Do leitor que assina como Ed, a respeito do pronuciamento da deputada Perpétua Almeida (PC do B), que contestou ontem a reportagem do Fantástico, da Rede Globo, sobre a precariedade do desensolvimento humano no Acre:
"Efeito cascata: assim como a matéria não soube dar conta da complexidade que é a vida em certos lugares da Amazônia, a fala da parlamentar, de cujo conteúdo não se pode discordar em sua quase totalidade, também falha pelo mesmo motivo da reportagem, ausência de aspectos importantes relacionados ao problema e tentativa de desviar o foco para questões genéricas.
Diante de tudo isso (os problemas em si e as abordagens, sejam televisivas ou dos agentes políticos), algumas perguntas e questionamentos surgem de imediato:
1) qual foi a natureza da melhoria das condições de vida dessas populações efetivamente proporcionada pelo estado do Acre no que ficou conhecido como florestania e valorização dos povos da floresta. Se o povo de jordão não for "povo da floresta", quem mais pode se enquadrar nessa categoria?
2) Onde foram parar, detalhadamente (aproveitando aí prestação de contas do Júlio Barbosa), os volumoos recursos dos empréstimos contraídos pelo Executivo estadual junto ao Bid e Bird durante as administrações de Jorge Viana, procedimento que deixou o estado num elevadíssimo nível de endividamento pelos próximos 30 anoss? Por que esse dinheiro não chegou ao Jordão, a Tarauacá e demais municípios e comunidades espalhados no meio dessa floresta, dos quais só nos lembramos quando uma emissora de ambrangência nacional vem mostrar as misérias e sofrimentos por que passam essas populações?
Mais uma vez, qual o real significado de todo aquele investimento no chamado "desenvolvimento sustentável" que justificou empréstimos de damanha magnitude, porque esses recursos não se revestem em mudanças qualitativas na vida dessas populações? Como anda o tal subsídio à produção da borracha criado ainda no primeiro tempo do governo Viana, o que aconteceu com aquele programa?
Bom, são muitas perguntas. Mas isso só revela a nossa outra penúria, a falta de um debate público, qualificado e consequente que pudesse trazer essas questões à apreciação de todos, sem os pesados filtros adotados pelo governo a respeito daquilo que pode e do que não pode entrar na paulta dos debates públicos, sobretudo através dos meios de comunicação.
A nossa sorte é a existência desse blog do Altino, mas fico me perguntando sobre o momento em que, por algum motivo, ele não consiga mais tocar essa iniciativa pessoal. Espero que estejas formando adeptos ou inspirando iniciativas que mantenham a mesma competência (sem isso não vai) e comprimisso deste espaço".
◙ Em tempo: a imprensa do Acre ignorou a reportagem do Fantástico e o caso (exceto A Tribuna) do petista Júlio Barbosa, ex-prefeito de Xapuri, condenado pelo Tribunal de Contas a devolver R$ 318,6 mil aos cofres da terra de Chico Mendes. O jornalista Luis Carlos Moreira Jorge, no Blog do Crica, explica em parte:
"Chega a informação que dirigentes do staff de Comunicação do Governo percorreram órgãos de imprensa da Capital, em alguns casos telefonaram aos proprietários, pedindo para não darem maior dimensão á notícia que apontou os municípios acreanos de Jordão e Tarauacá como dois dos piores lugares do Brasil para se viver, contrapondo ao slogan do Governo Binho Marques que O Acre é o melhor lugar para se Viver.
Até notas das colunas foram censuradas. É o tipo da censura idiota, porque a matéria do Fantástico denunciando o estágio miserável que vive esses municípios foi vista em todos os demais municípios do Acre. Além de aceitar a censura, mais lamentável ainda foi o fato dos órgãos de comunicação tradicionais de Rio Branco brigarem com a notícia e fazer de conta que o Fantástico só foi visto em Marte. Não é isso que ensina o bom jornalismo".
9 comentários:
Em junho do ano passado esteve no Acre a autoridade número 1 em Desenvolvimento Humano, o subsecretário geral da Onu, Carlos Lopes. Tentei por meio de vários assessores do governo agendar uma conversa dele com o governador Binho Marques e também com o presidente da Aleac, deputado Edvaldo Magalhães. Tentei compartilhar uma visita pessoal que o mesmo estava fazendo a sua noiva, a jornalista Maracimoni e alguns amigos daqui. Mas simplesmente fui ignorado por todos. Passamos uma semana juntos, ele até ajudou a empurrar meu carro na saída do bairro Boa União, na baixada. Tentaram o encontro por outro lado, mas por mim não sei porque não aceitaram. Perderam talvez a maior oportunidade de apresentar o tal Desenvolvimento Sustentável do Acre a uma pessoa tão influente no assunto em todo o mundo. Essa conversa poderia ter sido ponto positivo até para a escolha do Acre como sede verde da Copa do Mundo. Só sei dizer que o meu desenvolvimento humano parece está chegando ao fim e a última vez que vi Binho foi naquela maquiniha de votação. Há algumas semanas tento uma conversa com o governador ou com Fábio Vaz e nada de sucesso, nem mesmo uma vaga numa escola pública foi possível. Em tempo: minha amiga Maracimoni e o esposo Carlos Lopes já confirmaram diretamente de Genebra, na Suíça, uma nova visita ao meu humilde chapeu-de-palha. Dessa vez não vou incomodar meus "companheiros".
É Gean, vejo que nao foi só vc que foi "tirado de tempo", eu também nao recebi nenhum convite pra ir desfrutar do seu chapeu-de-palha.
Jael Bimi
Agora andamos meio afastados né Jael, mas de vez em quando nos encontramos nas bocas livres da vida. Filando uma maniçoba aqui e ali... Sem contar que já fizemos bons piqueniques inclusive em Fortaleza...do Abunã. Valeu Joel!
Sobre a notícia da Globo, nada a admirar. A maioria da imprensa brasileira sobrevive de sexo, violência, rokin rol ou tcham e mostrando a miséria dos outros.
A globo antes já tinha tansformado o Acre num puteiro quando fez a minissérie e agora vem com essa do Jordão.O parâmentro que jogaram pra lá é o velho estilo dominador. O cara só é evoluido se na aldeia tem tomate, uva, maçã, pêra, esquecendo que aquela população tem uma das alimentações mais saborosas e de valor nutritivo e que poucos de nós tem.
Tipos de batatas, qua vai desde o inhame a macaxeira que pouco de nós conhecemos. Mais de dez de feijões cultivados nas praias sem agrotóxico e sem ser da monsanto. Peixes sem mercúrio, e preparado na brasa encima da folha da bananeira, comido com banana chifre de bode. Não tem pra ninguém! Além de macaco cozido na banana comprida. É a fartura na miséria. Altino, convida o pessoal da globo pra um banquete destes.
Abrahim Farhat - Lhé
Altino, fiz também um comentário lá na outra matéria explicando porque uso meias bicolor.
Abrahim
Caro Altino o material do Fantástico foi publicado no site www.agazeta.net na segunda-feira, dia 2. Parabéns pelo seu posicionamento e continue trabalhando para que nossa população tenha sempre acesso à verdade.
Felicitações amigo
Altino,
Fiz uma pesquisa na esquina do Tecidos cuiabá que como voce sabe fica no centro e é bem movimentado pra saber quantos jornais são vendidos diariamente naquele local ?
somados todos não passam de 10. É uma censura boba. O povo infelizmente ou felizmene assiste a Globo e não lê jornais.
Caro ED, que tal procuramos o dinheiro no litoral brasileiro em belos apartamentos de cobertura e também no exterior. Já que o povo da floresta não viu nem a cor desses empréstimos quem sabe encontraremos na beira mar.Aqui é o melhor lugar para os bobos viverem, mas o melhor para aplicar o dinheiro são as prais e o exterior.Viva o acri (azedo de tanta safadeza).
Nossa, estão tentando desviar o foco da matéria. Pessoal, essa reportagem não tem como foco principal a questão da falta do chuchu. A matéria quis mostrar que, por falta de estruturas nas estradas, ou melhor, por falta de estradas é que o povo do Jordão vivem no total isolamento que nem chuchu conhecem. Agora, ficar aí querendo da um de Chacrinha é demais. Concordo com algumas coisas que a nossa Deputada Perpetua citou em seu discurso sobre a reportagem que, a questão dos alimentos é coisa cultural. Sim, claro que é. Aqui no Sul não comemos bana frita, mingal de tapioca, mandioca cozida com manteiga, muito menos farinha de qualidade que só o Acre tem, mas comemos maçã, uva, pêra, morango e outras coisas que aí no Acre só tem se comprar. E assim vai, cada Estado tem sua riqueza, sua cultura. Mas a matéria quis mostrar a falta de compromisso dos Governos pelo o Jordão e o povo de lá. O que precisa ser feito e já é estrada para se ter um mínimo de qualidade de vida melhor sim. É só isso pessoal, não é o chacha, cheche, chichi, chocho e o chuchu, é estrada para o povo, ou vocês acham que índio, ribeirinhos e o povo do Jordão não gostam de progresso? Perguntem a eles se querem ou não essas estradas.
Um abraço de uma acriana que ama seu Estado, mas por motivos particulares mora no Paraná.
Gabi Ramos.
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