quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

GOVERNO QUER ECLUSAS NO RIO ACRE

Barragem para regular cheia e vazante em Rio Branco

O governador do Acre, Tião Viana (PT), sonha em viabilizar um projeto de R$ 150 milhões para construção de eclusas no Rio Acre.

O governador alega que eclusas podem tornar o Rio Acre navegável e resolver o problema do abastecimento de água em Rio Branco durante a estiagem.

Em janeiro, a presidente Dilma Roussef vetou seis de dez obras do Acre previstas no Plano Plurianual 2012, entre as quais a da construção de barragem no rio.

As eclusas do Rio Acre ficaram no rol de obras consideradas “faraônicas” pela presidente Dilma Roussef.

Mas Tião Viana não quer ver morto o projeto das eclusas. O deputado estadual Eduardo Farias (PCdoB) voltou a defender a obra há duas semanas.

A construção de uma barragem no Rio Acre, segundo Farias, acabaria com as temporadas de seca e de cheia.

O deputado contatou até um especialista em hidrologia que defende a construção de barragens como reguladoras do nível de rios.

O Rio Acre oscila entre 2 metros no verão e chega a 17 metros no inverno, desabrigando famílias, alega Farias.

Segundo o deputado, com a regulagem do nível do Rio Acre pela barragem, vários problemas deixariam de existir.

Após 13 anos no comando do governo, o PT não planejou plantio de uma única árvore para recuperar as matas ciliares do Rio Acre.

O foco do governo estadual continuará sendo o incentivo à exploração madeireira.

5 comentários:

Roberto Feres disse...

A presidente Dilma é uma mulher sábia e prefere não brincar de modificar a natureza. Emília, a do Sítio do Pica-pau Amarelo, aprendeu disso a pior forma.
Recomendo aos planejadores de boteco que, antes de caírem no conto fácil das empreiteiras de obras faraônicas, leiam a Reforma da Natureza de Monteiro Lobato.
As crianças do Acre aprendem na escola que os rios daqui são rios em formação. Eles correm em planície e estão o tempo todo mudando seu leito, razão pela qual transportam MUITO sedimento. Quando estão calmos, o sedimento se deposita. Quando correm, levam o material para mais longe. Sem isso, não teríamos areia para construção civil em Rio Branco, por exemplo.
Onde barrarem o rio também ficará depositada essa areia e isso diminuirá a profundidade fazendo com que o rio precise de maior largura para transportar a mesma quantidade de água.
Uma barragem feita para não deixar o rio vazio na época de seca vai lançar menos água para quem vive adiante dela. Quem mora na zona rural sabe quanto padece quando o vizinho de traz represa o igarapé que serve sua propriedade.
Vamos fazer de conta que não há sedimentos sendo transportados pelo rio e que só vamos represar água e controlar a vazão. Há todo um ecossistema que depende do regime de secas e cheias do rio, além da população ribeirinha que planta na várzea fertilizada pela cheia anterior.
Dilma certamente leu Monteiro Lobato quando criança e aprendeu muito com ele. A burocracia provinciana parece só ter decorado alguns trechos prá passar no exame vestibular.

Fátima Almeida disse...

Ainda bem que temos Roberto Feres, engenheiro, consistente e independente. E culto.
Quanto a eles só fazem o que querem porque foi esse o aprendizado de suas vidas - meteram o dedão no relógio e deram uma volta no ponteiro porque era isso que eles queriam e quando a maioria demonstrou opinião contrária, via urnas, quase ficam loucos de raiva. Sabemos que eles nunca leram e nunca irão ler Monteiro Lobato, mas não custa nada acrescentar à sugestão de Roberto a leitura também de Cidades Mortas do mesmo autor.
Falar nisso, o Acre nunca produziu um Monteiro Lobato, nem um Graciliano Ramos, nem uma Raquel de Queiroz, nem um Érico Veríssimo, nem um Márcio de Souza, nem um Jorge Amado, nem uma Adélia Prado ou um Drummond, nem um Paulo Leminski, nem nada, nenhuma expressão artística no cenário nacional, nem nunca produzirá neste cenário que está aí. Se Garcia Marques viesse da Colômbia para observar nossos políticos e governantes iria estourar nas paradas literárias pois nossa pequena city supera a Macondo do seu fantástico Cien Años de Soledad. Enfim, coronel é coronel só entende de obras, só sabe resolver as coisas com obras, busando vultosas verbas da capital federal, não sabem mesmo fazer outra coisa....

. disse...

Passei o dia em Brasiléia, a cidade está um caos, a população em saber o que fazer e como sempre os governantes patinando em sua incompetência e ineficiência para lidar com esse tipo de situação. Vamos precisar nos unir mais ainda por que tem muita água pra vim, quem mora nas regiões afetadas vão passar por situações mais criticas do que já estão passando.

sergio souto disse...

GRANDE ROBERTO FERES, GRANDE FATIMA, E OUTROS TANTOS GRANDES DESSE PLANETA AQUIRY,
SAUDAÇÕES DEMOCRÁTICAS!!
UM NOVO TEMPO...APESAR DOS PERIGOS...

Jairon disse...

Essa idéia é mais um devaneio deste governo incompetente. 80% do sedimento que o Rio Acre transporta é carga em suspensão(argilas e siltes). Os outros 20% é carga de fundo(areias). Portanto, apenas por este aspecto técnico e desconsiderando outros não menos importantes, uma intervenção em seu curso deste porte, desencadeiaria um processo de sedimentação a montante da barragem que, a curto prazo, a tornaria inútil. De tão absurda, esta proposta não esconde os seus objetivos delinquentes que é a vocação genotípica dos 3 governos instalados no Acre desde 1999, ou seja, inventar obras para empreiteiras e, em troca, terem suas campanhas financiadas por estas.