A obra de Milton Monte é destaque no site do Instituto de Arquitectura Tropical, onde é possível ver algumas fotos de suas obras.
“Todo o anterior reforça
O artigo a seguir, escrito por José Clemente Schwartz, foi publicado no Diário do Pará após homenagens do povo paraense ao arquiteto. Leia:
A história das cidades não pode ser contada sem mencionar os nomes dos arquitetos e engenheiros que nelas atuaram. A história da Belém antiga está estreitamente ligada a Antônio Landi, arquiteto italiano que no século XVIII deixou sua marca na Cidade Velha, inspirando os que por aqui construíram até a metade do século XX.
No século XX, mais precisamente na década de 60, três escritórios de engenharia se destacavam em Belém: Pinheiro de Souza/Pena de Carvalho, Camilo Porto de Oliveira e Milton Monte.
MODERNIDADE - A modernidade era a tônica e as construções ganhavam novos ares. A influência do modernismo que explodira nos Estados Unidos durante os anos 50 também chegou a Belém, que aos poucos foi substituindo o tradicional formato dos prédios construídos no tempo da colonização portuguesa por edificações mais adequadas.
Foi nessa época que as casas passaram a ter entrada de serviço e as cozinhas e os banheiros deixaram de ser os dois últimos cômodos das residências, divididas por um imenso corredor que dava acesso a um enfileirado de quartos. Os três escritório davam o tom da arquitetura no Estado naquele período.
Em meio a essa transformação, Milton Monte fez a diferença. Além de se preocupar em atender à necessidade dos paraenses, cujo estilo de vida já não se enquadrava nos moldes coloniais, mestre Monte foi atrás de soluções para questões específicas da região amazônica. Inspirado na moradia dos índios, ele criou os grande beirais quebrados, que protegem as paredes do calor do sol e das rajadas de chuva que desgastam a pintura. Mestre Monte também passou a utilizar elementos vazados em argila, como recurso de ventilação, adotar materiais e plantas regionais como decoração.
LOUROS - O desenvolvimento na pesquisa de recursos regionais rendeu muitas vantagens para os paraenses e louros para seu primeiro investidor. Entretanto, os elogios em âmbito nacional a Milton Monte tiveram início antes mesmo que fizesse tais lançamentos.
Formado
Em 1975, recebeu a Medalha Nilo Peçanha, pelos serviços prestados ao ensino profissionalizante nos cursos da Escola Industrial Federal do Pará e da Escola Técnica Federal do Pará. Em relação à pesquisa de elementos regionais a serem aplicados na arquitetura local, em 1990, Milton Monte recebeu diploma e medalha de Destaque Científico, concedido pelo Clube de Engenharia do Pará, pelo destacado trabalho de pesquisas por ele realizado, com destaque para o beiral quebrado, resgate da cultura indígena que foi altamente empregado em projetos executados no Estado.
PESQUISA - O reconhecimento pela pesquisa de recursos regionais também veio do Amazonas, com a entrega da Medalha do Mérito da Engenharia e Arquitetura Nacional, concedida pelo Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura, fato este ocorrido em Manaus, no ano de 1998.
O vôo de um grande pássaro
Muitos foram os prédios de autoria de Milton Monte que despertaram a admiração de especialistas pelo ineditismo das peculiaridades de nossa região. Porém, o projeto do Interpass Clube, em Mosqueiro, cuja edificação faz alusão a forma de um pássaro às margens de um rio, foi o mais festejado no Brasil e no exterior. Com o projeto do Interpass Club, Milton Monte ganhou prêmios em salões de arquitetura e participou de bienais internacionais, exposições em museus de arquitetura na Europa.
Boa matéria sobre a obra do arquiteto Milton Monte. Gostaria de obter imagens de suas obras.
ResponderExcluirOnde posso encontrá-las?