O segundo turno será entre Marina e alguém, diz André Forastieri:
"Serra e Dilma concorrem na mesma faixa, com o mesmo programa, o mesmo papo e os mesmos apoiadores. Ou 90% iguais em cada uma dessas coisas. O que faz diferença. Mas pouca.
Dilma é Hillary Clinton, a ungida pela cúpula do partido. Mas os apoiadores do partido, a base eleitoral do partido, e os independentes - a maioria - acabaram escolhendo Obama.
Não interessa se Marina concorrerá pelo PV - uma agremiação tão heterogênea quanto o PMDB - ou pelo Partido das Candidaturas Surpreendentes. O que importa é ela. E algum tempo de TV.
Mas não precisa muita TV não.
Porque a candidatura de Marina garante participação de novos players. Gente que sabe mexer com internet, com redes sociais, com marketing viral. Que não vai ser voluntária para turbinar a campanha de Dilma ou Serra. Mas tem grandes chances de se apaixonar por uma candidatura com perfumes de utopia.
Sem seus geninhos da internet Obama não tinha captado tanto recurso, não tinha eletrizado, não tinha incomodado. E internet, hoje, inclui celular, mídia com penetração comparável à TV junto à população brasileira. Se Marina se conectar com gente que sabe usar as armas digitais do século 21, a coisa pode pegar fogo. Se tratar a tecnologia como inimigo ou como aliado secundário, perderá uma chance única.
Com as qualidades e defeitos que você queira ver neles, é inquestionável que Serra e Dilma são veteranos das lutas políticas do século 20. Marina pode não saber jogar o jogo do business as usual. Mas ninguém dirá que não é uma guerreira global do século 21.
Marina tem o clássico apelo “um brasileiro igualzinho a você” de Lula. Ficou seis anos ao lado de Lula. E portanto é tão herdeira natural quanto Dilma. Aliás, pelo histórico no partido, muito mais.
Marina saiu por princípios e brigando com Dilma. Pode falar de boca cheia “eu não me aliei com o Collor e o Sarney”. Aliás, sobre Dilma e Marina: pesquisa rápida em São Paulo com quatro representantes “do povo” esta semana (empregada, faxineira, vigia de rua, enfermeira) deu empate entre as duas. Nenhum dos quatro jamais tinham ouvido falar nem de uma, nem de outra.
O que me disseram essa semana sobre Marina: ela é muito brava. Ela é muito inocente. Ela não teria o apoio da grande indústria, da agroindústria, da classe média. Ela não tem apoio da cúpula do PT. Ela, eleita, teria dificuldade para garantir uma maioria no Congresso.
Para a maioria dos brasileiros, desconfio que nada disso são deméritos. Pelo contrário: são qualidades.
A possibilidade da candidatura de Marina instantaneamente preencheu uma lacuna.
Se por acaso ela decidir não concorrer, alguém terá que ocupar este espaço. Não vejo ninguém à altura. Mas eu também não tinha visto Marina antes dela aparecer.
O essencial é invisível."
3 comentários:
"Candidatura com perfume de utopia"?
Deus me livre!
Marina não será presidente. Com esse "perfume utópico todo" ela será uma "bela' professora da UFAM, nada mais. Nunca. Marina não é do Executivo...vai ser uma vergonha só.
Marina presidente é um fedor utópico. Isso sim.
Heitor Ferreira/AM
Acho que fede é o que falastes Heitor...
Apoio a candidatura de Marina, acredito ser um marco historico na politica tao desacreditada dessa nossa patria Brasil.
Deus permita que ela nao se curve aos apelos emocionais do nosso presidente, e que possa com garra e determinacao me fazer ter orgulho novamente de Ser. Brasileira.
Marina por favor nos deixe tirar nosso nariz de palhaco, precisamos RESPIRAR!
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