quinta-feira, 7 de março de 2013
E AGORA, JOSÉ?
José Célio de Souza Lucas, 38, desempregado, pai de família. Mais uma vítima da irresponsabilidade da polícia e dos urubus da imprensa.
Suspeito de ter estuprado uma criança de sete anos na periferia de Rio Branco, foi quase linchado e teve o nome e o rosto estampados nos últimos dois dias nos veículos de comunicação do Acre.
Depois do massacre moral, não foi reconhecido pela criança como o estuprador alardeado por moradores, polícia e imprensa.
Desabafo de José Célio de Souza Lucas aos urubus da imprensa, após ter sido declarado inocente pela polícia nesta manhã:
- Agora eu quero justiça. Quero fazer todos os procedimentos de meu direito. Sou uma pessoa do bem, não tenho nenhuma passagem pela polícia. A minha vida é só trabalho e quem me conhece sabe. Minha imagem vai ficar suja e eu não quero. Tenho filhas e não faria uma coisa dessas.
Até o prestigiado G1 (veja) embarcou na canoa furada.
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12 comentários:
Mostrei uma destas fotos um amigo meu e não contei para ele onde era. Ele ficou chocado. Depois de uns dia contei para ele que era minha cidade e o queixo dele caiu. Ele é de Gana, onde só guerra entre as diversas tribos resulta em fotos como ela. Jamais pensára que "O Brasil" tivesse isso. Triste. Vergonhoso. Verdade pura. -Felipe
Lamentável!!
Altino,acho que "urubus da imprensa" cai bem pra classificar o nível de irresponsabilidade com que agem algumas pessoas que estão sob o título de repórter, jornalista, ou algo do gênero.
Pior do que a conduta deste tipo de gente, somente a das "autoridades" que se deixam influenciar pelas interpretações da imprensa. E pior ainda é quando o próprio "urubu" se transforma em "autoridade".
Um dos maiores erros do STF, foi ter reconhecido que para fazer parte e emitir juízo de valor, não se faz necessário a necessidade de curso superior.
Profissional bem preparado, é profissional estudado, ciente de suas responsabilidades e sua conduta moral e social, que pode manchar de forma inenarrável a imagem das pessoas até a sua morte.
Salvo raríssimas exceções, jornalistas autoditadatas fazem jus a tão necessária, junta e confiável profissão.
Ao resto, os urubus que se encarreguem deles.
Culpa, em parte, do STF, que decidiu pela não formação acadêmica dos profissionais do jornalismo.
Deixando a sociedade à mercê dos pés de chinelo que se auto aclamam "jornalistas", formadores de opinião, levando sempre a sociedade ao erro invencível, haja vista que se apoderam de forma suja e vergonhosa da visibilidade que a mídia lhes proporciona.
O Brasil é assim, movido pelo combustível da hipocrisia e da República de ratos.
Se a sociedade desse as costas a esses "jornalistas" mal feitores e deixassem de ler suas farsas e mentiras, que só prejuízo trazem a todos os homens de bem, teríamos a chance de viver em um Mundo melhor.
Contudo, enquanto isso, nos lambusemos com os pútridos, hipócritas, mercenários, despreparados e desprezíveis "repórteres" pés de chinelo.
Fica a minha indignação e minha solidariedade àquele homem inocente e injustiçado, bem como, de igual forma aos seus queridos familiares.
altino a inprensa pode ser penalizada por essas coisas de afirmar casos sem provas contudentes sim ou nao ? O que fazer para limpar o nome de uma pessoa que é inocete e foi absovida da culpa?
Veja só altino!! eu vi toda gravação ele se quer foi algemado, pelo que ví quem o espancou foi a população e a policia chegou a tempo para o livrar!! agora não venha falar asneira e dizer que é irresponsabilidade da policia! se você tem alguma pendenga com a policia civil, problema seu! mas nao venha ferir a imagem da PM.
Caro asno Gilson Renney, mencionei apenas polícia. PM fica por sua conta.
A culpa é da imprensa?
Caro Altino, permita - me fazer uma correção, o Sr José não foi "quase linchado"... foi quase morto. E não foi a imprensa que o espancou.
A imprensa noticiou os fatos: "Homem é linchado por moradores, acusado de estuprar uma criança".
Não foi isso que aconteceu?
Não acompanhei os outros noticiários, mas o G1 Acre e a Tv Acre trataram com bastante responsabilidade esse assunto, inclusive ouvindo as duas partes envolvidas.
É revoltante sabe? Ler comentários, esses sim, irresponsáveis!
É muito fácil expor o nome e a cara de um José qualquer, não? Você viu, por exemplo, a TV Acre ou o G1 mencionar nomes de funcionários denunciados como clientes da Operação Delivery?
Diferente da operação Delivery, a polícia apresentou o acusado. Só acredito que dessa vez, a imprensa não é culpada. Estavam apenas fazendo seu trabalho!
A imprensa não pode se deixar guiar cegamente pelo que a polícia apresenta. Repórter é para apurar. Na dúvida, deveria ter preservado a imagem e o nome do suspeito. É o mínimo. O caso é tão vergonhoso quanto o da escola Base, em Sampa. No caso da Delivery é diferente. Um grupo de duas dezenas de pessoas foi formalmente acusada à Justiça pelo Ministério Público. Não havia impedimento para que os nomes dos clientes fossem citados. O sigilo judicial foi para proteger a imagem das mulheres supostamente vítimas.
Na busca pelo furo jornalístico pseudos jornalistas se precipitaram. Querendo ser parecidos com aqueles que veem nos jornais de sangue do sul do país, deixaram-se levar pelo calor do momento. Alguns tentaram reverter o irreversível colocando o ex suspeito, agora vítima, em frente às câmeras para inutilmente se defender do julgo (nada justo) popular. Em uma dessas declarações ouvi José agradecer a Polícia Militar pela preservação de sua vida. A polícia chegou antes que fosse morto pelo linchamento. Sou policial e nunca apresentei um preso à imprensa no local da prisão, mas confesso q por várias vezes não conseguimos preservar a imagem dos suspeitos por diversos motivos prioritários como segurança do local, do conduzido e da propia guarnição, tudo isso enquanto a imprensa apenas molda a notícia como convém...
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