terça-feira, 4 de outubro de 2011

TRÁFICO SEXUAL NA FRONTEIRA PERUANA

Quase 300 mulheres foram resgatadas de situação de exploração sexual na Amazônia peruana, informou a polícia do país na última segunda-feira. As mulheres, de acordo com as autoridades, trabalhavam como prostitutas para mineiros na Província de Madre de Dios, no sudoeste do Peru, região fronteiriça com o Acre e com a Bolívia.

Ao menos sete menores de idade estavam no grupo resgatado, a mais jovem delas com apenas 13 anos de idade. Promotores afirmam que as mulheres são atraídas à região por ofertas de trabalho no comércio e em serviços domésticos, mas acabam sendo forçadas a trabalhar como prostitutas em bares locais.

"Quase sempre as adolescentes são atraídas (das cidades) de Cusco ou Puno com enganações, mas acabam sendo colocadas em bares para 'acompanhar' (mineiros) ou se prostituir", disse ao jornal local El Comercio Hilda Calderón, psicóloga de uma associação que oferece abrigo a jovens resgatadas.

Prisões

Quatro pessoas foram presas na cidade de Puerto Maldonado (a maior cidade de Madre de Dios), sob suspeita de tráfico de pessoas. A operação contou com mais de 400 policiais, em uma das regiões mais pobres do país, conhecida por ter atraído um fluxo intenso de mineiros informais em busca de ouro.

Um representante do governo peruano anunciou, de acordo com o El Comercio, a instalação de um posto policial na cidade de Mazuko, para conter não apenas o tráfico de mulheres, mas de madeira ilegal, de drogas e de combustível, além da própria mineração informal.

No mês passado, a ONG britânica Save the Children afirmou, em relatório, haver mais de 1,1 mil menores de idade sendo usadas como escravas sexuais em campos mineiros ilegais em Madre de Dios.

Um comentário:

Fátima Almeida disse...

A notícia boa é que o governo peruano está agindo. Vamos esperar se ele vai alocar parte da arrecadação fabulosa com o turismo naquele país e começar a resolver os problemas sociais da Amazônia peruana. É provável que os dólares e euros que entram em Porto Maldonado via turismo de floresta escoem para Lima como ocorre com os que entram com o turismo em Cuzco. As elites da América espanhola estão locupletadas nas cidades portuárias, sedes do Poder, onde adotam um estilo de vida europeu, principalmente quando faz muito frio e vestem seus belos casacos... Talvez isso explique, em parte, os preconceitos naquele país entre os habitantes da costa com relação aos da Serra e em pior situação de discriminação e abandono estão os habitantes da floresta amazônica peruana. No fundo o lastro dos preconceitos tem a ver com o próprio lastro em sentido estrito. Aqui, no Rio de Janeiro, início do século XX faziam o mesmo com as moças polacas de origem judia que eram enganadas e chegando aqui forçadas à prostituição, condenadas a morrer de doenças venéreas. João Bosco fala delas naquela composição sobre o almirante negro, interpretada tb por Elis. Tenho uma amiga peruana que me escreveu alarmada com o alto índice de contaminação pelo vírus de HIV em Porto Maldonado, inclusive em casais. Por essas razões estou sempre criticando essa forma como o PAC vem financiando obras fantásticas como a Transoceânica sem alocação de recursos mínimos para programas de saúde e educação em Madre de Diós.