O "governo da floresta", do Acre, se tornou o primeiro da Amazônia a criar um Grupo de Trabalho (GT) para construção de um programa estadual de aquisição de madeira legal na administração pública. De acordo com decretos assinados pelo governador Binho Marques (PT) e pelo prefeito de Rio Branco (AC), Raimundo Angelim (PT), em no máximo seis meses, o GT deverá realizar estudos e definir normas e procedimentos licitatórios para compra de materiais e produtos madeireiros de modo a garantir a sustentabilidade socioambiental.
O Ministério do Meio Ambiente estima que 80% da atividade madeireira na Amazônia ocorrem na ilegalidade. A madeira é extraída de áreas não autorizadas ou de forma predatória, o que gera prejuízos sócio-ambientais como evasão fiscal e infrações às leis trabalhistas com uso de mão-de-obra irregular, escrava ou infantil.
Os próprios estados da Amazônia participam da exploração descontrolada e predatória que acontece na região. No Acre, por exemplo, os empreiteiros que executam obras públicas preferem adquirir madeira ilegal em Rondônia a pagar um pouco mais pela madeira legalizada oriunda das florestas do Estado.
Sob moderada pressão de organizações não-governamentais, o governo do Acre e a prefeitura de Rio Branco assinaram um "termo de compromisso pelo futuro da floresta". O governador e o prefeito estão dispostos a evitar o consumo de madeira amazônica de origem clandestina, a promover o manejo florestal sustentável e o uso de madeira legal.
Para que sejam considerados estado e cidade amigos da Amazônia, ambos se comprometeram com várias ONGs a promover a diversificação da produção florestal, restringindo o uso de espécies protegidas como o mogno (Swietenia macrophylla) na administração pública. A exceção são os produtos com certificação florestal de origem.
Governo e prefeitura terão que exigir das empresas que participarem de processos de licitação a apresentação de provas da legalidade da cadeia produtiva da madeira. Os produtos madeireiros terão que ter origem legal aprovada pelo Ibama ou Instituto de Meio Ambiente do Acre. Os fornecedores terão que estar de acordo com o licenciamento ambiental.
Outro compromisso é dar preferência à madeira proveniente de manejo florestal sustentável e aos fornecedores que já estejam certificados e vinculados ao Programa Estadual de Qualidade na Construção Civil e Programa Estadual de Qualidade do Setor Florestal.
ADELAIDE FÁTIMA - entrevista
Ela preside a Associação das Indústrias Manejadoras e o Sindicato dos Madeireiros do Acre, além de fazer parte da diretoria da Federação das Indústrias do Estado. A ex-dona de serraria optou pelo manejo de madeira e está cada dia mais convencida de que essa é a saída para preservação das florestas da Amazônia.
- Para mim, está cada dia mais distante o tempo em que ser madeireira era papel de vilã. Minha filha Maiara chegava a mentir sobre o meu trabalho. Esse tempo passou - afirma Adelaide Fátima, que já trabalhou no Paraná, Paraguai, Rondônia e está no Acre há 22 anos.
Veja os melhores trechos da entrevista no Blog da Amazônia.
6 comentários:
Queria fazer uma pergunta que não tem nada a ver com este post. Sabe aquele documentário da Denise Zmekhol que ela fala sobre para você num e-mail, que você até postou isso em 2007? Ela fala sobre um documentário que fala sobre a o impacto causado pela BR 364 e também fala de Chico Mendes, é mais ou menos isso. Você sabe dizer se ele já está concluído e como eu posso fazer para assistí-lo? Muito obrigado!
o/
Eis o link da entrevista que fiz com ela sobre o filme: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2941101-EI6586,00.html
Nobre Altino,
quer dizer que o governo vai comprar madeira "legal"? Será que é da madeireira da Fátima?
Vale lembrar que a Fátima é a esposa do Ciro Machado, aquele que foi condenado pela Justiça Federal no Acre. A Justiça informa que no presente caso (que ainda envolve o grileiro Edmar Sanchez Cordeiro), "se os mencionados réus ocuparam terras públicas indevidamente, usufruindo-as economicamente sem o pagamento de qualquer retribuição em favor da União, está configurado o enriquecimento indevido deles. Esse enriquecimento sem causa gera o dever de indenizar o detentor do patrimônio prejudicado (no caso, a União)". Se olharem a prestação de contas da FPA perante o TRE verão que grande quantidade de dinheiro foi "doada" pela madeireira da Fátima e do Ciro, a mesma que vem retirado madeiras de forma "Legal" para vender para o governo da floresta. É o governo do Estado comprando madeira retirada das áreas da União e ajudando os empresários a gahnarem dinheiro honestamente no Acre. É o governo empurrando a tora na gente.
"Grande" Binho, sabe muito!!!!!
Vale a pena rever a matéria feita por você mesmo: http://altino.blogspot.com/2009/02/grileiros-do-acre.html
Caro Altino Machado, sou a filha que a Fátima mencionou na reportagem. Tenho muito orgulho desse setor e principalmente da minha mãe a qual é uma mulher guerreira que tem lutado pelas causas do setor madeireiro e acreditado no manejo.
Este setor é um setor que mereçe honra, que luta pela legalidade, que presta o seu devido papel perante a sociedade e um setor referencial para o mundo inteiro.
Hoje faço Engenharia Florestal na Ufac, e o que era motivo de tristeza para mim hoje é motivo de honra. Tenho acompanhado a luta desses empresários e Deus no devido tempo honra aqueles que Nele esperam.
E que Deus abençoe a cada dia as Indústrias Manejadoras do Estado do Acre.
Caro Altino Machado, sou a filha que a Fátima mencionou na reportagem. Tenho muito orgulho desse setor e principalmente da minha mãe a qual é uma mulher guerreira que tem lutado pelas causas do setor madeireiro e acreditado no manejo.
Este setor é um setor que mereçe honra, que luta pela legalidade, que presta o seu devido papel perante a sociedade e um setor referencial para o mundo inteiro.
Hoje faço Engenharia Florestal na Ufac, e o que era motivo de tristeza para mim hoje é motivo de honra. Tenho acompanhado a luta desses empresários e Deus no devido tempo honra aqueles que Nele esperam.
E que Deus abençoe a cada dia as Indústrias Manejadoras do Estado do Acre.
Apesar de estar longe do ideal, o manejo ainda eh a unica solucao real para diminuir a destruicao.
Diferente seria se toda madeira fosse manejada... Diferenca para melhor certamente!
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