quinta-feira, 26 de abril de 2007

UM SIMPLES APELO

Leila Jalul

"Deve ter alamedas verdes
A cidade dos meus amores
E quem dera os professores
O prefeito e os varredores
Fossem somente crianças..."
(Chico Buarque)

Até uma simples criança saberia dizer o que vou dizer agora. Rio Branco cresceu, tornou-se uma cidade encantadora, cheia de charme, de luz, de praças, de mistérios.

Rio Branco tem luz própria, gente bonita, bons restaurantes, boas lanchonetes, barzinhos para todas as tribos, desde o bar da Help até Frente e Verso. Comida boa, até de sobra.

O Afa Bistrô, o Anexo, a Peixaria do Rogério, a famosa Churrascaria do Oscar, o Café da Carol, velha de guerra, o Point do Pato, da amiga Socorro, com direito ao Ademar Galvão, nas noites de sexta, e muito mais que isso. Lembrei desses, me perdoem os esquecidos.

Rio Branco tem excelentes lojas de departamentos, de móveis, inclusive a Hudinick, a Todescchini, a Casa Shoping, a Casa & Cia, a Loja Marisa, a Detalhes, a Turbulência. Lojas que enchem os olhos dos mais afoitos compradores do bem bom.

Tem lojinhas do Paraguai, a Casa Chefe, onde se acha desde um parafuso de 19 polegadas, até o pino da panela de pressão. Tem a farmácia do Dr. Raiz e suas misturas mágicas. Tem tudo isso e muito mais.

Tem avenidas amplas, pontes iluminadas, calçadão da Gameleira, Via Verde, palmeiras imperiais pra todo lado. Tem teatro, tem palco, Boca de Mulher, tem monumentos, até do Caciporé.

Rio Branco tem de tudo, ou quase. Aí é que reside o busiles da questão. Rio Branco não tem banheiro público. E não vou dizer mais nada. Nem preciso.

Se alguém quiser a idéia, me procure, ou, se um dia vier a fazer, não quero o crédito. Só quero o banheiro. E limpo, de preferência.

2 comentários:

ALTINO MACHADO disse...

Comentário da Leila Jalul:
"Altino, melhoras. Essa gripe tem pegado todo mundo de jeito.
Olha, esse texto não nasceu do nada. Não é uma reclamação qualquer.
Veja, vc sabe que na cidade, infelizmente, esse negócio da falta de banheiro, é coisa séria.
No dia 23 houve uma chamada para as pessoas fazerem o recadastramento do bolsa-família. Foi uma aglomeração enorme, Na parte da manhã, mais de 1500 na fila. Na parte da tarde, o dobro. Por fim, resolveram esticar o tempo, até o final de maio, creio.
Pois bem, passa aqui em casa a Selsilene, moradora do Portal da Amazônia. Chega aqui, toda suja e me diz que no "Dijunto" da Solidariedade o povo não dava "vença". Tinha gente chorando, menino "obrado", enfim, uma catástrofe.
Ora, se há distribuição de senhas, qualquer um poderia calcular o tempo de demora e poder sair, almoçar, ir ao banheiro, trocar fraldas de crianças, mudar o absorvente, etc.
Mas não há banheiro público.
Os comerciantes da redondeza nem sempre permitem o uso dos sanitários construídos para uso exclusivo de seus funcionários.
Nem só isso me deu direito a querer apelar. Afinal o recadastramento terá termo. Todos sabem que o banheiro do Café do Teatro também serve aos transeuntes. Os frequentadores da Praça da Revolução querem, depois das cervejas, utilizar os banheiros do Mira Shopping.
Para os homens, tudo mais fácil. Eles mijam atrás da banca de revista. E as mulheres?
Atentai bem, como diz o Senador Mão Branca, esse não é apenas um direito. Trata-se de um direito elementar do cidadão: ser atendido pelo poder público, como contrapartida aos impostos pagos.
Basta que se escolha os locais de maior concentração (região de comércio e bancos) onde o vai e vem acontece de segunda a sexta. Os locais de lazer, de grandes aglomerações, enfim. É investimento, antes de oneração.
Se se pensar bem, poderá ser cobrada uma pequena taxa de manutenção para o papel higiênico e para aquele bendito pinho sol das nossas rodoviárias país afora. Pode ter catraca. Pode ser da iniciativa privada, como concessão do serviço público. O importante é ter"

Anônimo disse...

Grande Leila:
Moro em um Município da grande São Paulo, com quase dois (2) milhões de habitantes e ñ temos banheiro público.Assim sendo o nosso Acre ñ é o único privilegiado. Continue cobrando.
Rô Luiz