quinta-feira, 29 de abril de 2010

NO PAÍS DA SUSTENTABILIDADE

POR HILDEGARD WILLER

Três horas dura o vôo de Brasília a Rio Branco no extremo noroeste brasileiro, no meio da selva amazônica. A cidade de Rio Branco tem cerca de 350 mil habitantes e é a capital do Estado do Acre, que apenas chega à população de 680 mil. Pouca gente dos centros urbanos de São Paulo ou Rio de Janeiro chega até aqui. Entretanto, o Acre tem um lugar garantido na recente história brasileira. Aqui, na fronteira entre Brasil, Peru e Bolívia, se originou o movimento ambiental brasileiro.

Fui no início dos anos 80 do século passado. O seringueiro Chico Mendes não se cansou de protestar contra a colonização irregular e a depredação da selva amazônica por parte de pecuaristas e madeireiros, que acabaria também com as seringueiras. Chico Mendes pagou por seu compromisso com a selva amazônica com sua vida. Em 22 de dezembro de 1988 Chico Mendes foi assassinado por um criador de gado. Sua morte destapou inicialmente uma preocupação internacional pela selva amazônica.

Chico Mendes segue onipresente no Acre, 22 anos mais tarde. Uma reserva de seringueiras leva seu nome e sua estátua adorna a Praça dos Povos da Floresta. O seringueiro ascendeu ao posto de herói popular em uma Rio Branco onde o boom econômico se percebe por todos os lados. Carros novos enchem as ruas recém-asfaltadas; dois novos parques ecológicos embelezam a imagem da cidade; novas bibliotecas e praças públicas que estão conectadas via rede sem fio gratuita para todos os cidadãos. Crianças e jovens passeiam com seus uniformes escolares depois da aula, quase não se vêem mendigos. Só poucos acreanos vivem hoje em dia do látex. A tradição antiga de tirar o látex foi transportada ao museu da cidade, onde jovens guias mostram a turistas como se produzia, então, a borracha, a bola de látex.

O boom econômico tem nome e sobrenome: Brasília e Lula. “90% do nosso orçamento são transferências de Brasília”, diz o jornalista acreano Altino Machado. Com seu pacote nacional de aceleração do crescimento econômico, o Estado está onipresente: controi colégios, praças públicas, avenidas, parques. Não deve assustar frente ao grande investimento estatal que os acreanos elogiem a seus representantes estatais: primeiro o presidente Lula, depois o governador Binho Marques e seu prefeito. Os três servidores pertencem ao Partido dos Trabalhadores (PT), o partido brasileiro com mais bases e estruturas em todo o país.

Hildegard Willer é jornalista alemã.

Leia o artigo completo no Blog da Amazônia.

9 comentários:

Rosangela Barros disse...

_ Lindo e significativo texto, minha cara jornalista, porém a Terra que deu origem a um representativo movimento ambientalista que deveria honrar pelo nome de Chico Mendes, também foi a Terra que originou os traidores deste Grande Imemorial Ambientalista Seringueiro: cuja vida foi doada em nome daqueles que da Floresta necessitam e sobrevivem e, bem como, acreditam que ela deva permanecer em pé, e ser verdadeiramente sustentável!... É nesse estado governamental que dita as normas na hipocrisia da florestania: que vivem os político que exportam toda nossa madeira e, também vivem os maiores destruidores ambiental...

Eu até honraria nossos governantes, cara jornalista, se a senhora tivesse visto de perto como vivem e de que se alimentam àqueles que na escuridão da floresta sobrevivem às migalhas oferecidas de toda esta ostentação que foi registrada no seu lindo texto: indígenas, ribeirinhos e a grande maioria da população da zona rural desconhecem o que a senhora oportunamente registrou... Quanto custou o seu honorário para descrever tal apologia?...

Do que adianta agradecer por uma pequena e insignificante parcela que usufrui e ostenta luxo e mordomia? (e quando são preconceituosos e individualistas?).... Enquanto uma grande maioria está no esquecimento e sobrevivendo na miséria, na fome e morrendo com doenças mais primitiva (e sem condição de se locomoverem: a lama não permite) que a senhora desconhece, e pelo visto: desconhece também, totalmente, a periferia de Rio Branco, os Municípios e a Solidão de toda a Floresta do Acre!... Vá procurar outro estado sua gringa para senhora explorar... Nem todos os acrianos são amiguinhos (assim como a cara jornalista) do Governo para enxergar o que a senhora ver de tão longe!...

PS.: Se o Governo me pagar bem (um valor significativo), eu escrevo uma apologia melhor do que esta do “País da Sustentabilidade” e com toda a autoridade de ACRIANA, seria este o título... "Acre: Um Estado que Originou a Economia Sustentável"... Coitado do Lula cairia ralo abaixo... já tenho até o esboço do texto... Lol

Um bom dia!...

Valterlucio disse...

Boom econômico aonde mesmo?
Fala sério. Esta senhora não faz a menor idéia do significado de economia.

Rosangela Barros disse...

Apenas esqueci de um pequeno detalhe: esta jornalista deve ser uma nazis que está a colaborar com os americanos para o domínio total do Brasil, pois acabei de ler que a revista norte-americana Time elege o Presidente Lula como figurara mais influente do mundo: dá licença minha gente!...

Além dessa senhora não entender nada de economia, ela bem que poderia nos dizer quem vai pagar num futuro próximo as sustentáveis dívidas brasileira causadas pelos grandes políticos do País da Instentabilidade... Somente não ver a realidade quem está a serviço do governo!...

Unknown disse...

Boom econômico? Brincadeira né Altino. Que foi que tu contou pra essa estrangeira? Estão plantando maconha na Reserva Chico Mendes, os carros novos são dos cargos comissionados do governo, que vem de todos os estados do país, mamar por aqui, a rede sem fio navega a 256kb e ambientalistas acreanos criam gado. Por aqui todo o dinheiro que rola é de salários do funcionalismo e do pequeno comércio que abastece a região. As obras públicas são uma porcaria, pontes caem, asfalto se desfaz como giz e o cara de pau do Lula tem a coragem de dizer que no governo dele, 30% dos brasileiros "passaram para a classe média", que 70% dos brasileiros vivem nas classes A,B e C. Explica pra ela que tudo isso é só de fachada, leva ela nos bairros periféricos pra ela conhecer o esgoto à céu aberto, as crianças de pés descalços e com fome e as pessoas comprando drogas e bebidas com o dinheiro do "bolsa miséria".

Altemar disse...

Tá bom, a alemã está errada.
Então chupa essa manga

http://www.time.com/time/specials/packages/article/0,28804,1984685_1984864,00.html

ou esta

http://translate.google.com.br/translate?js=y&prev=_t&hl=pt-BR&ie=UTF-8&layout=1&eotf=1&u=http%3A%2F%2Fwww.time.com%2Ftime%2Fspecials%2Fpackages%2Farticle%2F0%2C28804%2C1984685_1984864%2C00.html&sl=en&tl=pt

Altemar disse...

Ia esquecendo:

"Não, aqui não é só feito de rios caldalosos e de florestas, nem de macacos, de galho em galho, fazendo festa pra natureza. Toda vez que se derruba a mata o curupira se muda pra outras bandas, e vai mudando...
aqui toda noite é uma noite, ai toda noite é um dia, aí luas ionizadas, aqui um pedaço de prata no Céu"

quem escreveu não foi o curupira não, foi o Sérgio Rocha Taboada.

P.S. fui longe né?

Acreucho disse...

Meu comentário foi censurado?

Marcelo Jardim disse...

Acho q tá com a cara da Agência de Notícias do Acre: Ridícula!

Cecília França disse...

Altino, só agora li o artigo completo do Blog da Amazônia. Muito bom, tanto quanto seus comentários elucidativos. Parabéns!