sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O FUTURO DA ELETROACRE

João Maurício Rosa

O presidente Lula e o governador Binho Marques (PT) reunem-se na próxima segunda-feira, em Brasília, para decidirem o futuro da Companhia de Eletricidade do Estado do Acre (Eletroacre). A informação foi prestada pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), durante a abertura dos trabalhos da Assembléia Legislativa daquele Estado, dia 12 de fevereiro. A notícia está em todos os jornais e sites piauienses, exceto a data do encontro, obtida pelo Comando Nacional dos Eletricitários (CNE), sediado em Brasília.

Segundo o governador do Piauí, o encontro com Lula vai reunir os governadores de todos os Estados que possuem empresas distribuidoras de energia federalizadas como a Eletroacre: Alagoas (Ceal), Piauí (Cepisa), Amazonas (Ceam) e Rondônia (Ceron).

A pauta da reunião será a definição de três alternativas para a mudança destas empresas: sua extinção e incorporação à Eletrobrás através de um departamento centralizado em Brasília; a recompra destas empresas pelos respectivos estados ou a privatização.

Dias disse que obteve a informação em reunião com o presidente Lula e o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão. A notícia causou apreensão entre os eletricitários dos Estados envolvidos e o comando nacional dos Eletricitários já está mobilizando os sindicatos filiados. O presidente do Sindicato dos Urbanitários do Acre, Marcelo Jucá, informou que a mobilização visa pressionar os parlamentares estaduais e as bancadas federais para que tomem uma posição.

- Nós estamos lutando contra a privatização desde o governo de Orleir Cameli que vendeu a Eletroacre a preço simbólico para a Eletrobrás. De lá pra cá conseguimos evitar que fosse vendida, mas a empresa continua Plano Nacional de Desestatização - informa Jucá.

Os eletricitários argumentam que uma eventual privatização da empresa acarretaria em aumento de tarifas atingindo principalmente as famílias baixa renda e os municípios que têm arrecadação inferior ao custo da distribuição e, portanto, causam prejuízos.

- Além disso, o programa Luz para Todos corre sério risco de não ser concluído porque é sabidamente deficitário. As empresas privadas não têm nenhum compromisso com a responsabilidade social”, afirma Jucá.

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