terça-feira, 28 de maio de 2013

Operação G-7: desembargadora Denise Bonfim comunica ameaça de morte ao STF

A desembargadora Denise Castelo Bonfim, do Tribunal de Justiça do Acre, enviou ao ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, comunicado sobre os últimos acontecimentos que geraram as possíveis ameaças de morte contra ela, além de cópia da representação feita pela Polícia Federal e da decisão proferida durante a Operação G-7. O comunicado também foi enviado ao presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Roberto Barros, e ao Conselho Nacional de Justiça.

A desembargadora relata que na tarde de segunda-feira (27), através da juíza da Vara de Execuções Penais, Luana Campos, tomou conhecimento de que há um "possível planejamento", por parte dos integrantes da Operação G-7, no sentido de que estariam se articulando para atentar contra a vida dela.

A desembargadora foi quem autorizou a Polícia Federal a realizar prisões preventivas, busca e apreensão e de condução coercitiva, bloqueio de bens e compartilhamento de provas durante a Operação G-7, que já prendeu 15 empreiteiros e secretários do governo do Acre envolvidos com o grupo de sete empresas de construção civil que atuava de modo articulado para fraudar licitações de obras públicas no Acre.

A Polícia Federal já indiciou 22 pessoas por formação de cartel, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, fraude à licitação e desvio de verbas públicas. Segundio a PF, eles fraudavam licitações e contratos no governo do Acre. Entre os indiciados, dois secretários de Estado, além de  Tiago Viana Neves Paiva, sobrinho do governador Tião Viana (PT), o único que foi solto por ordem do Superior Tribunal de Justiça.

De acordo com Denise Bonfim, a situação foi confidenciada à juíza Luana Campos por um detento que também se encontra Unidade Prisional URS-02/RB e URF-03/RB, mais conhecida como Papudinha.

- E, considerando ainda, que esta é a segunda informação nesse sentido, posto que há aproximadamente 15 (quinze) dias, esta Desembargadora também recebeu uma ligação sem sinal de identificação dizendo os seguintes imperativos: "Cuidado! Tenha cuidado com a sua vida!", restando, assim, esclarecer que em razão da reiteração das informações e ainda, achando por cautela ser comunciado aos setores públicos necessários, comunico a Vossa Excelência para conhecimento e providências - relata a desembargadora, assinalando que teve a iniciativa, como precaução, de manter e assegurar sua segurança pessoal.

O delegado Maurício Moscardi, Chefe da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal no Acre, às 16h30 desta terça-feira, entregou à desembargadora Denise Castelo Bonfim o inquérito da Operação G-17. Os agentes da PF tiveram que usar dois carrinhos para transportar pelos corredores do Tribunal de Justiça os 7 volumes e 10 apensos, que totalizam mais de 4 mil páginas.

O procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, que trabalhou no Acre, se manifestou em mídia social sobre o escândo da Operação G-7 e as ameaças contra a desembargadora.

- Bastante surpreso pelas notícias que surgem do Acre, registro minha total solidariedade à desembargadora Denise Bonfim, pessoa íntegra, profissional séria e competente, que, como retaliação por sua atuação imparcial contra a criminalidade organizada, é agora alvo de ameaças covardes. Continue forte e promova sempre justiça, Denise.

Um comentário:

Joana D'Arc disse...

Reescreveremos a Nova RevoluçãoCidadã Institucional no Estado do Acre : o Nosso
PERTENCIMENTO ACREANO É LEGALISTA !!!
Êxito Polícia Federal e Desembargadora Denise Castelo Bonfim Honra a Toga !!!

Eu Sou Joana D'Arc valente Santana Cidadã
Advogada Militante Ativista
Presidente da ONG Organização Universalista em Direitos Humanos