quinta-feira, 13 de março de 2014

Governador critica TAM por anunciar falta de querosene no aeroporto de Rio Branco

A Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear) anunciou que o abastecimento de aviões está comprometido no Aeroporto Internacional Plácido de Castro, de Rio Branco (AC), devido à falta de acesso fluvial para as empresas fornecedoras do querosene de aviação (QAV).

Nesta quarta-feira, a TAM alterou o horário de um voo e a quantidade de poltronas que à disposição dos passageiros por falta de combustível no no aeroporto. O voo JJ 3534 (Brasília – Rio Branco), cuja decolagem era prevista para as 11h32, teve que realizar uma escala para abastecimento em Porto Velho (RO).

O governador do Acre, Tião Viana (PT), reagiu nesta manhã duramente no Twitter contra a empresa aérea.

- É uma vergonha que uma empresa como a TAM se preste a mentir e emita nota dizendo não haver combustível no Aeroporto de RB.

Reportando-se à superintendência da Infraero, Viana disse que no momento há 80 mil litros de querosene, sem restrição para a BR Distribuidora atender à Shell, que abstece os aviões da TAM.

- Há sim uma omissão da Shell em não procurar resolver suas demandas neste momento difícil da região. Já comuniquei, inclusive, à ANP. Vamos à verdade… Pois, ontem, houve, sim, algumas horas, em que o estoque BR era de 14000 litros no Aeroporto… – acrescentou o governador.

A TAM havia havia explicado que o motivo da alteração do voo foi a “impossibilidade de abastecimento da aeronave em Rio Branco, visto que as chuvas que atingem a região bloquearam as vias que dão acesso ao aeroporto, impedindo a chegada do combustível ao local. A previsão de pouso na capital do Acre é às 13h53”.

- Tendo em vista a manutenção das operações regulares, as companhias aéreas estão abastecendo suas aeronaves na cidade de origem dos voos com capacidade de combustível suficiente para atender a uma ou mais etapas previstas na viagem, como pode ser o caso se a próxima etapa for Porto Velho (RO) , que também apresenta problemas de abastecimento do QAV, e as etapas subsequentes – afirma a nota da Abear.

Segundo a entidade, a medida impacta na capacidade de transporte de passageiros, já que a aeronave deve respeitar o peso máximo de decolagem permitido.

- A restrição de passageiros acontece para garantir a segurança das operações – reforçou Ronaldo Jenkins, diretor de operações e segurança de voo da Abear.

Por causa da cheia do Rio Madeira, mais de 10,5 mil pessoas deixaram suas casas em Rondônia. A BR-364 teve que ser fechada para ônibus e automóveis porque alguns trechos estão inundados. Apenas caminhões podem trafegar durante o dia na rodovia federal, que é a na única via de acesso terrestre do Acre ao restante do país.

O Acre enfrenta problemas de abastecimento de insumos para construção civil, alimentos perecíveis, combustível e gás de cozinha. Aviões da Força Aérea Brasileira estão sendo usados para transportar alimentos de Porto Velho (RO) para Rio Branco.

A Abear disse lamentar os transtornos e esclareceu que os clientes que não puderem embarcar receberão toda a assistência necessária e serão isentos da cobrança de taxa de remarcação, reembolso e diferenças de tarifa, pelo prazo de 15 dias.

Comentário do Janu Schwab

- Um Airbus A320, aeronave que a Tam utiliza no trecho Brasília-Rio Branco tem capacidade para 24 mil litros de combustível e, segundo consta, a média de consumo é 2.700 litros/hora de voo. Ou seja, se até ontem o aeroporto só tinha 14 mil litros e hoje tem 80 mil, a preocupação da Tam é pontual, afinal, ela tem que arcar com os custos e punições de atraso, respondendo a Anac, Procon e ao seu público, certo? O governo estadual não tem culpa. O desabastecimento está acontecendo por motivos de força suprema, maior e além. Então, porque essa resposta cheia de zanga?

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