
Moisés Diniz
Estimado jornalista Altino Machado,
Em primeiro lugar, gostaria de reconhecer que o seu blog tornou-se o principal espaço de debate sobre prospecção de petróleo e gás no Acre. Os demais meios de comunicação, quando abordam o tema, atiram com "Espingarda de Mazzaropi". O seu blog, de fato, virou uma ferramenta eficiente anti-petróleo.
Nesse sentido, gostaria que você pudesse publicar essa opinião, nesse espaço democrático e sem donos.
Inicio esclarecendo que ainda não me posicionei sobre a exploração de petróleo e gás no Acre. É que eu não quero fazer como aquele pai que compra o enxoval antes de saber se a mulher vai parir menino ou menina.
Eu estou debatendo prospecção! A minha proposta de audiência pública da ANP, a ser realizada no Acre, é uma das prerrogativas das populações locais, garantida na Lei do Petróleo. Isso significa dizer que a população do Acre não estava utilizando um instrumento de consulta fundamental, considerando que o pregão nº 12/2007 já havia sido divulgado, conforme você mesmo demonstrou, sem a prévia realização da audiência pública.
Assim, a audiência pública é uma oportunidade especial para que os técnicos da ANP confrontem suas informações científicas e econômicas com as preocupações ambientais e sócio-econômicas do povo do Acre. Se daí vai nascer o consenso ou o dissenso, só saberemos depois.
Quanto à prospecção, eu tenho uma opinião formada. Estudei os modelos de prospecção de gás e petróleo e pesquisei as experiências em regiões florestais. Acho que você poderia ajudar muito na construção de um consenso em torno da prospecção. Quanto à exploração, por que a gente não deixa o debate para depois da descoberta ou não do que temos no nosso subsolo?
Será que o Acre não tem peito para explorar ou barrar uma possível exploração de petróleo e gás em nossas terras? Há inúmeras regiões do globo onde se descobriu petróleo e gás, mas as populações locais barraram a sua exploração. Sinto que há um medo velado aqui no Acre. Acho que esse debate tem que sair da "magia" e adentrar a ciência, sem retirar o calor necessário das divergências, inclusive ideológicas.
Quanto à prospecção em terras indígenas e no seu entorno, a possibilidade é zero! Qualquer manifestação nesse sentido, inclusive com propostas indecentes no Congresso Nacional, de emendar a Constituição, terá a oposição combativa de todos nós.
No mais, acho salutar o debate que você vem fazendo! Só estou com um problema: não estou podendo imprimir os bons textos do seu blog para levar à Assembléia Legislativa, porque cada cartucho de toner de tinta da impressora consome meio litro de petróleo...
◙ Moisés Diniz (PC do B) gosta de ser apresentado como deputado estadual da floresta. Realmente, um toner custa caro, mas não pense em defender o reajuste de seu salário e dos seus pares por conta disso, deputado. Para aprofundar o poço: Jorge Viana disse que não existe no mundo nenhum lugar onde tenha sido encontrado petróleo e o mesmo deixado de ser explorado. Portanto, é oportuno que você nos faça conhecer os lugares onde o petróleo foi encontrado e a exploração barrada pelas populações locais. Quanto ao blog, embora não haja donos, você é um dos "sócios". "Espingarda de Mazzaropi"? Gostei da expressão. É aquela arma que tem sido usada pela assessoria do senador Tião Viana e pelos bajuladores de plantão. Um forte abraço.
Veja Altino, um posicionamento absolutamente lúcido. Não conhecia este deputado, mas desde já manifesto minha simpatia por ele e pelo texto de uma felicidade ímpar que ele postou no seu blog. Equilibrado, distante dos posicionamentos radicais dos desenvolvimentistas exacerbados e dos verdes festivos. Vida longa ao seu blog e ao debate!
ResponderExcluirAlguém forneça um cartucho recarregado para meu comunista predileto!
ResponderExcluirAcho que o ilustre deputado veio armado de "lábias", com o objetivo de tentar parar uma discursão que não quer parar, felizmente esse jornalista não se deixou enganar com esse papo "deixa para discutir isso depois", vamos continuar nossas discursões.......
ResponderExcluir