004. Trabalhou como free-lancer e consultor em meio ambiente.

Formado pela ECA-USP e especializado em questões socioambientais, Muggiati começou a carreira em 1994 como correspondente em Manaus da Folha de S. Paulo. Ele foi editor do site Amazonia.org.br.

Em 2001, o jornalista freqüentou o curso de jornalismo ambiental da Universidade de Kalmar, na Suécia. Depois, cobriu a conferência Rio + 10, em Johanesburgo, frazendo frila para muitos veículos, entre eles a revista Superinteressante.

Durante um ano Muggiati fez o treinamento de lideranças LEAD (Leadership for Environment and Development) e foi consultor na elaboração do Plano para o Controle e Combate ao Desmatamento na Amazônia, para o Ibama / MMA (Ministério do Meio Ambiente).

Também moderador da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental, André Muggiati produziu e editou os documentários "Mamiruá - a luta para salvar a maior reserva de várzea do mundo" (2000) e "O próximo acidente da Petrobras". Ele também publica textos pessoais no blog Ruínas Circulares.

Fonte: Comunique-se

Um comentário:

Anônimo disse...

estou feliz de encontrar seu site - eu vi as fotografias no Reuters de seca na Amazônia mas só hojé que eu encontrei conexão brasileiro nessa situaçao - sabe que o problema é bem simples - pocos de sites que têm as palavras em inglês e também em português entendeu, estão muitas pessoas querendo informação mas não encontram as fontes, vontage não é bastante - obrigado, Davi.