sexta-feira, 5 de outubro de 2012

PARA QUEM RECLAMAVA DA DITADURA

POR BENEILTON DAMASCENO

Neste momento de extrema indignação, eu me apresento como apartidário, embora tenha garantido a mim próprio a quem darei meu sufrágio neste domingo.

Mas, voltando ao assunto, a causa da indigação teve hora e lugar nesta quinta-feira movimentada na cosmopolita White River. Foi pouco depois das 16h30, na subida da Ladeira da Maternidade, debaixo do semáforo, sentido Bosque-Centro.

Quatro (ou cinco, não atentei bem) PMs numa motocicleta, desses que passam o dia rodando pela cidade atrás não sei do quê, pararam debaixo do sinal. Um garupa desceu com um parafal "desse tamanho" e ficou apontando para os carros que esperavam a luz ficar verde.

Parecia que estávamos na Líbia. O sujeito fardado, imponente, fazendo cara de mau para intimidar, deu um show de babaquice perante transeuntes e motoristas. O sinal abriu, mas os condutores tiveram que esperar o "franco-atirador" retornar à garupa, e a vida voltou ao normal.

Interessante é que, a exemplo de muita gente que ali se encontrava, eu convivi 20 anos de regime militar e nunca presenciei uma cena tão deplorável quanto a desta tarde.

Se esse pau-mandado, junto com seus colegas de caserna, exagera na pseudoautoridade sob as ordens do superior da corporação a que serve, nós, cidadãos de bem, estamos lascados - para não recorrer a um vocábulo mais adequado e merecido.

Bom, é melhor parar por aqui. Afinal, se esses caras atiram e matam até mulher durante blitz, e a coisa fica por isso, imaginem do que são capazes.

Beneilton Damasceno é jornalista

2 comentários:

Kleison Albuquerque disse...

Altino
Leio diariamente seu blog, e como leitor e policial militar me sinto ofendido pelo autor do texto, que aproveita-se de um episodio isolado, para ofender todos os policiais militares, quando afirma :"...se esses caras atiram e matam até mulher durante blitz, e a coisa fica por isso, imaginem do que são capazes."
Trabalho a doze anos na polícia militar, já fui em ocorrências de roubo, homicídio, sequestro e muitas outras. Nunca atirei em ninguém, nunca agredi ninguém, nunca matei ninguém. Não respondo a qualquer tipo de processo criminal ou disciplinar, sou concursado e não sou exceção na Polícia Militar. Entendo que existem excessos, em casos isolados, mas lá no Supremo estão julgamos varias pessoas, e nenhuma delas é policial militar, ou seja, em todas as classes encontramos este tipo de conduta. O texto nada mais é do que preconceito, em sua forma mais pura, e podre, contra todos os profissionais de segurança pública. Lembro a esse cidadão, que se identifica como "jornalista", que Pimenta Neves (aquele que matou a também jornalista Sandra Gomide com um tiro na cabeça) é jornalista. Mesmo assim, quando encontro ou sou entrevistado por algum jornalista, não fico com medo de receber um disparo de 38 na cabeça. Talvez por saber que nem todo jornalista é Pimenta Neves.

Kleison Albuquerque

@MarcelFla disse...

A cena retratada pelo nobre jornalista é um procedimento padrão do GIRO (Grupo de Intervenção Rápida Ostensiva), que como o próprio nome sugere, são a ponta da espada quando se trata de patrulhamento em motocicletas e intervenções rápidas e alto risco.

O procedimento descrito acima, pode parecer exagerado pelos mais recalcados, pra mim é mais do que certo, preserva a vida dos policiais, ainda mais no momento em que vivemos, em que a moda é atirar em policiais militares (Isso ninguém acha estranho né? Burguesia safada).

Os homens do GIRO foram os primeiros a chegar quando tive o vidro do carro quebrado e o notebook furtado do mesmo, e apesar de não recuperar o mesmo mostraram que trabalham, e bem.

Pra mim, tem que fazer cara de mal mesmo! Com as MT's (A PM não usa FAL ou qualquer arma com munição 7.62 a algum tempo) na mão! Eu como cidadão não me incomodo, pra vagabundagem é corre que é "os homi ai".