domingo, 27 de abril de 2008

SINTO VERGONHA

Antonio Alves

Alguns de nós, que um dia se auto-denominaram "socialistas", ainda se lembram do tempo em que os empresários eram chamados de "patrões" e considerados uns exploradores que enriqueciam com o suor dos trabalhadores.

Hoje eles são chamados de "empreendedores", mui dignos representantes do "setor produtivo" (alguém que faz parte de um setor improdutivo, levante a mão) e considerados benfeitores da humanidade porque "geram emprego" para nosso pobre e necessitado povo.

O neo-liberalismo não triunfou no mundo externo, mas nas mentes e corações de ex-socialistas que venderam a alma pelas moedas do pragmatismo. Sei como é. Também não sou mais "socialista" ou coisa parecida.

Mas não jogo fora a criança com a água suja. E os outrora bravos companheiros que hoje viraram puxa-sacos de patrão não precisam sentir vergonha, eu sinto por eles.


Comentário de Antonio Alves para o post "Neo-amigo da florestania".


SENTIR VERGONHA É RESISTIR!

Caro Toinho Alves,

Quando uma bobagem é dita (especialmente quando essa bobagem agride nossa história) você tem todo o direito de protestar. E, muitas vezes, sentir vergonha é uma forma de protesto.

A opinião do pecuarista Assuero Veronez sobre a floresta como ativo de baixíssimo valor não vai conseguir sair dos currais. Vamos respeitá-la como opinião, mas não deixaremos de combatê-la.

Assuero Veronez utiliza uma verdade transitória (a utilização da floresta como prostíbulo) para defender a atividade que a contrapõe: pecuária, soja, cana, algodão...

Aqui no Acre devemos defender a pecuária que se verticaliza, que se mantêm e se desenvolve sem derrubar nenhuma árvore. Quem se movimentar na direção da floresta, destruindo-a, sofrerá a nossa oposição.

Todavia, precisamos rapidamente encontrar o caminho da preservação real, pois apenas defender a floresta em pé é contribuir indiretamente para a sua destruição.

Explico: é preciso encontrar formas emergenciais de utilização das riquezas da floresta, preservando-a. Do contrário, será vitoriosa a argumentação que defende a sua substituição.

Conte comigo para lutar contra essas idéias atrasadas que vicejam nos currais.

Um abraço,

Moisés Diniz

O deputado Muniz (PC do B) é líder do governo na Assembléia Legilsativa do Acre. Meu comentário: Assuero Veronez defende a exploração de petróleo e gás, a derrubada da floresta, a expansão da pecuária, a mudança do fuso horário e tudo de ruim quanto o leitor possa imaginar. A verve de falastrão é antiga, assim como a do amigo dele, João Branco, com quem idealizou a instalação da UDR no Acre, no final dos anos 80, para atacar Chico Mendes e o movimento dos seringueiros. Quem diria que os petistas o elegeriam como interlocutor e aliado de causas nada nobres. Veronez é uma dos mais destacados membros do virtual Fórum de Desenvolvimento Sustentável do Acre, presidido por Jorge Viana. Desse jeito vamos virar cinza.

Um comentário:

Anônimo disse...

SENTIR VERGONHA É RESISTIR!

Caro Toinho Alves,

Quando uma bobagem é dita (especialmente quando essa bobagem agride nossa história) você tem todo o direito de protestar. E, muitas vezes, sentir vergonha é uma forma de protesto.

A opinião do pecuarista Assuero Veronez sobre a floresta como ativo de baixíssimo valor não vai conseguir sair dos currais. Vamos respeitá-la como opinião, mas não deixaremos de combatê-la.

Assuero Veronez utiliza uma verdade transitória (a utilização da floresta como prostíbulo) para defender a atividade que a contrapõe: pecuaária, soja, cana, algodão...

Aqui no Acre devemos defender a pecuária que se verticaliza, que se mantêm e se desenvolve sem derrubar nenhuma árvore. Quem se movimentar na direção da floresta, destruindo-a, sofrerá a nossa oposição.

Todavia, precisamos rapidamente encontrar o caminho da preservação real, pois apenas defender a floresta em pé é contribuir indiretamente para a sua destruição.

Explico: é preciso encontrar formas emergenciais de utilização das riquezas da floresta, preservando-a. Do contrário, será vitoriosa a argumentação medieval que defende a sua substituição.

Conte comigo para lutar contra essas idéias atrasadas que vicejam nos currais.

Um abraço,

Moisés Diniz