quarta-feira, 23 de abril de 2008

PERSEGUIÇÃO VERSUS FAVORECIMENTO

Narciso Mendes

Sérgio Petecão foi presidente da Assembléia Legislativa do Acre por oito anos consecutivos, fato que se constituiu numa das maiores ilegalidades e imoralidades que aquele poder foi capaz de patrocinar. À luz da independência dos poderes, o governador de então, Jorge Viana, nada teve a ver com tamanha violência, entretanto, sob a ótica da política partidária, isto só foi possível pela ação e omissão da própria Frente Popular do Acre (FPA), afinal de contas, amplamente majoritária naquela casa parlamentar, a coligação governista elegeria o presidente que melhor conviesse aos seus interesses.

Beneficiário direto de tão equivocada decisão política, Sérgio Petecão foi eleito presidente da Assempara o biênio 1998/2000, reeleito para o biênio 2000/2002, re-reeleito para o biênio 2002/2004 e por fim, re-re-reeleito para o biênio 2006. Ao longo de todo o tempo em que presidiu aquele poder, Sérgio Petecão sempre foi o primeiro a levar sua voz em defesa FPA ou do próprio governo Jorge Viana quando um ou outro (ou ambos) era acusado de fazer perseguição política.

Hoje, ao vê-lo se dizer vítima de perseguição política, cumpre-me perguntá-lo: favorecimento e perseguição, politicamente falando-se, não são as duas faces de uma mesma moeda? Para responder a esta pergunta simplesmente lanço mão de um velho adágio popular: “quem come do meu pirão fica sujeito ao meu cinturão”, ou numa linguagem mais elevada: “uma ameaça a um é uma afronta a todos”.

Quando a FPA fê-lo tetra presidente da Assembléia e de lambuja ainda permitiu que ele indicasse gestores públicos para ocupar destacadas funções na máquina do Estado e os referidos órgãos serem transformados, a seu bel prazer, em comitês a serviço de suas candidatura, a FPA era boazinha, democrática, honesta, não perseguidora, enfim, um exemplo de dignidade política. Hoje, por não ter cedido as suas ambições pessoais e políticas, a dita cuja virou uma máquina de produzir maldades.

Em síntese: se a FPA o aceitasse como candidato a prefeito de Rio Branco ou se o governador Binho Marques houvesse aceitado a indicação de sua irmã para Secretária de Ação Social do governo do Estado do Acre será que Sérgio Petecão estaria dizendo que estava sendo vítima de perseguição política?
Particularmente, acho que não.

O empresário Narciso Mendes, dono da TV e do jornal Rio Branco, escreve neste blog às quartas-feiras.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ainda verei Narciso e Petecão abraçados e apertando as mãos. Isso é comum na política nacional, internacional e no Acre, não seria diferente! Foi assim entre a família Messias (Cesar e Orleir) que agora mordeM uma beira da fatia do bolo do Pt. Narciso mendes também namora o Pt, agora. Será assim com Petecão também!