segunda-feira, 19 de julho de 2010

PEÃO DA DAMA

Antonio Alves

Vou convidar os parceiros para jogar um pouquinho desse Xadrez da política.

Pra iniciar a partida, não vou dizer quem manipulou a pesquisa do(a) “Ibope Inteligência” nem com que propósitos.

As impressões digitais estão nos números (divulgados ou nem tanto), cada um pegue sua lupa e analise.

Se duvidar, saia aí pela rua com um cartão contendo os nomes dos candidatos e pergunte aos acreanos em quem eles vão votar.

Se na sua pesquisa o Serra ficar 10 pontos à frente da Marina, pode colocar uma margem de erro acima de 4% e chamar isso de rigor científico.


De qualquer forma, como toda pesquisa expressa um desejo, esta também deve servir de orientação para quem faz política, ou seja, quem “trabalha” com os desejos da população e pretende transformá-los em votos.

A pesquisa me mostra com mais nitidez o terreno em que estamos caminhando, minado de interesses, escorregadio, cheio de desvios, sinalizado para dar em becos sem saída.


Talvez as lideranças do sistema político-econômico não percebam o quanto uma derrota da Marina no Acre prejudicaria a autonomia e a força do Estado.

Não é só porque Marina abriu as portas do mundo e possibilitou visibilidade e financiamento para os projetos estaduais com o pressuposto de que o povo acreano se une em torno de um ideário florestal.

Não é só porque Marina ainda é ao mesmo tempo o “fiel da balança” e o contrapeso, a parte mais densa, o osso do projeto acreano que não pode ser engolido pelos arranjos políticos nacionais ou pelos acordos oligárquicos regionais.

É, principalmente, pela importância crescente que ela terá no futuro.


Passadas as eleições, ou o “governo” do Acre renova e mantém seus laços com as forças que hoje se mobilizam em torno de Marina, ou terá que participar de um consórcio no qual terá 0,34% das ações, o tamanho do eleitorado acreano, submisso aos arranjos nacionais que privilegiam sabemos quem.

Na seqüência de uma conversa que está apenas começando, talvez eu tenha oportunidade de ser mais explícito e específico.

Por enquanto, como disse, vou fazendo um pouquinho de política, porém nas regras do Xadrez, um jogo maravilhoso.

Nele, não há sorte ou azar, a mentira e o blefe são punidos com a derrota, o objetivo é matar o Rei e a Dama é a peça mais forte.


Ah, eu não jogaria outro jogo.

Antonio Alves é cronista, assessor do governo do Acre e ex-militante do PT.

5 comentários:

Unknown disse...

O objetivo do xadrez é ganhar o jogo e nem sempre precisa-se chegar ao xeque mate (matar o Rei é horrivel!) para vencer o jogo. A dama é a peça com maiores possibilidades de ataque e defesa taticas, mas o Rei é a peça estratégicamente mais forte pois se ele for aprisionado, voce perde. Em politica e no xadrez as coisas sao bem mais complicadas que a metafora antoniana, embora o poder da simplificao e das frases de efeito acativem, e sao sempre benvindas para o dia-a-dia da politica local. NN pax et bonum

Antonio Alves disse...

O objetivo de qualquer jogo é ganhar. No caso do Xadrez, matando o Rei. Apenas "aprisioná-lo" resulta em empate, diz-se que o rei está "afogado", ou seja, morreu sem que ninguém o tenha matado. É claro que o Xadrez é um jogo civilizado e o jogador desiste antes da morte do seu Rei. Também não é nenhum jogo anarquista, pois o Rei é morto em nome de outro Rei (a partida é uma guerra entre dois reinos). Complexidade? O maior de todos, Capablanca, achava que o Xadrez era um jogo simples. Ficaria entediado com a política brasileira, povoada por Dilmas, Rabelos e agora esse menino aí, o tal Índio. Na política local... dizem que a visita da Kátia Abreu foi uma festa na floresta. Olha, vou te contar, essa capivarada toda não dá nem gosto.

Unknown disse...

Antonio, voce interpreta o mate do xeque mate como morte. E' uma interpretaçao etmologicamente errada. O rei é sob ataque direto e nao pode escapar. Ele sera' morto, mas isso é belo, o jogo acaba. Ninguém "come o Rei". O rei "afogado" é um rei sem movimento se nao existe nenhuma outra peça para mover-se e ele nao esta' sob xeque. Voce como bom politico nao respondeu ao questionamento mais forte: o Rei é a peça mais forte do jogo pela sua importancia estratégica; é a unica peça que nao se pode sacrificar. A Dama é sacrificavel. Portanto para tua analise ter um nexo, ela deveria dizer que a luta pelo Acre, que confunde-se com a luta pela vida do planeta, o Acre como simbolo a décadas dessa luta no Brasil, nao pode ser sacrificada. Qualquer outra peça é sacrificavel. Mas ai entrariamos na famosa o fim justica os meios e iriamos acabar nunca. Se quiser continuar do dia 4 a 9 de agosto e do dia 21 ao dia 24 de agosto estarei em Bsb. Traga um tabuleiro e um relogio. Abs Neném

Antonio Alves disse...

Viajarei, te darei aquele abraço saudoso, conversaremos sobre nossas metáforas e retornarei ao Acre com o couro cabeludo de teu Rei na mochila, caro NN.

Unknown disse...

Oba! o melhor de tudo é usar do Blog do Altino para marcar nossos encontros de capivaras. Nao te darei um fio das minhas abundantes madeixas para cobrir tua escassez capilar. Inté! na Paz e no Bem NN