domingo, 9 de setembro de 2007

RECADO PRA FÁTIMA

Célia Pedrina

Prezada Fátima Almeida,

Estou querendo escrever para você desde aquele seu artigo “A carta de crédito do PT”, para concordar com alguns pontos e discordar de outros. Mas, ultimamente, tenho dormido muito mal por conta da invasão no Parque da Maternidade por baderneiros, porém ricos, com seus carros de som ligados no último volume com aquelas músicas tipo bate-estaca. Por isso, durante o dia, o que me resta ainda de raciocínio lógico e coragem para escrever sobre um texto seu, ficam ainda mais comprometidos, pois ando pela casa, sonada, tipo um zumbi.

Hoje fui dar uma olhada no Blog do Altino, para ver a matéria sobre a invasão lá no bairro Bahia Velha. Passei pelo bairro e também quero escrever as minhas impressões. Daí, vi a polêmica sobre a mudança de fuso horário e resolvi mandar este recadinho, para dizer que também sou contra a forma como tudo está sendo feito.

Em país e num estado que estão passando por sérios e difíceis problemas, com tomadas de decisões no mínimo polêmicas por parte da nossa governança, em todos os Três Poderes, realmente é uma brincadeira fazer política defendendo a mudança de fuso horário como algo vital. Puta merda!

Ouvi hoje uma piada, mais ou menos assim. A professora pedia a cada um de seus alunos, na faixa etária de 7 a 8 anos, que falassem sobre a profissão de seu pai. Quando chegou a vez do Zezinho (sempre o Zezinho), ele começou dizendo, com a maior tranqüilidade, que o pai era um homem de programa, que dançava em casas noturnas, onde ganhava uma boa grana.

Rapidamente a professora pediu aos demais alunos que se retirassem da sala, e, sozinha com o Zezinho lhe disse: “Meu filho, desculpe pela vergonha que fiz você passar, ter um pai, garoto de programa, deve ser muito difícil pra você falar sobre isso”. O garoto olhou bem para a mestra e retrucou: “Professora, eu menti, na verdade meu pai é senador, e disso eu tenho vergonha”.

Sem querer entrar no mérito da discussão sobre a importância da existência de políticos para a garantia do regime democrático, o que está em questão e vem sendo veiculado por toda a imprensa brasileira, é a postura que determinados políticos estão assumindo, ou já eram assim, o que compromete muito a imagem de um Congresso sério, digno e habitado por representantes que continuem merecedores de nosso voto.

Nesse sentido, a postura autoritária para quem, como você Fátima, que tão somente levantou a questão da necessidade de um debate, é no mínimo comprometedor, por parte de um político [o deputado estadual Moisés Diniz, líder do governo] que, mesmo sendo professor, também quer o direito de defender suas idéias. Daí, a apóia-las, sem qualquer consulta popular é outra história.

Célia Pedrina é fundadora do PT no Acre. O recado foi pinçado da caixa de comentários do post "Fuso horário em debate".

8 comentários:

Anônimo disse...

Esses carros de som a todo volume é realmente uma tortura, se você começar uma boa campanha contra, vai contar com muita gente, pois esses ignorantes não são maioria.

Anônimo disse...

Professora Célia Pedrina,

É a senhora mesmo que está escrevendo? Não acredito! A senhora está falando mal do RENAN? Não acredito! A senhora sabe que é o PT que vai salvá-lo!
Agora, falar de arrogância do nosso líder é falta do que fazer. O Moisés apenas defendeu o que pensa. isso é agressão?
Insisto: o seu PT está muito pobre para a senhora ficar se preocupando com outras siglas!
Olha o Zé Dierceu, Pedrina!

Anônimo disse...

o texto da senhora célia pedrina reflete a confusão que a falta de ética da cúpula do pt criou em seus tarefeiros. A coitada não sabe o que fala e pisa em ovos para fazer qualquer critica preferindo bater em gato morto ou questionar uns pobres playboyzinhos que não têm o que fazer nessa cidade de fachada. Me poupe, célia tarefeira!

Anônimo disse...

Hoje o grande desafio dos agentes do estado, em todas as esferas é atrair investimentos privados e ao mesmo tempo atender as demandas sociais.Do mesmo modo o grande desafio dos partidos de esquerda é atender as necessidades de poder ao que todo partido almeja e ao mesmo tempo contribuir para o exercício democrático. Percebo que em nossa terra são escassos os observadores políticos, mas uma cambada de moleques de cinquenta anos ainda ficam trepados em goiabeiras atirando pedras, pensando que estão num observatório político. Gente que delira com bandeira vermelha é igual a toda essa gente que delira com o verde-amarelismo. Enquanto isso,os megaempreendedores estão com todo fôlego devorando tudo. Quem abriu as porteiras foram os políticos.Isso não dá para negar.Particularmente não me interesso por brigas de quintal.Eu gosto de conversar com a Célia Pedrina primeiro pelo nível cultural dela, segundo porque temos discussões terríveis e nunca baixamos o nível nem deixamos, nem deixaremos de ser amigas jamais. O sectarismo não permite esse tipo de coisa.

Anônimo disse...

Olha quem fala!

Anônimo disse...

Célia e Fátima, taí uma dupla de peso para esquentar os debates políticos dessa nossa esquerda,além de serem terríveis, são mães e mulheres que têm em si o sentido de justiça social. Gurreiras,nem sempre amadas às vezes até odiadas. Vanguardistas de um tempo que ainda se faz presente.Saúde, mulheres guerreiras!

Anônimo disse...

Hoje não dá para comparar essas duas mulheres. Fosse no passado, não haveria qualquer dificuldade.
Como vêm e agem frente ao que vêm, eis a imensa diferença. Uma pena que a Célia tenha feito a opção que fez. Mas dá para entender. A sobrevivência fala mais alto. Por outro lado, a Célia é como o elefante frente ao seu domador: apesar da inteligência, não sabe o poder que tem. Prefere seguir a comandos.

Anônimo disse...

A vantagem da Fátima em relação a Célia,é de não ter culpas por ter fundado tão poderosa organização política para nos ferrar.De qualquer forma as duas merecem serem ouvidas, pois sabem o que falam.