domingo, 8 de junho de 2008

O POEMA DA CASA QUE NÃO EXISTE

Afonso Schmidt


Onde a cidade acaba em chácaras quietas
e a campina se alarga em sulcados caminhos
achei a solidão amiga dos poetas
numa casa que é ninho, entre todos os ninhos.

Térrea, branquinha, com portadas muito largas,
desse azul português das antiquadas vilas
e uma decoração de laranjas amargas
que perfumam da tarde as aragens tranqüilas.

Ergue-se no pendor suave da colina,
escondida por trás dos eucaliptos calmos;
tem jardim, tem pomar, tem horta pequenina,
solar de Liliput que a gente mede aos palmos ...

Neste ponto, a ilusão, a miragem, se some;
olho para você, eu triste, você triste.
Enganei uma boba! O bairro não tem nome,
a estrada não tem sombra, a casa não existe!

2 comentários:

Anônimo disse...

No meu entender isso é um pedacinho do Céu!

Saudades do Acre disse...

O poeta certamente nao se referia a casa da foto, pois este bairro tem nome, a estrada tem sombras e a casa existe. Quanto ao anonimo, quase acertou, pois a casa da foto nao fica no ceu, mas fica bem proxima de um caminho que pode nos levar ate la.