sábado, 25 de julho de 2015

Rainforest Cowboys, de Jeffrey Hoelle


Visita do professor de antropologia na Universidade da Califórnia-Santa Barbara, Jeffrey Hoelle, que desde 2007 pesquisa o crescimento da pecuária e a cultura country e cowboy no Acre. Ele é autor do livro "Rainforest Cowboys”, lançado em maio, no EUA, que analisa a mudança de pensamento, a transformação do uso da terra e o comportamento social em decorrência da atividade econômica da pecuária na região.

Jeffrey Hoelle está de volta ao Acre para acompanhar o que ela chama de “espetáculo” da Feira Agropecuária na terra de Chico Mendes e Marina Silva. O livro do antropólogo expõe, por exemplo, um levantamento segundo o qual quem vive na floresta costuma comer carne de boi menos de uma vez por mês. Porém, pessoas que trabalham nas cidades, principalmente em ONGs e governos, entre as quais ambientalistas, consomem carne de boi até quatro dias por semana. Os pões das fazendas, segundo o levantamento, consomem carne de boi todos os dias, exceto durante a Semana Santa.


- Um seringueiro, colono ou agricultor não passa a criar gado sem que haja uma mudança em sua cabeça. Muita gente tem ignorado ou não quer ver a expansão da mudança econômica e cultural em curso no Estado. Na atualidade, a economia do Acre está ligada nà atividade pecuária e isso tem uma forte expressão na vida cotidiana e popular. Cheguei a imaginar que fosse um fenômeno passageiro, mas a cultura sertaneja, country ou cowboy está cada dia maispresente na vida das sociedades na Amazônia. No Acre, um pouco menos por causa, por exemplo, da simbologia do movimento liderado por Chico Mendes e que chegou a ser reconhecido em políticas públicas do governo. Isso já atraiu muito gente ao Acre. O meu deu desafio como antropólogo nesses anos foi mergulhar para compreender uma realidade que em certa medida tem a ver com minhas raízes de cidadão americano do Texas. Não parti do pressuposto de que os fazendeiros ou pecuaristas são apenas bandidos, vilões, devastadores do meio ambiente. Alguns acreanos, que se declaram de pés rachados, dizem que “isso não é nossa cultura”, porém, os filhos desses mesmos acreanos já assumem como sua toda essa nova cultura em evolução. O Acre ainda tem um cenário favorável, que pode lhe assegurar um futuro mais sustentável do que outras regiões da Amazônia. Para isso, terá que reconhecer as mudanças culturais em curso e aprender a trabalhar com todos, incluindo serigueiros, pequenos agricultores e os grandes pecuaristas. Todos estão atuando na economia rural, cuja demanda decorre do consumo urbano -analisa Jeffrey Hoelle.

2 comentários:

Unknown disse...

Bom dia Altino,
Você tem informação de onde posso comprar esse livro?

ALTINO MACHADO disse...

Não, infelizmente