Houve uma dose de precipitação minha ao anunciar, com base na versão de uma fonte que ainda reputo como confiável, que o Fábio Vaz, marido da ministra Marina Silva, havia pedido demissão do cargo de assessor técnico do gabinete do senador Sibá Machado (PT).
Na verdade o afastamento chegou a ser considerado como a saída mais confortável para preservar a ministra, sobretudo depois que o senador Eduardo Suplicy (PT) fez a recomendação que acabou sendo classificada pelos petistas acreanos como “fogo amigo”.Aliás, Suplicy chegou a comparecer ontem duas vezes ao gabinete do senador acreano para defender o afastamento do assessor. Sibá em nenhum momento teria considerado a possibilidade de exonerá-lo.
Fábio contou ter ponderado ao senador Sibá Machado ontem, após a reportagem do Estadão, que o mesmo se sentisse à vontade para mantê-lo ou não no gabinete.
- O senador me disse: Fábio, neste caso, não existe nepotismo. Você começou comigo e só vai sair daqui quando eu também sair.
Fábio Vaz disse que tem sido alvo de vários ataques que na realidade visam atingir a ministra Marina Silva.
Confesso que fiquei um tanto aflito ao ouvir do próprio Fábio Vaz a afirmação de que permanecerá no cargo. Entre deletar ou não a nota anterior, preferi mantê-la e apresentar a versão correta.
Bem, a mídia blog é assim mesmo: se ajusta com base no desdobramento dos fatos e até dos comentários dos leitores. Caso eu tivesse deletado, diriam que fui censurado.
Sobre esse caso, o melhor argumento até agora foi apresentado pelo meu amigo Roberto Smeraldi, diretor da organização Amigos da Terra, em carta enviada ao jornal Estadão:
- Não existe pior exemplo, para ser usado na denúncia do nepotismo, que o do Fábio Vaz, marido da ministra Marina Silva. Profissional conceituado, com conhecimento ímpar da realidade social da Amazônia, ele abriu mão de opções mais atrativas para um papel de baixo perfil, o de assessor de seu antigo companheiro Sibá, no Senado. Sou testemunha disso, pois o Fábio recusou a direção de prestigioso projeto de cooperação internacional, que eu lhe havia proposto, em prol de um compromisso maior com sua trajetória histórica e pessoal. Neste quesito, o Fábio é exemplo sim, a ser apontado como modelo.
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