quarta-feira, 8 de agosto de 2007

FESTANÇA FEDERAL

Só este ano já foram desembolsados R$ 30,2 milhões com festas, homenagens e premiações; Defesa gastou mais de R$ 2,5 milhões

Leandro Kleber

Quando se ouve falar nas festas feitas pelo governo, normalmente vem à cabeça imagens de comidas e roupas sofisticadas. E, é claro, a curiosidade em saber quanto foi gasto por trás desses eventos. Para se ter uma idéia da conta paga pelos cofres da União para custear festividades e homenagens, desde 1998 foram gastos R$ 80,1 milhões. Só este ano já foram desembolsados R$ 30,2 milhões com comemorações e premiações. O valor é superior às aplicações do Ministério da Educação em 2007 com os programas de desenvolvimento da educação especial e do ensino médio, R$ 26,4 milhões.

Dos R$ 4,4 milhões pagos pelos cofres públicos este ano só com festas e homenagens, praticamente a metade (R$ 2 milhões) serviu para as festividades promovidas pelo Ministério da Defesa (MD), apesar da Pasta não ter tido grandes motivos para comemorar nos últimos meses, pelo contrário. O montante gasto pelo MD até agora corresponde ao total previsto no orçamento 2007 para a ação de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, que integra o programa de Segurança de Vôo e Controle do Espaço Aéreo Brasil. Como se não bastassem os festejos, o órgão já desembolsou de janeiro para cá outros R$ 600 mil com premiações.

Entre as solenidades promovidas com a verba do órgão está a condecoração concedida pelo Comando da Aeronáutica aos diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no último mês. A medalha-mérito Santos Dumont foi entregue em solenidade em Brasília por terem “prestado destacados serviços à aviação brasileira”. O fato causou muita polêmica entre os vencedores antigos do prêmio, na maioria pilotos, que chegaram a falar em devolução da medalha por acharem a atitude da Aeronáutica "vergonhosa e desmerecida". A medalha, que é sempre concedida no dia 20 de julho, em alusão à data de aniversário do aviador brasileiro Alberto Santos-Dumont, é entregue anualmente a personalidades civis e militares.

As sessões solenes realizadas pelos parlamentares no Congresso Nacional também são pagas pelo bolso do contribuinte. O Senado Federal gastou R$ 122,9 mil prestando homenagens e fazendo festas somente este ano. Na última semana, por exemplo, o presidente da Casa, Renan Calheiros, suspendeu a sessão para prestar homenagem ao senador Antonio Carlos Magalhães.

Na conta deste ano, as premiações consumiram a maior parte do montante. Passados sete meses de 2007, a União gastou mais de R$ 25,7 milhões somente com premiações dos mais diversos tipos, sendo que a maior parte delas concedida pelo Ministério da Cultura. De acordo com dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal, a Pasta comandada por Gilberto Gil desembolsou até agora R$ 24,8 milhões com concessões de prêmios culturais, artísticos, científicos, desportivos, honoríficos, entre outros, a personalidades, sendo que 3,3 milhões foram aplicados do orçamento deste ano e R$ 21,5 milhões no pagamento de dívidas de anos anteriores. No ano passado o gasto total chegou a R$ 30,3 milhões (clique aqui para ver tabela). A quantia daria para arcar com o Programa de Revitalização de Patrimônio Cultural em cidades de todo o Brasil - Monumenta, para o qual foram aplicados R$ 23,1 milhões no orçamento do Ministério da Cultura em 2006.

Leandro Kleber é do site Contas Abertas. Clique aqui para ler a reportagem completa.

4 comentários:

Anônimo disse...

Caríssimo Altino,

se a fonte é confiável, é de mt gravidade a "denúncia"...

bj

Anônimo disse...

Quatro dias após o terrível acidente da TAM, em sampa, a aeronáutica premiou com a Medalha Santos Dumont, parte dos militantes que foram alçados ao alto escalão da ANAC. Aquela do charuto (não a do Clinton), inclusive. Esta, dizem as Folhas, indicado pelo Zé Dirceu (sai Zé!!).
O Brigadeiro Saito ficou sem resposta ao ser questionado se a medalha era em reconhecimento a "serviços futuros", já que esta turma só ganhou dinheiro do contribuinte...

Anônimo disse...

Esse governo é mesmo um escândalo. O programa Fome Zero, que não existe, é só marketing, gastou R$ 42 milhões apenas em despesas com viagens, estudos e logística. Chama o ladrão!

Anônimo disse...

O prefeito César Maia, do Rio, está chamando a atenção no seu ex-blog para a farra dos cartões de crédito corporativos da presidência, que têm tudo para ser o próximo escândalo do governo, quer dizer, se ainda for possível se escandalizar com o desgoverno petista.

Em números redondos, entre janeiro e julho deste ano o governo gastou mais de R$ 36 milhões, contra R$ 33 milhões em 2006, R$ 21 milhões em 2005 e R$ 14 milhões em 2004.