A Amazônia permanece como porta de entrada da cocaína produzida na Colômbia, Peru e Bolívia
Ele é baiano de Itabuna, curte jazz, lê bons livros, escreve artigos e
corre 11 quilômetros três vezes por semana. E também gosta de aventuras,
como percorrer a Trilha Inca, no Peru, e os 800 Km do Caminho de
Santiago de Compostela, entre França e Espanha.
Luiz Cravo Dórea,
41, está transformando a imagem da Polícia Federal no Acre desde que
assumiu o cargo de superintendente há pouco mais de um ano. Antes de
aceitar o convite para comandar a superintendência, trabalhava na
Coordenação-Geral de Controle de Segurança Privada, em Brasília.
Delegado
há 13 anos, Luiz Dórea já ocupou diversas funções de chefia no
Departamento de Policia Federal, dentre elas, no Rio de Janeiro, a
Delegacia de Repressão a Entorpecentes e o Núcleo de Operações da
Delegacia de Polícia Marítima, Aérea e de Fronteira, hoje chamada
Delegacia de Imigração.
Bacharel em Direito, com pós-graduação em
Direito Público e Gestão em Política de Segurança Pública pela Fundação
Getúlio Vargas e professor da Academia Nacional de Polícia, Dórea
interrompeu as férias dele na Califórnia (EUA) para conversar com o Blog
da Amazônia sobre o combate aos narcotraficantes da região.
Leia a entrevista:
Levantamento
da Folha de S. Paulo revela hoje [ontem] que o número de operações
especiais contra o narcotráfico ultrapassa o de inquéritos voltados para
fraude com recursos públicos. O sr. considera essa tendência positiva?
Primeiramente,
é importante ressaltar que o número de inquéritos, operações,
apreensões e indiciamentos aumentam anualmente na PF. Essa mencionada
tendência não é proposital. É uma questão de demanda. O consumo de
cocaína no Brasil cresceu mais de 30%, média de 6% ao ano, desde 2002.
Logo, houve aumento também do tráfico e uma natural resposta da PF a
isso. Assim, o fato de o número de operações contra o narcotráfico ter
superado o de corrupção não quer dizer que essas últimas não tenham sido
realizadas. Pelo contrário.
A vastíssima Amazônia brasileira ainda é a principal porta de entrada da cocaína produzida na Colômbia, Peru e Bolívia?
Sim,
mas podemos acrescentar também os estados de Mato Grosso e Mato Grosso
do Sul. Considerando que esses três países são os principais produtores
de cocaína do planeta, os Estados brasileiros que fazem fronteira com
eles são, conseqüentemente, importantes portões de entrada da droga no
país.
O que mudou nos últimos anos em termos de estrutura da PF e na maneira de operar dos narcotraficantes da região?
A
PF está investindo no binômio tecnologia/recursos humanos. Modernizamos
todo o nosso sistema de inteligência. Também adquirimos barcos e
veículos novos, como camionetes adequadas para ramais e estradas de
difícil acesso, computadores novos para todas as delegacias,
principalmente a de Cruzeiro do Sul, no Vale do Juruá, e Epitaciolândia,
fronteira com a Bolívia. Melhoramos o nosso sistema de comunicação via
rádio e colocamos internet banda larga nos nossos Postos de Controle de
Fronteira de Plácido de Castro, Assis Brasil, Santa Rosa do Purus e
Marechal Thaumaturgo. Isso nos permite acessar todos os bancos de dados
centralizados em Brasília. A nossa perícia recebeu equipamentos
sofisticados e treinamentos específicos. Os traficantes, por sua vez,
estão mais cautelosos. Da mesma forma que empresários, eles fazem
análise de riscos e estão constantemente alterando suas rotas e meios de
ocultamento da droga.
Como se dá isso na atualidade?
Atualmente,
eles preferem, por exemplo, dividir uma partida de 200 Kg de pasta base
de cocaína em 40 remessas de 5 Kg, a fim de diluir o prejuízo caso
alguma remessa seja interceptada pela polícia. Não têm sido comuns
flagrantes de transportes acima de 50 Kg, como já foi. Outra mudança
significativa é que o Brasil deixou de ser um país prioritariamente de
trânsito para se tornar o segundo maior consumidor mundial de cocaína,
segundo dados da ONU, em 2008.
Como é, sem a estrutura ideal, lidar com traficantes que frequentemente utilizam métodos criativos para transporte da droga?
O
nosso problema não é de estrutura, mas sim de dimensões territoriais.
Com a vasta linha de fronteira do Brasil, torna-se impossível bloquear
de maneira absoluta o transporte dessa droga através do nosso país. Não
podemos simplesmente revistar todos os passageiros dos aviões, todos os
veículos nas estradas, todos os barcos, tampouco tratar todo cidadão
como suspeito de um crime ainda não descoberto. Do contrário, poderíamos
inviabilizar o tráfego aéreo, terrestre e fluvial, bem como atentar
contra os direitos e garantias fundamentais dos cidadãos. O objetivo,
então, é reprimir o tráfico por meio de um eficiente sistema de
inteligência e de operações, que identifica não apenas as pequenas
quantidades transportadas, mas sim os núcleos de distribuição e
financiadores da droga. Em 2008, a PF no Acre realizou oito operações de
combate ao narcotráfico sendo que, em várias delas, foram presas na
mesma ocasião a cadeia completa do tráfico: do financiador ao
transportador.
Como explica o fato de a PF ter conseguido aumentar as apreensões de drogas no Acre desde que assumiu a superintendência local?
É
uma conseqüência do aprimoramento estratégico: mais investimentos em
inteligência, equipe, logística, perícia, e, claro, estabelecimento e
cobrança das metas. Em 2008 deixamos a penúltima colocação entre as
superintendências em número de operações para ocupar o 16º lugar no
ranking nacional. Ou seja, hoje superamos 11 regionais. Foram doze
operações no total, sendo cinco de alcance interestadual, como, por
exemplo, a Operação Houdini, que desrticulou uma organização criminosa
sediada em Curitiba e que começava a se expandir no Acre. A nossa meta
para 2009 é ficar entre as 10 maiores unidades regionais da PF no país.
Para 2010 já poderemos ficar entre as cino maiores em número de
operações, prisões e apreensões, dentre outros índices de produtividade.
Nos recusamos a ser os maiores dentre os menores.
Sendo assim, o que considera como maior conquista?
A
nossa maior conquista, em 2008, no meu ponto de vista, foi aproximar a
PF, vista como uma polícia de elite, da comunidade acreana. Nossa equipe
percorreu os locais mais longínquos do Estado e de parte do Amazonas e
recadastrou mais de 8 mil armas de seringueiros, indígenas e
ribeirinhos, retirando da ilegalidade quem depende da caça de
subsistência para o sustento da sua família. Foram quatro operações,
denominadas Caça Legal I, II, III e IV. Essa ação foi considerada modelo
pelo Ministério da Justiça e a direção geral da PF sugeriu que as
demais Superintendências fizessem ações similares. Também tivemos uma
ação pacificadora em todo o Acre durante o período eleitoral 2008,
reflexo da nossa atitude de deslocar as equipes policiais para os
maiores centros eleitorais, como Sena Madureira e Tarauacá, com duas
semanas de antecedência do dia do pleito, a fim de interagir com
Ministério Público, a Justiça Eleitoral, Polícia Militar e Civil, e,
principalmente, conhecer a geografia e os hábitos locais. Dessa forma,
pudemos agir com firmeza, independentemente da coligação do candidato
infrator.
A abertura da Estrada do Pacífico tem contribuído para
acelerar o narcotráfico. Nós não exportamos nada através da estrada, mas
os narcotraficantes peruanos, bolivianos e brasileiros transitam com
relativa facilidade. No seu ponto de vista, como essa realidade deve ser
enfrentada?
A relação entre crescimento econômico e aumento da
criminalidade, principalmente o consumo e tráfico de drogas, existe em
todas as partes do mundo. No caso da Estrada do Pacífico, seguramente
não será diferente. Um dos principais objetivos da construção da Estrada
do Pacífico é a integração econômica, social e cultural entre os
países, por meio da facilitação da circulação de pessoas e das relações
comerciais, seguindo os princípios do Mercosul, bloco do qual Peru e
Bolívia são países associados. Nesse contexto, a busca pelo
desenvolvimento é o vetor principal da Estrada. O que temos que fazer é
aumentar o policiamento de fronteira e fortalecer ainda mais o sistema
de inteligência, de forma a atuar muito além dos procedimentos
imigratórios.
Como a PF está se preparando para isso?
Além
do efetivo aumento da equipe da PF no Acre em mais de 30%, em 2008,
instalamos aparelhos de raio X de bagagem despachada nos aeroportos de
Cruzeiro do Sul e Rio Branco, este último responsável por diversas
apreensões. No primeiro trimestre de 2009, inauguraremos também esses
equipamentos no Posto Fiscal da Tucandeira, na interligação com
Rondônia, o que o caracterizará como o primeiro posto fiscal a contar
com esse equipamento no país. O mesmo foi feito na ponte entre
Epitaciolândia e Cobija, na Bolívia, e no posto da PF em Assis Brasil,
fronteira com Iñapari, no Peru. Estamos adquirindo também embarcações e
equipamentos para operações fluviais nos Vales do rio Juruá e rio Purus.
Na
Amazônia, particularmente no Acre, a estrutura da PF permanece
precária. Por que a sociedade parece ter a sensação de que estamos
perdendo a guerra contra o narcotráfico?
É uma percepção
equivocada. Nos últimos dois anos houve um significativo aumento do
número de policiais, tanto que todos os novos que formaram na Academia
Nacional de Polícia na última turma, em dezembro de 2008 foram enviados
para a Amazônia. O Acre recebeu modernos equipamentos comprados pela PF e
os nossos policiais constantemente fazem cursos de aperfeiçoamento e
treinamentos no Brasil e no exterior. Talvez o volume de notícias
veiculadas sobre apreensões, bem como o aumento do consumo da droga,
causem essa sensação de descontrole da situação. Acho importante
destacar que o trabalho da Polícia Federal é prioritariamente
fundamentado em procedimentos de inteligência, ou seja, de investigações
que são realizadas em caráter sigiloso, e são muito mais complexos e
numerosos do que as apreensões divulgadas na imprensa. Durante a crise
da Bolívia, por exemplo, quando mais de 600 refugiados entraram em
território brasileiro, o nosso trabalho de inteligência pôde monitorar a
situação e identificar e deportar todos os indivíduos estrangeiros que
tentaram constranger os bolivianos ou violar alguma lei brasileira. O
sistema de inteligência da PF no Acre produziu as informações que foram
base para as decisões estratégicas tomadas pela ABIN, Ministério das
Relações Exteriores e Palácio do Planalto.
O sr. concorda que é
perceptível que os traficantes conseguem atender a demanda crescente por
cocaína na Amazônia ou no resto do pais?
Sim, mas devemos sempre
lembrar que fazemos fronteira com os três maiores países produtores de
cocaína do mundo, ou seja, Colômbia, Peru e Bolívia. Só o Acre, por
exemplo, tem 618 Km de fronteira seca com a Bolívia e 1.350 km com o
Peru. E a maior parte dessas fronteiras consiste em igarapés e
florestas fechadas, de difícil acesso. Nossa fiscalização está
aumentando em todo o território, fato que pode ser comprovado pelo
aumento dos valores praticados pelos traficantes. Por exemplo, o quilo
da pasta base de cocaína vendido a 800 dólares no Vale do Juruá chega
ao Ceará valendo 6 mil dólares. Como qualquer bem de consumo, quanto
mais raro e difícil de ser entregue, mais caro se torna. No caso da
cocaína, ou maconha, não é diferente, pois os riscos de prisão e perda
da droga estão crescendo.
Nos últimos anos a cocaína e a pasta de
cocaína ganharam o mercado consumidor acreano mais facilmente. Até em
municípios como Jordão, considerado o mais isolado e miserável do país,
compra-se cocaína com relativa facilidade. Nas periferias das cidades da
Amazônia existem dezenas de milhares de pontos de venda da droga. Não é
visível a ação dos governos estaduais para enfrentar essa realidade. O
que está faltando?
Uma vez escutei que o trabalho de reprimir o
narcotráfico é como enxugar gelo. É verdade, mas se não enxugarmos pode
alagar. É possível que haja falha em alguma ação estatal específica ou
falte entrosamento entre os órgãos de segurança pública. Todavia, o
consumo já foi diagnosticado em mais de 80% das nações do planeta,
mostrando que a globalização e o aumento do tráfico é uma realidade. Se o
país é subdesenvolvido, culpa-se a pobreza. Mas os Estados Unidos e a
Espanha, respectivamente a primeira e a oitava economias do mundo, estão
dentre os que mais consomem as 600 toneladas de cocaína distribuídas
anualmente no mundo. Logo, as polícias devem melhorar e aumentar suas
táticas de repressão ao narcotráfico na Amazônia, mas devemos ter em
mente que isso não é uma doença regional.
Há pouco mais de um ano
percorri durante mais de 10 dias o rio Juruá, de Cruzeiro do Sul a
Manaus. Assim como as centenas de balsas que trafegam naquele longo
trecho de rios, nosso barco não sofreu qualquer fiscalização. Aquela
ainda é uma rota importante para os narcotraficantes?
Há três
semanas interceptamos em Eirunepé (AM), no Rio Juruá, 39 Kg de cocaína
que estavam escondidos no meio de uma carga de 300 sacos de farinha. Na
semana anterior, a PF apreendeu 600 Kg no Rio Solimões, também a bordo
de um barco oriundo de Cruzeiro do Sul. Se não houvesse um trabalho
prévio de inteligência seria muito difícil descobrir esses
carregamentos. Imagine inspecionar todos esses sacos em uma fiscalização
de rotina em dezenas de barcos que zarpam diariamente de Cruzeiro do
Sul para Manaus. Para intensificar esse trabalho, investimos muito na
Delegacia de Cruzeiro do Sul, principalmente no tocante à Inteligência,
para aumentarmos a nossa presença no Rio Juruá e seus afluentes. Como
parte da estratégia, no próximo dia 6 de fevereiro, inauguraremos um
novo Posto de Controle de Fronteira em Marechal Thaumaturgo, na foz do
Rio Amônia. Esse Posto contará com internet banda larga e o projeto
piloto de um centro de inclusão digital para uso da comunidade local e
de uma sala de projeções onde serão exibidos filmes e ministradas
palestras anti-drogas e de educação ambiental. Queremos a população
ribeirinha e indígena como parceira.
Como o sr. explica o surgimento de barões numa região tão pobre?
Todo
mundo fala nisso. É possível que parte de tais fortunas tenham se
originado do narcotráfico, mas também pode ser da corrupção, da
malversação de verbas públicas, de fraudes em licitações, ou crimes
ambientais como comercialização ilegal de madeira. De fato é nossa
obrigação apurar tais fatos. A delegacia em Cruzeiro do Sul é muito
recente. Foi inaugurada em 1999 e depois ainda passou dois anos fechada.
Reformulamos aquela unidade. Hoje é a melhor instalação que possuímos
no Acre e nunca contou com tantos policiais atuando lá. Em 2008, a
unidade teve um grande desempenho no combate aos crimes eleitorais e
ambientais em parceria com o Ibama. Em 2009 seguramente terá uma ação
mais contundente contra o narcotráfico.
As operações especiais
contra o narcotráfico não deveriam envolver a investigação de fortunas
que surgem em regiões miseráveis da Amazônia a reboque do narcotráfico?
Sim,
há várias em andamento. Entretanto, elas são demoradas porque tais
pessoas raramente entram em contato físico com a droga e a prova, cuja
qualidade nós prezamos muito, envolve perícia contábil e financeira de
inúmeros documentos e registros.
13 comentários:
Altino,
Não tem assunto melhor para postar. Voce um perseguido (sou testemunha ) por essa Instituição do qual esse senhor faz parte. Sao todos iguais altino.
super interessante o seu blog, parabéns.
Umas das poucas instituiçoes que ainda sao serias, nesse governo federal
Altino,
O homem é solteiro? Que boca!
Prezado (a) anônimo (a), o delegado é casado com a senhora Jaqueline. É pai de Daniel, 14, fruto do primeiro casamento dele. Satisfeito (a)?
CARO JORNALISTA ALTINO,O SR.LUIZ[DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL],REALMENTE TRATA-SE DE UM HOMEM MUITO SÉRIO, SEMPRE O ENCONTRO NO CAFÉ NOBEL VEJO O QUANTO ELE É EDUCADO NEM PARECE DE LONGE COM UM DELEGADO DE POLÍCIA,PARABÉNS SEJA SEMPRE UM EXELENTE HOMEM DA LEI.
Vou dizer que a federeal no Ac é boa quando fechar a boca de fumo que tem na sua porta, na entrada do papoco!
São todos iguais. Se fossem bons, não estavam no AC.
Deixei este comentario recheado de deboche para estimular o debate...
1 coisa eu tenho percebido. Ultimamente tem muita materia sobre apreensao de drogas nos jornais de RBR. Há tempos que não via tantas apreensões.
anonimo imbecil, quer dizer que so os ruins ficam no Acre? se isso for verdade muita coisa pode ser explicada, a PF é muito importante pra ficar se preocupado com boca de fumo, isso é coisa pra policia civil
Leandrius,
imbecil é voce, gordo redículo, vai emagrecer fazendeiro de meia-tigela.
Altino,
O nível baixou bastante nos comentários, e por outro lado se você publicar somente pessoas cadastradas os comentários irão diminuir drasticamente devido as pessoas não gostarem ou terem medo de se identificarem. Grande abraço e seu blog é um dos melhores da região ou quem sabe até do Brsil.
Caro Altino, dia desses fiz comentário sobre aquele artigo do pedido de exoneração do Secretário de Segurança, e alguns anônimos, mandaram pedras, em mim. Naquele momento pensei até em não mais fazer comentários, mas agora vendo a decisão do Ramari em banir os anônimos do Blog dele, me animei novamente, porque gosto de um debate mas, sabendo quem me contesta. Que tal fazer o mesmo?. Agora mesmo com a publicação sobre o Superintendente da Polícia Federal, acontecem comentários até desairosos a ti e à Instituição, mas quero ver o cabra postar seu nome. Eu por ter sido da Polícia Federal, não vejo porque falar mal dessa Instituição, mas se houver erro de algum membro de lá, não temerei em denunciá-lo. Entendo que se tu fostes perseguido, segundo o comentário, pela Polícia Federal, foi porque não te escondeste no anonimato. Tem que banir o anonimato, afinal de contas pelos processos que já respondeste, em nenhum momento te vi baixar a cabeça ou se esconder detrás do muro. Além do mais a responsabilidade é de quem se pronuncia.
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