quinta-feira, 25 de maio de 2017

Após 20 anos no governo do Acre, PT conta com 4 nomes para continuar no poder



As lideranças do PT no Acre não se cansam de dizer que o governador Tião Viana é quem comandará o processo de definição do candidato do partido a sucedê-lo.

Consultado, o governador limitou-se a dizer que é grande admirador de quatro nomes e citou a vice-governadora Nazaré Araújo, o deputado estadual Daniel Zen, o secretário de Segurança Emylson Farias e o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre.

“É necessário nova agenda, novo futuro, e cada um pode fazer muita coisa boa para o Acre”, acrescentou Viana.

Indaguei individualmente aos quatro petistas prediletos do governador: você se considera preparado a se posicionar como pré-candidato ao governo do Acre e qual sua agenda inovadora após 20 anos de PT no comando do governo estadual? As respostas de cada um a seguir:

Daniel Zen, 36, bacharel e mestre em direito, deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores, líder do governo do Acre na Assembleia e presidente do Diretório Regional do PT



“Aceitei ser indicado como um dos quatro pré-candidatos da Frente Popular do Acre ao governo do Estado por causa de um processo democrático de discussão que, ao invés de se fechar em torno de uma hipótese única de pré-candidatura majoritária, se abre ao debate amplo de diferentes possibilidades.

Temos a qualidade de outros nomes ventilados até aqui: o da vice-governadora Nazaré Araújo; do secretário de Segurança Pública, Emylson Farias; e do prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre.

Aceitei a inclusão de meu nome nesse seleto rol de grandes companheiros de luta e de jornada por indicação do partido que agora tenho orgulho de presidir, porque acredito que a FPA transformou o Acre para melhor e ainda tem muito a colaborar para a melhoria da qualidade de vida do povo acreano.

E porque também acredito que o bom debate deve ser travado não apenas em torno de nomes, mas também em torno de ideias e propostas que possam embasar a construção de um grande projeto de governo.

Defendo, como ideias-força para o debate do programa com o qual a FPA se apresentará à população em 2018, as seguinte propostas:

1. Educação de qualidade máxima, como caminho para a solidificação de um projeto de desenvolvimento local e regional;

2. Empregos de qualidade, com a busca por melhores salários e renda, nas áreas privada e pública;

3. Conciliação dos preceitos da sustentabilidade (uso racional dos recursos naturais, para as presentes e futuras gerações) com os princípios do desenvolvimento econômico, por intermédio da consolidação de uma economia de base diversificada, com inclusão de todos os setores da zona urbana e rural, a partir dos pequenos empreendimentos, quer seja na produção, quer seja na indústria, comércio e serviços;

4. Cultura, esporte e lazer como mola de propulsão dos laços de pertencimento comunitário, desenvolvimento social, mais saúde e melhor segurança pública;

5. Desenvolvimento de fortes mecanismos de controle social e participação popular na gestão pública como requisito para o exercício da cidadania participativa.”


Emylson Farias, 44, secretário de Segurança Pública e delegado de Polícia Civil


“Os governos da Frente Popular mudaram o Acre, melhoraram a qualidade de vida em todo o Estado e reduziram muito o número de pessoas na extrema pobreza. O governador Tião Viana deu novo impulso na economia regional e é por isso que o Acre está conseguindo manter bons serviços, pagar funcionários e fornecedores, fazer novos investimentos. Tive a honra de ser secretário de Polícia Civil e sou secretário de Segurança Pública. Sou delegado de polícia e a experiência como gestor em uma área tão importante e sensível me cobrou muita preparação. Por isso posso corresponder a uma convocação da Frente Popular para governar o Estado. Fico honrado em ter meu nome colocado como pré-candidato ao lado de três grandes quadros como a vice-governadora Nazaré Araújo, o deputado Daniel Zen e o prefeito Marcus Alexandre. Estamos debatendo ideias. Assim a Frente Popular terá o melhor plano de governo para fazer avançar o Novo Acre e o melhor candidato em 2018.   

Também posso dizer que conheço o Acre profundamente, sua cultura e o seu povo, porque venho daí. Nasci em Xapuri, minha família é modesta e desde cedo meus pais me fizeram ver a importância dos valores éticos, da honra e do trabalho. Minha infância foi pobre e de luta pela sobrevivência. Depois fui buscar novos horizontes pela educação fora do Estado, mesmo com sacrifícios pessoais e familiares. Mas, graças a Deus, consegui ser bem sucedido na profissão que sonhei e que amo. Escolhi ser delegado de polícia, gosto do faço. Encarei com coragem e determinação o crime organizado que aterrorizou o Acre no início dos anos 2000. É gratificante contribuir para a afirmação de valores éticos e de justiça na nossa sociedade, colocar a autoridade policial à serviço das pessoas de bem das famílias. Mas a condição delegado também me permitiu aprender a dimensão social dos serviços de segurança, na prevenção, na mediação de conflitos, na difusão da cultura de paz.

Ajudei a construir a história da Secretaria de Polícia Civil, que dirigi por seis anos. Como secretário de Segurança aceitei o desafio de enfrentar novamente o crime organizado, agora enraizado na criminalidade que disputa o território do tráfico de drogas.

Acumulei a experiência da gestão, tenho a maturidade de quem saiu do interior e conseguiu um espaço na vida do Estado a partir de um trabalho dedicado. É isso que me dá a convicção de que posso reunir pessoas, somar contribuições e liderar um projeto político inovador, um novo momento do projeto de Desenvolvimento sustentável que abre horizontes de futuro para o Acre, para nossas famílias e especialmente para a nossa juventude.

Penso ser necessário continuar a lutar pela redução da desigualdade social fazendo com que a população tenha acesso a um serviço público de qualidade, a gerar emprego e renda para todos, inovar e investir muito em educação e saúde, tudo em um ambiente de paz em que torne possível a esperança de um futuro melhor.

A iniciativa da Frente Popular, de colocar meu nome como pré-candidato, talvez seja o fato mais novo da política acreana. Eu sequer tenho filiação partidária. Isso mostra que a Frente Popular olha valores, trabalho, resultados. Algumas pessoas também perguntam por que entrar na política em uma hora tão difícil, com tanto desgaste da classe política, tanta corrupção vindo à tona. Eu respondo que são nessas horas que é preciso ter coragem. A politica precisa de gente honesta, senão os corruptos tomam conta."

Marcus Alexandre, 40, engenheiro e prefeito de Rio Branco



"Para mim é uma honra ter meu nome lembrado pela Frente Popular do Acre, pelo governador Tião Viana, pelos dirigentes partidários e pela população, para uma função tão importante. Considero que ainda estamos distantes do período eleitoral, e o cenário político atual é delicado e incerto, sobretudo no que se refere às regras eleitorais para 2018. Neste momento minha agenda está 100% dedicada ao município de Rio Branco. Sobre projetos futuros para o Acre, acredito que cada gestão enfrenta os desafios do seu tempo olhando para a frente. Sempre busquei dar a minha contribuição ao projeto da FPA e ao desenvolvimento social e econômico do nosso Estado, seja no Planejamento, ou no Deracre, onde exerci funções, e agora a frente da prefeitura da capital."


Nazareth Araújo, 50, vice-governadora e procuradora do Acre



"Sou vice-governadora do Acre, então tenho a obrigação de estar preparada para o exercício do governo. Ninguém governa sozinho, sei ouvir e falar, dizer sim e não, cooperar e decidir. Penso que todo ser humano é político. O homem precisa ter consciência política para viver em sociedade, ainda que não opte pela política partidária.

Todo mundo sabe da minha origem política. Meu pai, José Augusto de Araújo, foi o primeiro governador eleito do Estado do Acre em 1962 e minha mãe, Maria Lúcia de Araújo, foi deputada federal. Os dois sofreram a interrupção de mandatos políticos de forte base de justiça social, ao terem os seus direitos políticos cassados pela ditadura militar. Eu cresci nesse ambiente com os prós e os contras. Em minha vida, desde sempre, lutei pela democracia, pelo desenvolvimento do estado e pela defesa da identidade do povo acreano.

A Frente Popular do Acre resolveu fazer um processo muito interessante de escolha de seu candidato ao governo em 2018. Identificou quadros que julga capazes e propôs quatro pré-candidaturas. Ainda teremos muito debate até a escolha do candidato ou candidata. A discussão pelos partidos que formam a FPA é um período muito rico de debates, de agendas e de possibilidades para um projeto de governo.

E isso é inteligente, porque neste momento de incertezas em nosso país, é mais importante falar das propostas que a Frente vai defender, do que de um único nome de candidato. O coletivo nesse momento é o que importa, assim como os valores da economia sócio-produtiva, da inclusão social e do socioambientalismo.

Acredito que quem vier a governar o Acre vai necessitar de muita habilidade para trabalhar na manutenção e inovação dos projetos implementados na gestão atual e nas anteriores. Também vai precisar superar o rescaldo dessas incertezas que jogou o país à beira de uma convulsão social, que comprometeu a economia nacional e achatou os parcos recursos destinados às unidades federativas. Os gestores e líderes vão ter que ouvir e conversar cada vez mais com as pessoas e as comunidades. As pessoas vão ter que descobrir que é possível fazer política de uma outra maneira. Muito além da crise financeira, vivemos uma crise ética e moral.

Esse novo governante vai ter que conversar com as comunidades, além do que já conversamos. Vai ter que preparar o cidadão do amanhã, para que, já na base da sua existência, ele tenha possibilidades maiores de vida. Vai ter que investir ainda mais no desenvolvimento da primeira infância. Investir em uma educação inovadora e na geração de emprego e renda mais robusta para os nossos jovens. E precisará, sobretudo, investir no resgate da ética na política, que é a arte de conviver com os contrários.

Não poderemos nos limitar às questões de ordem financeira. Quem vier a administrar o executivo estadual deve saber que precisa trabalhar com poucos recursos. E o que supera a inexistência de recurso financeiro? A criatividade do ser humano. Então, investir nessa criatividade, ampliar programas como o CRIE (Centro de Referências de Inovações Educacionais) e incentivar a prestação de serviços com qualidade, via inovação tecnológica, não só para o Acre, mas para outras regiões do Brasil e do mundo. Essas são algumas das ações que poderão impulsionar o nosso desenvolvimento social, econômico e ambiental.

Deveremos potencializar a inovação tecnológica proposta pela Tríplice Hélice, lançada agora pelo nosso governo, com base na legislação federal. Essa é a possibilidade que nós temos de fazer uma união, ainda maior, entre o saber da academia, o saber dos empresários e o saber constituído de políticas públicas, para ter uma agenda de desenvolvimento para esse país e esse estado, contribuindo para a geração de emprego e renda.

Para continuar os investimentos na educação, por exemplo, será exigido um esforço maior para que a escola seja alterada na sua forma de funcionamento. Na Escola de Tempo Integral, lançada pelo nosso governo neste ano, temos um modelo mais interessante, mais atrativo, que sugere proposta de vida aos alunos, uma educação que interage com a realidade das pessoas, uma educação mais aberta à comunidade.

Deveremos fortalecer a posição do Acre no desenvolvimento da legislação do serviço ambiental, que já trouxe recursos internacionais para investimentos no estado, em favor da população acreana, nas áreas urbanas, rurais e florestais.

Precisaremos de uma gestão otimista, criativa, técnica e com foco em planejamento.

Óbvio que estas são ideias de caminhos a serem expostas à Frente Popular do Acre para debate e construção de seu plano de governo com participação popular, como sempre foi feito. Aliás, esta é uma diferença fundamental da Frente Popular para a Oposição. Nós temos Planos de Governo construídos democraticamente.

A grande inovação que eu acredito é a sinergia das habilidades das pessoas e a união das potencialidades das instituições, para criar um novo momento de confiança e desenvolvimento com justiça social no nosso Acre."

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