sexta-feira, 6 de março de 2009

A MINHA IGREJA DO CORAÇÃO

Moisés Diniz

Hoje foi uma sexta-feira de sol aqui na Amazônia. Nesses dias é como se a gente estivesse dentro de um lago, um rio, um mar e, sob as suas águas, pudesse respirar. É tanta a água e tanto o calor que, num ritual mágico, químico e biológico, somos atingidos por um morno vapor invisível. Não tocamos, mas sentimos. Não vestimos, mas é como se fossem os paramentos sagrados de uma liturgia.

Respiramos água que, na sua forma invisível, nos faz sentir como se estivéssemos respirando magicamente dentro do líquido amniótico. É como se as nossas aldeias indígenas, nossas interioranas avenidas e as margens de nossos rios fossem um útero carinhoso e o cordão umbilical fosse o nosso jeito amazônico de viver e de respirar.

Acredito que não haja nada mais adequado para comparar a Deus ou ao Espírito Santo do que o ar morno, forte e denso que nós respiramos aqui na Amazônia. Como disse: não vemos, não tocamos, mas fortemente sentimos. Sabemos que ele existe, porque ora nos exaspera e, noutro instante, nos alivia, quando as chuvas torrenciais descem para lavar as cinzas de nossas queimadas e as maledicências de nossos pecados.

Hoje, com toda a minha convicção marxista, eu senti a força de Deus, aquele mesmo que impulsionou os cristãos que foram esfolados vivos pelo capital, seja aquele da terra, das mansões, dos tribunais ou das grandes fábricas. Li a nota antológica da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), através de seu braço mais humano, a CPT (Comissão Pastoral da Terra), que denuncia o caráter parcial, reacionário e elitista das declarações do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o papel do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

Leia o artigo completo do deputado estadual Moisés Diniz (PC do B) no Blog da Amazônia.

14 comentários:

Anônimo disse...

Oba.. Moisés começa a ressurgir. Se diz que sentiu a presença de Deus.. em breve dirá que concorda apenas com alguns conceitos marxistas mas voltará a ser cristão. Renascer.. em plena quaresma.. oba começo a admirar mais o Moisés.
Fé Moisés.. os homens podem e são capazes de mudar os conceitos e as formas de vida para o bem.. isso é ter Fé. Não preciso ser enfronhado em nenhum "ismo" para acreditar no meu igua (na pessoa humana).

Anônimo disse...

Aleluia, irmão Moisés!
Quando você aceitar Jesus verá, no mínimo, quatro reeleições pela frente.
Jeremias, cap. 5, vers. 8, alínea b das disposições transitórias:
"Feliz é o hoomem que crê".

Cartunista Braga disse...

Grande Moisés, meu comunista predileto. Romântico, poético, deísta...

Anônimo disse...

Móises, como você se sentiu quando dois pistoleiros travestidos de sem-terra mataram inocentes? Deus estava nos seus corações?

Anônimo disse...

Anônimo 3,

Eu acho que os sem terra que mataram os pistoleiros devem ser punidos, como manda a lei.

Eu defendo que o assassinato seja punido em qualquer situação, seja o do banqueiro, do padre ou do jagunço. O problema é que a justiça do Brasil não pensa assim, por isso têm mais de 1.400 assassinatos de trabalhadores rurais IMPUNES...

Faz essa pergunta ao Gilmar Mendes, ele vai estar no Acre na próxima quarta-feira!

Anônimo disse...

Á propósito de latifundio será que o povo acreano sabe da fazenda do Jorge Viana, em sociedade com os ricos irmãos paulitas Ricardo e Roberto Stock, nas proximidades da Cachoeira do Ituxi em Labréa, no Amazonas?

Alma Acreana disse...

Caro Moisés,
Só tenho que felicitá-lo por esse texto. Não comungo muito de suas idéias, mas essas desnudam uma gama de injustiças cometidas pelos grandes latifundiários desse país. Será difícil acabar com o elitismo brasileiro, mas sempre haverão profetas que denunciarão as injustiças seja de quem for e de onde for. O problema agrário brasileiro é muito complicado, os grandes latifúndios impõe uma cultura de violência e aniquilação sobre os mais fracos. Nunca faltou terra nesse país, mas em compensação sempre vigorou a política do mais forte e dos senhorios. A própria justiça, é justiça pra quem?
Enquanto houver sem terras é sinal de que a luta deve continuar, porque os direitos para todos ainda não chegou...
Seu texto tem um grande valor e desse eu comungo na liturgia da vida!
Abraços!

Anônimo disse...

Deputado Moisés.

Largue o palitó, compre uma foice e a coleção dos livros do Diogo Mainard e volte para tarauacá.
Quem faz as leis são os deputados. eis a resposta para os 1400 impunes.

Anônimo disse...

Amigo Anônimo,

Diogo Mainardi é um escritor reacionário que alegra o coração da elite brasileira com os seus livros preconceituosos e agressivos a tudo que é novo e mudancista.

Leio Mainardi só pra poder combatê-lo no meu pequeno terreno, apesar de não ter os instrumentos poderosos que ele tem, como a revista Veja!

Quanto às leis sobre a terra e o código penal, não esqueça que eu sou deputado ESTADUAL.

No mais, obrigado por me convidar para voltar a Tarauacá. Acho que farei isso em breve. Sinto falta de lá.

E quando voltar não usarei uma foice (nunca usei e isso não é preconceito), minha ferramenta de trabalho é o giz e a palavra. Sou professor (concursado em 1985 e 1992).

Um abraço,

Moisés Diniz

Altemar disse...

Todo anônimo é um saco, principalmente estrangeiro (motivo que imagino para os erros). Então vou te arranjar o que fazer pelo resto da semana:

http://jogos.hex.com.br/jogo/teste-de-qi-do-einstein/

Anônimo disse...

Caro Moisés,
Sei como é bom um combate mesmo em situações que parece que nunca vamos ser ouvidos ou lidos. Se seus textos não aparecerem neste blog acredito que seus leitores somem ou não existem.
Quanto ao fato de você combater o Diogo em seu "terreno" o mesmo acontece comigo, só que eu combato a forma como você trata os problemas que assolam seu reduto eleitoral (Jordão e Tarauacá) mesmo antes da reportagem do Fantástico.
A diferença entre nosso combate é que sua forma estranha de tratar os nossos problemas é publicada, já meus comentários não são, mesmo assim eu não desisto e continuo meu combate, a cada texto seu um comentário sem jamais desistir.
Sinto-me um Dom Quixote lutando contra moinhos de vento...Mesmo assim não desistirei.

Anônimo disse...

Caríssimo anônimo,

Moinhos de vento combato eu! Imagine o que significa dialogar com um anônimo?

Sei que você não concorda com os meus pontos de vista e com a minha atuação parlamentar. Respeito o seu ponto de vista e continuarei defendendo os meus.

Talvez um dia você reflita e vote em mim. Rssrrss. Só não vale dizer que já votou em mim e está arrependido. É o discurso de todos os anônimos que discordam dos meus pontos de vista.

Ah! Se precisar, eu agilizo para que você entre no programa de proteção às testemunhas... Risos.

Um grande abraço,

Moisés Diniz

Anônimo disse...

Prezado Dom Quixote,[Que figura Quixotesca...]o bom mesmo é o bom combate:o combate sem paixões ideológicas,o combate sem mágoas,o combate a favor da razão.Faz parte da tradição dizer que mineiro gosta de ficar em cima do muro;mas é de onde se tem a melhor visão.Lógico,que isto não significa a visão da razão,é a contra-lógica da carambola que só tem quina,não tem lado.Então,viva o bom combate.BETO MINEIRO.

Anônimo disse...

É Altemar sem querer ser deselegante,mas voce tem engolido muitos anônimos[ou sacos].Quem não for anônimo,que atire o primeiro CPF.