terça-feira, 17 de julho de 2007

ACRE MARAVILHA


Na base da estátua acima está escrito, à esquerda: "Não se instale no atlântico (sic) - Instale-se no Pacífico". À direita, a assinatura: "Grupo Kennedy-Onassis - duas décadas no Acre".

A obra foi construída na década dos 80 do século passado pelo aventureiro e dublê de político e empresário Zamir Teixeira, que chegou a ser eleito "senador suplente" do Acre.

Zamir era pai de duas crianças gêmeas, Kennedy e Onassis, que a imprensa, em troca de dinheiro, mostrava-os com "réplicas verdadeiras" de um anel de papa e da imagem de Nossa Senhora Aparecida.

E a vida segue assim: aventureiros chegam com seus grupos de empresas e passam pelo Acre. E deixam obras, como a do Cristo Redentor e da usina da Alcobrás, agora revitalizada com mais dinheiro público para a produção de etanol e rebatizada como Álcool Verde.

O tempo passa, abandonam o lixo que produzem a partir da corrupção e da miséria, mas ninguém jamais é punido.

Com certeza as vestes do Redentor, erguido na entrada da antiga zona de prostituição de Rio Branco, estão mais limpas do que muita coisa que está sendo planejada no submundo da política para o Acre.

A imagem do Cristo me fez lembrar de um livro que li há bastante tempo (Viagem na irrealidade cotidiana, de Umberto Eco), onde o autor reúne ensaios de semiótica sobre hiper-realidade, ecologia e deterioração dos meios de comunicação de massa.

Um comentário:

Anônimo disse...

É mais fácil se aliar a um desconhecido, lá "de baixo" do que com um colega de pelada, que vai te deixar com o rabo preso...
Lembro-me de um português (ou angolano)que fez fortuna, meteu a mão nos cofres, pisou no nosso sofrido povo (e no não sofrido também), fez e desfez, e se mandou prá terrinha, incólume e milionário. O diabo que o carregue!