sexta-feira, 10 de agosto de 2012

PARA CAPTAR VERBAS DA UNIÃO

Governo decreta "situação de emergência" na Bacia do Rio Acre


O governador do Acre, Tião Viana (PT), decretou na terça-feira "situação de emergência" na Bacia do Rio Acre por causa da "intensa redução das precipitações pluviométricas" na região

É a primeira vez que o governo estadual toma essa decisão por causa da vazante do Rio Acre, que costuma ocorrer todo os anos durante o período de estiagem, também conhecida como "verão amazônico", quando as condições climáticas se agravam por causa de queimadas de florestas e pastagens.

A cada ano a seca prolongada diminui intensamente o nível do Rio Acre. De acordo com os estudos, os níveis mínimos do leito são, sazonalmente, cada vez menores e inferiores a 2 metros.

Em setembro do ano passado, o leito do rio chegou a 1,50 m, o nível mais baixo de uma série histórica em 40 anos.

O nível do Acre nesta sexta é de 2,09 m. A distribuição de água em Rio Branco não está afetada e as quatro bombas das estações de tratamento da água captada do rio funcionam sem interrupção.

Aliás, nenhum dos municípios jamais sofreu desabastecimento por causa das vazantes. Em Rio Branco, por exemplo, sempre são posicionadas bombas flutuantes de captaçao no leito nesta época do ano.

O período de águas altas no Rio Acre ocorre de janeiro a maio, e o de águas baixas, de junho a dezembro.

Eventos extremos de chuvas e secas determinam aumentos e diminuições das vazões, que colocam em risco a população residente nos bairros situados nas planícies de inundação.

Nada melhor que duas supostas desgraças naturais seguidas -a enchente no começo do ano e uma vazante meses depois- para que o governo estadual, cujo orçamento depende 80% dos repasses da União, possa se mobilizar na tentativa de obter a liberação de mais recursos junto ao governo federal.

- Estamos adotando medidas para evitar o agravamento da situação. O decreto de situação de emergência permite que o governo estadual possa negociar com o governo federal ajuda financeira para enfrentar o problema – disse o superintendente do Depasa (Departamento Estadual de Pavimentação Saneamento), Felismar Mesquita.

Pesquisadores da Universidade Federal do Acre realizam estudos da mata ciliar pela recuperação das características ambientais da Bacia Hidrográfica do Rio Acre. Eles dizem que na mata ciliar está a resposta para grande parte do comportamento do rio Acre.

- Haverá maior tendência ao desequilíbrio mediante ocorrência constante de enchentes e secas extremas, sempre que a mata ciliar for estreita demais ou se encontrar em estágio avançado de degradação. A cada hectare de mata ciliar que é desmatado para a criação de ½ boi, conforme a lamentável produtividade da pecuária na região, ampliam-se as chances de escassez de água para a população urbana abastecida pelo rio – avalia o professor Ecio Rodrigues, especialista em manejo florestal e desenvolvimento sustentável.

As propriedades dos maiores pecuaristas do Acre situam-se na Bacia do Rio Branco, a região mais castigada por queimadas e desmatamentos no Estado.

A Bacia do Rio Acre é compartilhada pelos departamentos de Madre de Dios (Peru) e Pando (Bolívia), além dos estados do Acre e Amazonas.

O rio Acre nasce em território peruano, faz fronteira com Brasil e Bolívia, e percorre mais de 1.190 Km desde suas nascentes até a desembocadura, na margem direita do rio Purus, em Boca do Acre (AM).

O trecho de Boca do Acre a Rio Branco, com 311 Km de extensão, é navegável e tem profundidade mínima de 0,80 m em 90% do percurso.

A área total da bacia do Rio Acre no Estado do Acre é de aproximadamente 2,7 milhões de hectares. Nela existem 168,5 mil hectares de Áreas de Proteção Permanente, das quais 61,8 mil hectares já foram desmatados, sendo 900 hectares na calha do rio principal.

Um comentário:

Paulo Wadt disse...

Altino, eles gostam é de tirar dinheiro do povo.

Fazem isto até com os impostos que pagamos:

http://paulowadt.blogspot.com.br/2012/08/processos-x-creditos-concedidos.html