quarta-feira, 19 de agosto de 2009

MARINA SILVA

Senadora vai contrariar Zé Dirceu e não abrirá mão do mandato


A senadora Marina Silva (PT-AC) vai contrariar o ex-ministro da Casa Civil Zé Dirceu, que publicou recentemente um texto no blog dele no qual alegava que o partido deve ficar com o mandato dela, caso a ex-seringueira confirme sua desfiliação para se lançar candidata à Presidência da República pelo Partido Verde.

- Ela já decidiu que não vai renunciar ao mandato - afirma um assessor da senadora.

Leia mais:

Marina anuncia hoje decisão sobre convite do PV

O Blog da Amazônia obteve com exclusividade a nota técnica que serviu para sustentar a decisão da senadora de não renunciar ao mandato.

Intitulada "Fidelidade partidária", a nota assinala que os candidatos recebem mandatos tanto de eleitores como dos partidos políticos, sendo a representação popular e partidária.

A senadora recusou convite para participar na sexta-feira, 21, em Rio Branco (AC), de uma solenidade com a presença do presidente Lula e se distancia cada vez mais do PT.

O governador Binho Marques (PT) apresentará o programa habitacional “Minha Morada” ao presidente, que comparecerá ao Estado desacompanhado da ministra da Casa Civil Dilma Rousseff.

A senadora alegou compromisso previamente assumido em Belém (PA), onde será palestrante, na quinta-feira, 20, durante evento sobre os desafios da cobertura do jornalismo ambiental na Amazônia.

Principais trechos da nota

"Isso [a fidelidade partidária] não pode ser desvirtuado para ser visto sob a forma de mordaça e aniquilamento de uma posição quando se justificar a mudança de sigla, desde que o parlamentar encontre razões bastantes e justificadoras dessa mudança. Esse é o entendimento do Supremo Tribunal Federal, porquanto não considera que a mudança de partido determina a perda automática do mandato e entende que cada caso deve ser analisado e julgado pela Justiça Eleitoral individualmente".

"No caso da senadora Marina Silva, o partido claramente desviou-se de seu programa em matéria ambiental, ao participar de votações esdrúxulas no Congresso Nacional que propunham a revisão da legislação ambiental, como na votação da Medida Provisória 452, que dispensava o licenciamento ambiental nas obras do PAC, e na votação da Medida Provisória 458, que legalizou a venda de terras na Amazônia"

"As divergências dela com o desvio do conteúdo programático do partido na condução da política ambiental do governo estão claros desde sua saída do Ministério do Meio Ambiente."

"Além disso, Marina Silva está completando 21 anos de mandatos pelo PT, incluindo os de Vereadora, Deputada Estadual e Senadora. Falar em infidelidade partidária destoa de sua postura assumida até aqui, mostrando um contra-senso com sua história de quase 30 anos de militância no PT."

Leia no Blog da Amazônia a nota completa da assessoria da ex-ministra do Meio Ambiente.

11 comentários:

Acreucho disse...

O "pessoa como", Zé Dirceu, assim o classificou a Senadora Marina Silva outro dia, fez na realidade uma ameaça a senadora, uma maneira velada de tentar tanto manipular como amedrontar, dizendo que "o mandato pertence ao partido". Isso não é o Zé Dirceu quem decide. É um absurdo que ainda se pense no Brasil em termos de que "o partido tem influência na eleição de um candidato". Fosse assim, partidecos ínfimos não elegeriam candidatos. A influência do partido é meramente logística. Alguém tem dúvida que Marina Silva no Acre seria eleita por qualquer partido? Marina está começando a agir como "futura candidata", recusou convite pra participar de solenidade junto com Lula. Parabéns!

Anônimo disse...

É melhor esse povinho do PT calar a boca porque se Marina abre a dela aí a casa cai junto com os berros de boi.

Anônimo disse...

Marina sai do PT e leva na cacunda o Chico Mendes.
Os verdadeiros petistas, aqueles antigos, merecem colo e solidariedade.
Os neo-pt, de cargos comissionados, nem sabemo que isso significam.

Chora PT, chora! Chora que a Marina já foi embora.

M

Anônimo disse...

O que o cara que foi um dos mentores do mensalão, valerio-duto e outras tramoias mais quer falando grosso...
Procura o teu buraco e te esconde nele zé dirceu, um cara com a biografia manchada como o dirceu não tem moral para falar qq coisa da senadora.

Hércules

Unknown disse...

Perguntar não ofende: e quando o partido é infiel com sua senadora e ex-Ministra?

Iberê disse...

Poisé, Edilene... Boa pergunta...

Anônimo disse...

Quando o partido é infiel ela deixa o partido, oras...

Acreucho disse...

Boa mesmo!

Anônimo disse...

êpa,êpa, êpa. Eu fiz campanha e votei na Marina porque ela era do PT.

Eu jamais ajudaria na sua eleição ela fosse deste partido medíocre no qual ela pretende se filiar.

Sua popularidade e grande parte de seus votos são frutos de árduo trabalho da militância petista.

Se ela é tão honesta o quanto diz ser, deve renunciar ao cargo, sim.

Anônimo disse...

TE JUNTA AO ZÉ! Ô MANÉ ANÔNIMO DAS 1:18...VAMOS FALAR DE MEDÍOCRE VAMOS FALAR DE PT...

Unknown disse...

Sobre o delírio Marina Silva

Jamais discutirei a biografia, o caráter ou as intenções da ex-ministra, que nada têm a ver com pretensões eleitorais.
Sua candidatura não tem chance real de sucesso por inúmeros motivos. Faltam-lhe uma aliança partidária abrangente, tempos de rádio e TV, investimentos, palanques regionais, militância numerosa e qualificada. A experiência e o perfil de Heloísa Helena a sufocam ou, na melhor das hipóteses, anulam suas especificidades. E, convenhamos, atrair Gilberto Gil, Protógenes Queiroz ou Nelson Mandela não trará enormes benefícios junto a eleitorado majoritariamente conservador e preconceituoso.
Um projeto monotemático (seja ambiental ou qualquer outro) é insuficiente para empreitada desse porte. O pretenso diferencial da “honestidade” e do apelo moral pode ser encontrado em todo e qualquer discurso de campanha. E bastará revelar as ligações de Marina com a igreja evangélica e outros misticismos ultraconservadores para que ela perca o deslumbramento do eleitor progressista.
Quem ignora essas dificuldades insanáveis está ludibriando o distinto público.
Ademais, há sim o fator político. Sua militância reagirá bem quando ela sair na foto abraçada com Zequinha Sarney? Marina subirá no palanque fluminense do neotucano Fernando Gabeira, junto a lideranças do DEM (PFL) e do PSDB local? Como se portará em São Paulo, onde o PV apóia José Serra e Gilberto Kassab? Será omissa no segundo turno, prejudicando seu antigo partido e favorecendo o retorno da “direita liberal” que tanto combateu?
Até as pranchetas do Datafolha sabem que a disputa presidencial será plebiscitária e polarizada; feliz ou infelizmente, Marina permanecerá apartada desse embate. A imprensa serrista comemora sua pré-candidatura porque ainda parece conveniente para dividir os votos de Dilma Rousseff. É só Marina começar a enfraquecer José Serra que o bondoso governador tratora tudo e acaba com essa brincadeira sem graça.