terça-feira, 17 de julho de 2007

TEMA CADEIRUDO


A Uninorte, empresa privada de ensino superior, emprestou ao governo estadual as carteiras de ferro e fórmica nas quais têm sentado os gestores de 40 países que participam do 1º Encontro Internacional de Manejo Florestal Comunitário.

Para ocultar o fato, o cerimonial até removeu, das carteiras das primeiras filas, as etiquetas com os nomes dos estudantes que concorreram ao último vestibular.


Existem governos no Acre há mais de 100 anos. A Uninorte, certamente a empresa que mais cresce no Estado, conta apenas quatro anos de vida e sociedade com empresários e políticos. Segue bem das pernas e o governo da floresta cada dia mais dependente dela.

No final do ano passado, por exemplo, a empresa chegou a emprestar os computadores para que o então governador Jorge Viana pudesse improvisar a inauguração da biblioteca pública Ministra Marina Silva nos últimos dias do mandato.


Quanto ao Encontro Internacional de Manejo Florestal Comunitário, está evidente que o Acre não dispõe de infra-estrutura para realizar eventos com mais de 100 participantes. Imaginem sendo sede de Copa do Mundo como está sendo sonhado.

Não dá para entender porque uma parte das milhares de carteiras escolares, adquiridas pelo governo para as escolas públicas, não está sendo usada por quem vai passar uma semana debatendo oportunidades globais para o manejo florestal comunitário. Devem sentir vergonha de mostrar o que reservamos a quem depende de escola pública.

A situação é desconfortável, convenhamos.

5 comentários:

Anônimo disse...

Socorram! O Rei está engasgado!...
Alguem precisa vaiar para reverter a unanimidade burra...

Anônimo disse...

Tenho um palpite. Acho q preferiram as tais cadeiras da Uninorte simplesmente porque o pessoal acha q não tem problema confundir o público com o privado. É o velho mote q gera tanta encrenca. Trabalho em instituição pública e vejo o quanto é universal essa falta de critério. Não adianta criticar, o pessoal não entende a crítica; acha q está sendo correto. Tem outra: não é uma questão acreana, posso atestar.

Anônimo disse...

É verdade. Isso desde "seu" Cabral. O coitado do Waldomiro teve a mesma confusão...

Anônimo disse...

Caro Altino,

Não havia uma estória de umas carteiras escolares feitas no Paraná?
De qualquer forma é sempre bom ter prudência na administração do que é público.

Bom trabalho.

Lindomar Padilha

Anônimo disse...

A situação é tão crítica que espremeram toda a Escola de Música do Centro Cultural Tucumã em uma única sala na Usina. Aliás, falar no Centro, ele hoje é um posto de Saúde. Nossa Cultura deve estar doente mesmo, mas isso não da Ibope né? Cultura e Música não interessa a ninguém.