sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

TANTA COISA A PROIBIR

Fátima Almeida

O governo pressiona os fumantes, boêmios em geral, com as recentes proibições sobre consumo de cigarros e bebidas em locais como rodovias, bares. Conheço alguém que acabou de montar um bar numa rodovia e agora se ferrou. Aliás, milhares de pequenos e médios comerciantes que vendem bebidas nas estradas e estão, com certeza, endividados, vão se ferrar.

Compreendo que os gastos com a saúde de emergência são excessivos, em especial nos finais de semana, quando os brasileiros perdem o autocontrole nas estradas. Mas acho que o governo deveria também proibir o uso de cat-chup nas lanchonetes, pois contém muitos ingredientes nocivos à saúde tais como conservantes e acidulantes.

Do mesmo modo, a maionese, a mostarda e todos os produtos alimentícios industrializados, em especial as papinhas para bebês, os iogurtes de morango que podem causar diversos tipos de alergias, inflamações na mucosa do estômago e, às vezes, até câncer.

O governo também deveria proibir a Coca-Cola e demais refrigerantes que são prejudiciais à saúde. Do mesmo modo, todos os produtos fabricados pelas multinacionais da indústria química e farmacêutica, afinal, todo medicamento tem efeitos colaterais. O governo também deveria proibir o uso de carne na Amazônia, pois o seu consumo estimula o surgimento de fazendas e estas, por sua vez, aceleram o desmatamento.

Acho que o governo deveria proibir, ainda, a maior parte da população brasileira de morar no Brasil pelo fato de produzir milhões de toneladas de lixo todos os dias sendo que o governo não dispõe recursos para processar todo esse volume de resíduos.

O sexo entre desempregados também deveria ser proibido já que sempre há o risco de gravidez indesejada quando o governo não tem o menor interesse em desenvolver políticas para inclusão social dos filhos de pobres.

Enfim, existem tantas coisas mais para o governo proibir que deve ser difícil conciliar o sono.

2 comentários:

Anônimo disse...

Grande, Fátima! Não aplaudo apenas porque sou fumante e sofro com as restrições exsitentes e com as que estão por vir, mas porque, realmente, o governo tem problemas tão mais importantes com relação á saúde - pra não dizer do resto - pra se preocupar. Muito boa sua colocação.
Abraço,
Vera

Saudades do Acre disse...

Lembrando também o impacto negativo que essas proibições podem causar à classe médica em geral, aos coveiros, casas funerárias e afins, com as falências e o desemprego massivo que elas podem acarretar.