quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

IRREALIDADE ACREANA

O calvário de Chico Mendes não tem fim

Algumas perguntinhas porque estive presente como repórter e escrevi (leia) a respeito do fato:


Qual o resultado da reabertura do caso Chico Mendes, solicitada pelo Comitê Chico Mendes e ordenada pelo então governador Jorge Viana, em abril de 2003?


Por que o Comitê Chico Mendes e o governo do Acre agora silenciam a respeito disso, quando "festejam" os 20 anos do assassinato do seringueiro?

Por que não prenderam até hoje Jardeir Pereira, o "Mineirinho", pronunciado no processo do caso Chico Mendes como co-autor do assassinato?

Por que não deram o apoio necessário quando o delegado Walter Prado, então diretor da Polícia Civil, se dispôs a buscar Mineirinho no Pará?

O secretário de Segurança era Fernando Melo, atual deputado federal pelo PT.

O crime de "Mineirinho" prescreverá no dia 21 de dezembro, pois foi cometido antes da alteração na legislação que passou a suspender o prazo prescricional em caso de fuga do acusado.

Parem a chuva de medalhas e diplomas e contribuam para que prevaleça a justiça e não a impunidade.

Tenho um amigo doutor. Ele não é acreano. Mas está de volta ao Acre para trabalhar. Vem com a mulher e um filho adolescente.

Conversou com mais de 10 amigos em comum, todos do alto escalão do "governo da floresta", para saber a respeito da qualidade do ensino no Estado.

Os amigos foram unânimes em dizer que o Acre viveu um verdadeira revolução na qualidade do ensino desde que assumiram o poder.

Também foram unânimes em responder que o ensino público é maravilhoso, mas que seus filhos estudam todos em escolas particulares.

Por último, o doutor procurou outro amigo nosso que tem sólida formação humanista, pofessor, filósofo e poeta. Este recomendou-lhe que deveria matricular o filho no colégio A, caso quisesse para ele elevada percepção crítica. Ou no colégio B, caso quisesse o filho preparado para competir no mercado.

- Os seus filhos estudam no A ou no B?

- Todos no B, companheiro.

Ah! Encontrei no mercado Elias Mansour uma rodinha formada, entre outros, por Dudé Lima, Zezé Gouveia e Marinho Galo. Ainda fococavam a respeito daquela entrevista na qual o ex-governador Jorge Viana chorou ao ser entrevistado pela Gazeta sobre Chico Mendes.

Um dentista que estava na roda soltou essa:

- Meu pai morreu faz cinco anos e eu não consigo derramar uma lágrima pelo velho. Faz 20 anos que o Chico Mendes morreu e o Jorge se derrama toda vez que fala o nome dele. É impressionante.

Atenção: a caixa de comentários para anônimos está aberta. Comportem-se.

13 comentários:

Anônimo disse...

O Jorge nunca teve muito contato com o Chico Mendes.
Ele aproveita a memória apenas para se dar bem e aparecer.
Quando o Chico Mendes foi preso junto com o Lula,Jorge Viana era um alegre integrante da " ARENA JOVEM" e Malufista.
Porque o Jorge não mostra uma foto sua junto com o Chico?
Porque não tem.
Eles pouco tiveram contato.

. disse...

Nao vi as mesmas homenagens ao libertador Placido de Castro e nem vejo nenhum movimento para que se descubram os mandantes do caso Edmundo Pinto

Anônimo disse...

O chico não merecia isso, lembram de Jesus? Todos disputando quem ficaria com suas vestes?

Anônimo disse...

Caro Altino,
Sempre estimulando o senso crítico das massas acreanas. O que dizer da nova geração que só conhece e ouve falar de Chico Mendes através do roteiro oficial.
As personalidades “ilustres” são escolhidas por quem?
Cadê aqueles humildes por quem Chico lutava? Onde estão outros tantos que criticam os caminhos tomados pelo PT que se desvirtuaram da ideologia inicial? Esses compadi foram tomados pela onda do “abafa”
Ele (Chico Mendes) não está vivo para ver o que fizeram com seus ideais ou no que transformaram o PT e os Movimentos Sociais do Acre... como seria pensar de outra forma? O Chico vivo?

Anônimo disse...

No dia 22 de dezembro de 1988, assassinato do Chico Mendes, eu trabalhava na TV Acre e, no dia seguinte, de madrugada, fui à Xapuri junto com Campos Pereira, Maguila e Ivan Cláudio, para fazer a cobertura do acontecimento. Fomos de madrugada porque não existia estrada afaltada.
Depois, durante o julgamento de Darly e Olocy, permaneci, à época na TV Bandeirantes, mais dois dias acompanhando o julgamento.
Tudo que ouvi e vi naquela época, nada, nadica de nada foram contestados. A história está se fazendo. Será que é essa mesma história que nossos filhos vão saber?

Pitter Lucena

Altemar disse...

Eu morava no interior do Amazonas quando assisti a reportagem sobre a morte do Chico, que terminava com Saga da Amazonia interpretada pelo vital Farias. Aqui no blog lembro de um post do Altino que falava que a música era uma das preferidas do Chico, entao no começo deste ano mandei um emeio para a fundação... uma dessas... acho que foi Gumercindo que respondeu, eu sugeria que o Vital fosse contatado para participa, mesmo sabedor das limitações aéreas do grande malungo. Vai pra lá, vem pra cá desisti, ainda cheguei a telefonar para o Otávio Farias que é o interlocutor do Vital, e contei que não tinha contatos institucionais aqui mas repassaria a quem pudesse dar um encaminhamento. Dia 20 está ai e nem sei se vai rolar, mas considero que seria um momento bonito considerando o revival da primeira homenagem.
É isso. alguém sabe da programação? aonde encontro?

Anônimo disse...

Belas questões, Altino. Nào perco um post do seu blog.

Anônimo disse...

"No homem esta arte da simulação atinge seu auge: decepção, bajulação, mentira e trapaça, falar pelas costas, pose, viver com esplendor emprestado, ser mascarado, o disfarce da convenção, desempenhar um papel diante dos outros e de si mesmo – em suma, o constante alvoroço em torno de chama única da vaidade é de tal forma a regra e a lei que quase nada é mais incompreensível do que uma honesta e pura ânsia pela verdade ter surgido entre os homens. Eles estão profundamente imersos em ilusões e imagens oníricas; seus olhos só deslizam sobre a superfície das coisas e vêem ‘formas’; seus sentimentos em ponto algum levam à verdade, mas se contentam com a recepção de estímulos, jogando, por assim dizer, um jogo de cabra-cega pelas costas das coisas” (NIETZSCHE. Sobre verdade e mentira no sentido extra-moral, 1873)

Anônimo disse...

Altino,
Você que acompanhou a trajetória do Chico Mendes, gostaria de te fazer uma pergunta: Qual era o grau de amizade/relacionamento de Jorge Viana e Chico Mendes? Eram amigos? Colegas? Ou simples conhecidos?

Anônimo disse...

Agora todo mundo foi amigo chico,sempre alguém lembra como chico falava,sempre tem gente dizendo qual era a música que ele gostava, e,aquele que ta indignado com as declarações do fazendeiro Darli,isso é tudo uma ipocresia sem tamanho.Poucos na época reconheram valor a causa, e agora muitas pessoas que nunca chegaram a ver de longe o CHICO dizem ser próximo.É DEMAIS..........

Anônimo disse...

Nunca considerei Chico um herói. Ele foi um grande líder do movimento seringueiro que teve a sorte de conhecer a Mary Allegretti e ser por ela apresentado ao mundo. Existem muitos outros "chicos" tão comprometidos com a causa quanto ele e que hoje jazem no esquecimento.

Quanto ao Jorge chorar, acho justissimo, afinal, essa "tão estreita relação" (rs) dele com Chico já lhe rendeu muitos votos e fama.

Mas, o que considero "bizarro" é a organização de um evento de "comemoração" da morte de alguém a quem tanto "amam".
Na minha visáo esse seria um momento ideal para reflexão e lágrimas. Especialmente se levarmos em conta a crise ambiental que vivemos no Brasil e aqui (vide Resex Chico Mendes).

Teríamos tantas coisas interessantes para discutir num momento como este, por exemplo: quem tá lucrando com a tal economia florestal? Certamente não são os seringueiros, por quem Chico lutou e morreu

Anônimo disse...

Isso é típico do JV, se passar de alma frágil e delicada na TV mas quem o conhece sabe que ele é um siri na lata de tão brabo.
Sobre o CM, é cultura do Brasil, morreu virou mártir, ele foi um líder realmente, conheceu as pessoas certas e tudo mais. Mas aí virar um heroi, é demais... tenho um tio que disse que pegou um calote do CM e eu disse a ele para cobrar da viúva que agora vai botar a mão numa bolada às custas da alma do falecido.
O movimento ambientalista nunca deslanchou aqui, depois q o CM morreu poderia ter deslanchado, mas os "amigos" dele preferiram ganhar dinheiro com o seu legado.
Hércules

Anônimo disse...

O Ensino no Acre é modelo de que mesmo? E o programa de formação de profesores UFAC/GOVERNO que foi parar no site do MEC como modelo e que só traz beneficos financeiros para coordenadores de cursos e parte de professores desta Instituição é modelo para quem mesmo?