domingo, 1 de abril de 2007

UM NOVO LIVRO

Leila Jalul

Num livreco que escrevi em 1995, pedi aos meus amigos que me reservassem um bom lugar no coração, pois que, estantes, é lugar para livros. No próximo, não vai ser diferente. Impossível não colocar duas pessoas em primeiro lugar na lista de agradecimentos: Altino Machado e Elson Martins. Ambos me enganaram e disseram que meus textos eram bons. Fizeram com que acreditasse nisso.

Altino me presenteou com um espaço no seu Blog, espaço este muito mais afeito às questões políticas, aos bastidores do poder, esperneador e implacável na defesa da Amazônia, diligente e incansável nas causas indígenas. E cá estou, estive e estarei, quando solicitada, ainda que destoando dos focos do seu proprietário. Enquanto ele tiver paciência, claro! O Blog corre mundo e vou correndo junto, de carona, por pura benevolência, tolerância e paciência.

Através dele já recebi “encomendas” de peças de teatro, de roteiros de curtas, de esquetes. Já dei entrevistas, recebi e-mails do Brasil, fiz amigos, reencontrei outros. Enfim, fiz uma festa de natal para mim mesma e meu sapatinho velho ficou abarrotado de presentes.

Altino, companheiro novo com afinidades antigas: por tudo, muito obrigada.

O Elson, velho conhecido de guerra, também se entusiasmou e me jogou para o alto através de sua coluna Almanacre. Desde o Varadouro, quando me foi outorgado um título honorífico, a exemplo da Dona Nelma, musa e medianeira do Pasquim, já alimentávamos uma simpatia mútua. Além dos lanches, almoços e jantares, minha contribuição no encadernamento do jornal, varando noites adentro e perseguições afora, privei de sua amizade e da de sua família por todo esse tempo.

E bote tempo nisso! Foi na cozinha da minha casa, tipo “aparelho”, que saboreamos a presença, a música, a cachaça e a beleza do João do Vale, as preocupações, terrores e desabafos do Chico Mendes, os choros da Célia Pedrina. Aquele território livre era livre na acepção mais pura da palavra.

Com Antonio Marmo, Manoel Pacífico, Pedro Martinelo, Célia Pedrina, Terri Aquino, Dom Moacir Grechi, Carlito Cavalcanti, Mário Lima e outros, formamos um exército e resistimos. Muitos debandaram. Hoje, ficamos nós, aliados no passado, cúmplices na velhice.

Desavergonhadamente declaro meu amor por Elson e, com muito carinho, sem nenhuma ponta de inveja, ainda almejo ter a metade da sua sensibilidade pelas causas que vai morrer defendendo.

Elson, companheiro velho com afinidades novas e antigas, muito obrigada pela compreensão das minhas estreitezas e pelo redirecionamento do meu caminhar.

Seria pecado e ingratidão não agradecer Juarez Nogueira, mestre do português, Saramar Mendes, a poeta que, tanto quanto eu, procura entender sentimentos; Fátima Almeida, a historiadora não oficial e muito temperamental; Glória Perez, da tribo infantil e das lembranças sinônimas, Silene Farias, Keila Diniz, Walmir Lopes e aos outros anônimos e escancarados que dirigiram palavras elogiosas aos textinhos que escrevi.

Palavras de carinho e agradecimento à Simone, Aurélia, Letícia Mamed e ... Pelas indicações e correções das vírgulas e pelo ordenamento das minhas confusões escritas e verbais.

Em particular, minha reverência à Dona Zizi, pelo reaquecimento da sua e da minha memória.

Para finalizar, o apelo do início: se aos amigos me dou em palavras e me dou inteira, que sempre me reservem um bom lugar no coração, pois que, estantes, é lugar para livros.

6 comentários:

Anônimo disse...

Eu quanto anônimo me sinto feliz pela lembrança, você merece nosso escancarado amor de anônimo.Leilah,eu te amo anonimamente, é um sentimento sincero! Escreva, você está só começando. Sucesso!

Anônimo disse...

Leila, na qualidade de leitor desse blog, e várias vezes ter me deliciado com teus bem humorados textos, só posso te desejar muito sucesso nessa tua nova empreitada e ficarei ansioso para ler teu novo livro.
Beijão amiga.

Anônimo disse...

Leila,

Parabéns e muito sucesso!!!! Qdo eu for aí, comprarei seu livro!!!
beijos e tudo de bom pra ti!

Anônimo disse...

Pois é, esse agradecimento antecipado é uma obrigação que tenho com estes amigos que me incentivaram na decisão de publicar e com os que estão me ajudando na organização dos textos. Os agradecimentos formais virão depois, colocados no bojo do "menino livro". Vai ser mais suscinto, mas não menos carinhoso e verdadeiro


Eu adooooooro agradecer!
Leila Jalul

Anônimo disse...

Leila, gosto de você, mas vou usar de sinceridade. Se elogiei seus textos não é porque você seja uma pessoa maravilhosa, sincera, alto astral, benevolente com os amigos, supimpa, rochedo, sentimentos à flor da pele, magnânima, além de outros adjetivos que não me vem à mente agora, embora voce seja isso e muito mais. É simplesmente porque seus textos são ótimos. Espero a tarde de autógrafos. Com certeza serei um dos fãs presentes.
Abraço grande

Anônimo disse...

Walmir, eu e o Altino não estamos dando "vença" no movimento e volume das águas do rio. E você, tá nem aí.
Cadê homem? Vem ou não?
Agradeço essa adjetivação toda e a sinceridade também. O problema é que fui adestrada a dizer sempre muito obrigada. Compra logo a passagem e arruma a maleta.
Valeu, amigo.
Um abraço para Isis e todos daí.
Leila