A Terceira Feira do Pirarucu Manejado, encerrada nesta semana no município de Manuel Urbano, no Acre, demonstrou os resultados positivos do projeto de manejo do pirarucu, o maior peixe de água doce do planeta. No evento, pescadores locais puderam comercializar alimentos e objetos de artesanato elaborados a partir da espécie, que vinha desaparecendo da região no início desta década.
O projeto, que consiste em treinar e capacitar pescadores para manejar o pirarucu de forma ambientalmente adequada, gerou acordos de pesca, que são regras elaboradas pelos moradores locais com objetivo de assegurar, em longo prazo, a sobrevivência da espécie e a viabilidade econômica da atividade pesqueira.
Os principais resultados diretos são o aumento da produtividade dos lagos, o crescimento da produção de pirarucu nos lagos manejados, o repovoamento, com casais da espécie em lagos onde o peixe havia desaparecido e o consequente aumento da renda dos pescadores.
Pedro de Nascimento, pai de oito filhos, relata que sua renda com a pesca aumentou mais de 50% após sua entrada, em 2007, no grupo de manejadores que participa do projeto do pirarucu.
- Antes, demorava de dois a três dias em Manoel Urbano para vender 60 quilos de peixe, e muitas vezes levava prejuízo. Agora a gente ganha muito mais - diz.
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Um comentário:
Impressionante a força que as palavras palavras "manejo" e "sustentável" continuam a ter na legitimação de atividades que inevitavelmente têm impactos fortes no meio ambiente. O Acre já pariu de tudo: desde a madeira manejada (filho primogênito dessa fórmula) até a pastagem maneja e agora vem o o pirarucu manejado. Mas o mais cínico de todos continua sendo o tal do "boi verde" (também manejado, evidentemente, por extensão das pastagens de onde são "colhidos").
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